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sexta-feira, agosto 27, 2010

De Gomes Filho e Domício Proença Filho

De Gomes Filho e Domício Proença Filho


Aprendi com as leituras que o abraço é o gesto mais próximo da definição ideal das relações humanas. Ao abraçar alguém oferecemos uma energia e recebemos o mesmo da pessoa que nos motivou. Então, um abraço é troca. E o valor dessa troca está justamente no fato de que cada corpo, de qualquer natureza, é portador de energias próprias.




Eu e Dona Nenzinha



Sendo assim, esclareço essa foto: a bela senhora que eu abraço, e que me devolve o carinho em tempo e densidade simultâneo e equivalente, é Dona Nenzinha, viúva do agora centenário Professor Gomes Filho (para os goianos com mais de meio século, recordo que é o mesmo que marcava presença em todos os números do “Café de Esquina”, o suplemento de humor do semanário “Cinco de Março”).

Preciso contar, porém: a Prefeitura de Pirenópolis, por sua Secretaria de Cultura, resolveu homenagear pirenopolino ilustres. Nesse propósito, o casal Ita e Alaor Siqueira, tradicionais violinistas seresteiros, estrearam a série. Em seguida, foi a vez de Pérsio Forzani, o pintor da cidade e de seus casarões históricos. Depois, meu pai, Israel de Aquino Alves, quando de seu aniversário de 88 anos. E então, por palpite meu, marcamos para 20 de agosto, sob um luar impecável, a três noites do plenilúnio, para reverenciar a memória de Joaquim Gomes filho.

Regina Jardim e Luiz Antônio


Gomes Filho (foto ao lado) é meu padrinho literário. Orientou-me quando da edição do meu livro de estréia, O Cerco e Outros Casos (1978) e estreou comigo nesse livro, redigindo o prefácio. E assim, com as presenças de Dona Nenzinha (Reginalda Fleury Gomes) e suas filhas Ana Maria, Helena e Maria Helena,  realizamos o sarau, com os músicos Zezé Catirina, Jerônimo Forzani, Sérgio de Almeida Prado e Luiz Antônio Godinho. Registre-se ainda a voz marcante, afinada e bela de Regina Jardim, da estirpe de Veiga Valle (o santeiro meia-pontense que se mudou para a Capital Vila Boa e deu origem às famílias que ostentam seu sobrenome).

Regina Jardim e o Regional


Coube-me o privilégio de conduzir o evento, e contei com as falas enriquecedoras do vereador Manoel Inácio d’Abadia Aquino e Sá Filho (o nosso Eli de Sá) e do secretário extraordinário e ex-prefeito Altamir Mendonça. Lembrar a vida de estudos e trabalho do velho mestre, suas atuações como deputado constituinte (1947/51) e seus impagáveis trocadilhos rendeu lembranças, saudades e muito riso. Daí o estímulo para esse abraço carinhoso em Dona Nenzinha.

L.deA., Dona Nenzinha e Eli de Sá

A semana reservou-nos mais, muito mais. Na quarta-feira passada, 25, o Conselho Regional de Medicina deixou de lado suas funções ásperas de guardião da ética e das correções legais da prática médica e promoveu um lançamento múltiplo – nada menos que quinze médicos escritores autografaram livros, numa noite memorável. Entre eles, o presidente da Academia Goiana de Letras, Hélio Moreira, e o estreante Alejandro Mejia, que clinica em Caldas Novas há mais de uma década. Uma festa quase impecável, com justo tributo ao falecido Carlos Fernando Magalhães, mas faltaram reverências a Fausto Rodrigues Valle, um dos mais expressivos poetas goianos (embora nascido em Araxá, Minas).

Em meio a tudo isso, os eventos da Revirada Cultural promovida pela Secretaria Municipal de Cultura (de Goiânia). São cerca de quarenta eventos todos os dias, desde balé e acrobacia até comícios poéticos. Uma pena que a mídia local e os órgãos oficiais de turismo não reconheçam esse esforço de centenas de artistas de elevada qualidade!
Na sexta-feira, 27, o poeta Gabriel Nascente, recém eleito para a Academia Goiana de Letras, recebeu, com o apoio de outros escritores, Domício Proença Filho , da Academia Brasileira de Letras. O imortal veio falar sobre literatura e direito, no auditório do Tribunal de Justiça do Estado. No sábado, foi homenageado na Academia Piracanjubense de Letras e Artes e, de lá, foi conhecer e curtir as termas da região de Caldas Novas.

Ah, e para concluir! Também na sexta-feira, 27, a Academia de Letras e Artes de Caldas Novas festejou, com pompas e honrarias, seus vinte anos de existência. (Parece que foi ontem!).



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Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras.E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com.



quinta-feira, agosto 19, 2010

Chorinho e civilidade


Chorinho e civilidade



Eu e a cantora Karine Serrano no calçadão do Grande Hotel





Era 1984 e o Brasil se agitava: queríamos as “diretas, já!”, que algum redator publicitário achou lindo divulgar sem pontuação: Diretas já. Para mim, a grafia não passava a emoção que o momento espalhava, mas… Certa noite, como repórter da Folha de Goiás, fui cobrir um movimento no centro de Goiânia; um secretário da Comunicação do governo estadual e seu chefe de gabinete colavam cartazes no coreto da Praça Cívica. Disse eu ao chefe de gabinete que deviam poupar os prédios e monumentos públicos, que aquilo parecia coisa de vândalos. O homem, orgulhoso de ser da esquerda, respondeu-me enfático:

- Aquino (não gosto de ser chamado pelo sobrenome, mas uns poucos ainda insistem nisso), democracia é isso, é tudo sujo. Cidade limpa é do facismo, não vê nos filmes? Berlim...

- Kremlin... – acrescentei.

Sexta-feira, 13 de agosto, calçadão do Grande Hotel: o secretário Kleber Adorno cumpria uma promessa feita a mim e muitos outros “chorões”, levando de volta as rodas de instrumental e vozes de finíssima música popular. Em pouco, o trecho entre a Rua Três e a extinta Praça do Bandeirante era todo tomado pelos sons de harmonia e doçura, além de centenas de pessoas. Um moço cuidava de uma caixa de isopor e aproximei-me, queria uma latinha, já trazia cinco reais na mão. O rapaz respondeu-me que era de “uso particular” e agradeci, pedindo desculpas. Ao me voltar, deparo-me com a candidata que prega democracia mas tenta censurar jornais, como Chávez faz na Venezuela. A moça, que usa a mesma sigla do chefe de gabinete do evento de 1984, acabou de tomar uma cerveja e, sem qualquer cuidado, jogou a lata no chão. E quer ser governadora.

Deixo tudo pra lá. Atravesso a pista, paro no canteiro central onde, na década de 1970, reuniam-se intelectuais diante do Grande Hotel. Olho a parede térrea, recordo as inúmeras lojas instaladas: a Vasp, duas filiais da livraria do Paulo Araújo, a agência de turismo do Valdir Frausino, o “Enroladinho”...

Diante das lembranças, nenhum lugar seria mais apropriado para curtirmos chorinho. Talvez a gente consiga, em breve, realizar retretas no citado Coreto. Lembro os tempos de tantos sonhos, as conversas com João Batista Zacariotti, Carmo Bernardes, Aidenor, Brasigóis e tantos, tantos mais; no final daquele década, Taylor Oriente voltou de Paris e uniu-se ao grupo. Roberto Fleury Curado e eu preparávamo-nos para estrear em livro.




Por falar em livro, já notaram que algumas vezes ganhamos mais de um exemplar do mesmo livro, ofertado pelo autor, com autógrafo? O carinho é retribuído não só pelo retorno de algum exemplar de obra nossa, mas pelo ato de preservamos o livro,que se faz personalizado, na estante. Recentemente, Leda Selma dizia que a estante lhe ficava pequena e os livros em duplicata ocupam lugar que poderia abrigar outra obra. Estiquei o assunto com amigos escribas e leitores, todos pensam da mesma forma e quase todos indagam:

-  Fazer o quê? Não vamos abandonar um livro nem menosprezar o autor por um lapso perdoável de memória.



Bem, nem todos os escritores têm esse comportamento. Aprendi com Anatole Ramos e, por longo tempo, visitava sebos e manuseava livros de autores conhecidos. Encontrei dezenas, centenas até, de obras autografadas, com dedicatórias carinhosas que algumas pessoas desprezavam. Da minha própria lavra, comprei dezenas de exemplares. Mas comprei também autógrafos de autores amigos; presenteava-os com tais livros, mostrando-lhes os leitores que não davam valor ao autógrafo. Leda Selma, ela própria, publicou uma crônica, em 1992, desancando um escriba local que vendeu, num sebo, livros que ela lhe dera dias antes. O poeta perdeu a eleição para vereador e adotou uma nova técnica: passa o estilete na página com autógrafo e continua a vender os livros que ganha – assim, não precisa de mais espaço em casa, mantendo sua biblioteca com menos de mil exemplares.

Relíquia: autógrafo de José J. Veiga


Um outro amigo, escritor, disse-me ter solucionado a questão das dedicatória dobradas:

- Se tenho livro repetido, recorto a página de autografo, guardo-a dentro do livro que contém a data mais antiga e presenteio algum amigo. Assim, preservo a honraria e ajudo o autor a divulgar seu trabalho.


 
Doracino Naves, Marley C. Leite e Kléber Adorno


Volto ao Grande Hotel (que, agora, é nosso, é da cidade) e mando beijos para a Márcia e a Marley, duas ferrenhas defensoras daquele festival de choro e de saudade.


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 Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras.  E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com. 

quarta-feira, agosto 11, 2010

Abusos em nome da “fé pública”

Abusos em nome da “fé pública”



A AMT abusa, o Ministério Público não fica sabendo e o cidadão é quem se dana.

AMT, para “os de fora”, é a Agência Municipal de Trânsito, o órgão controlador e fiscalizador do trânsito em Goiânia. Desde o mandato de 2005/08, discutiu-se muito que o órgão tinha apenas pouco mais de cem agentes, quando o número recomendado era de oitocentos e cinquenta, ou seja, um agente para cada cem mil veículos licenciados na cidade. Ainda que tenham ampliado esse número, a população da região metropolitana de Goiânia sente que o contingente continua pequeno.

Os poucos que atuam são orientados (claro: corporações assim regem-se por uma hierarquia rigorosa) a multar sem limites. Comenta-se pela cidade que os agentes têm metas diárias a cumprir (como no período de 1983 /86, em que o governo estadual precisou constituir fundos para obras especiais e estabeleceu um limite mínimo de dez multas de trânsito aplicadas, a cada jornada de seis horas diárias, para os guardas de trânsito). O que se diz hoje é que com base nessas autuações à revelia dos condutores os agentes ganham pontos para promoção.


Ilustração de Elson (DM, 15/ago/2010)



Em entrevista recente, argumentou estes dias um diretor da AMT: “Nossos agentes são muito bem preparados e têm fé pública”. A expressão “fé pública” está virando chacota nas conversas, quando se trata de agente de trânsito da Prefeitura de Goiânia. O mesmo diretor, inquirido pelo repórter (era a Rádio CBN), respondeu que “quem se sentir prejudicado, pode recorrer da punição”. Todas as pessoas com quem já conversei sobre isso entendem que não funciona: “As JARI nunca dão razão ao condutor”, é o conceito unânime, baseado nas respostas a tais recursos. Restam algumas etapas para o andamento dos recursos, mas estes também tendem a confiar em quem tem “fé pública”. E o custo financeiro e a demanda de tempo desanimam os interessados, que preferem pagar e acumular pontos que podem lhe causar muito mais transtornos.

Uma advogada entende  que a seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil poderia ser acionada para questionar a legitimidade dessas autuação, pois a Ordem tem por tradição a defesa da sociedade. Mas um cidadão comum não tem essa prática, caberia, pois, à própria OAB/GO procurar inteirar-se dos prováveis desmandos cometidos sob o manto da “fé pública”.

Pelo que se vê na imprensa, o Ministério Público (este, sim!) já devia estar agindo. Há casos de um mesmo agente, num mesmo horário, atuar o mesmo veículo por uso de telefone celular e pelo não-uso do cinto de segurança. Até aí tudo bem: mas nunca soube de um agente multar alguém por fumar enquanto dirige – e o argumento seria o mesmo do uso de celular, ou seja, uma das mãos está ocupada com algo em desacordo com o ato de dirigir.

No mesmo diapasão do preparo dos agentes, os dirigentes da AMT deviam falar, nas entrevistas, das situações de quebras de multa por baixo do pano (o ex-dirigente Antenor Pinheiro tem histórias que dariam livros, ele que resistia vigorosamente contra a quebra de multas). Contem também, senhores dirigentes, dos agentes punidos por desvio de conduta (ao que parece, há uma troca: já que aplicam tantas multas, podem bem negociar algumas situações, quem sabe? Acontece em todas as corporações policiais; ou a AMT é exemplo para todos os órgãos dos poderes públicos do país?).

Os “agentes bem preparados” já autuaram algum condutor de viatura policial da PM, da Policia Civil, da Guarda Municipal ou de seus colegas da AMT? Nenhum deles usa cinto de segurança, por exemplo (o Código de Trânsito Brasileiro não libera o uso do cinto para policiais e guardas). Algum deles já multou um colega que dirige carros da AMT por parar sobre faixas de pedestres? Por avanço de sinal? Por estacionar em calçadas ou esquinas?

Nenhum, é claro!

Mas seu diretor diz que eles são “bem preparados”. Se exigirmos uma explicação sobre tal preparo, e se o diretor for rigorosamente honesto na resposta, mostrará estatísticas em que a AMT contribui de forma bem mais expressiva para com o Erário.



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Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras, e escreve aos domingos neste espaço. E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com. 

sexta-feira, agosto 06, 2010

Sarau, seresta e o amanhã


Sarau, seresta e o amanhã


Estatueta de Israel de Aquino Alves  por Regina Massinha


Tudo indica que os saraus mensais em Pirenópolis chegaram para ficar. Primeiro, foi a homenagem a Pérsio Forzani, artista plástico, em vésperas de completar 80 anos; depois, no último dia 30 de julho, outra festa, no mesmo local (o Teatro Pirenópolis), em torno do aniversário de meu pai, Israel de Aquino Alves, pelos seus 88 anos.

De Pérsio eu contei ao seu tempo (há cerca de um mês). Agora, conto da festa em torno de meu pai. Zezé Catirina e Luiz Antônio (Godinho) exigiram que ele estivesse em Pirenópolis uns dias antes, queriam ensaiar com ele. Então, levei-o até lá na antevéspera e ele cuidou de levar dois bandolins, preferindo o mais antigo – um banjo-bandolim que lhe deu de presente o saudoso amigo José Pinto Neto e que hoje está em minha posse. “É mais macio”, explicou meu pai. Está certo: as juntas das mãos já não são tão obedientes e a pele, nessa idade, torna-se muito fina.

 
A banda Zezé, Luiz Antônio, Jerônimo, Israel, Fernadno e Sérgio. De pé, L.deA.

Sérgio de Almeida Prado, flautista paulistano que escolheu viver em Pirenópolis; o moço Jerônimo, neto de China Forzani, exímio ao violão e ao bandolim,  entre outros instrumentos; o já citado Luiz Antônio (violão e voz) e Zezé Catirina, mais a participação do clarinetista Fernando (de Jaraguá) completaram o conjunto de choro. Meu pai uniu-se a eles, com o indefectível bandolim que executa desde 1942.


Fizeram-me cerimonialista. Selecionei dois poemas para homenagear meu pai. Na platéia, o pastor Lourival e seu filho Nivaldo Melo (prefeito da cidade e nosso anfitrião nessa homenagem), além do secretário de Cultura, o professor Gedson de Oliveira. Pela família, estávamos ali alguns irmãos do meu Vêi Raé; Eliane, minha irmã, chegou com o marido José Samuel e a filha Tatiany. 


Prefeito Nivaldo Melo e secretário Gedson de Oliveira

Consegui levar todos os meus filhos e netos e ainda as amigas Regina Jardim e Guiomar. A meu pedido, Regina subiu ao palco e mostrou sua belíssima voz, interpretando o Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha (inegavelmente, o Hino Nacional da Alma Brasileira). Ah!, acompanharam-nos também meus compadres Cláudia e Nelinho, com filhos e noras.

 Cantora Regina Jardim 

Depois, no Entroncamento Cultural (o espaço para eventos ao ar livre no quintal comum do Teatro e do Cinema de Pirenópolis), tivemos a prosa alongada, inevitável quando se trata de um encontro em Pirenópolis. Claro: qualquer encontro em Pirenópolis é um encontro de família.

 
Meu querido velho e o bandolim sexagenário

Agora, quando agosto já absorve metade da sua primeira semana, entendo que passa da hora de me voltar para o próximo sarau, este previsto para o dia 20 de agosto, data de centenário do inesquecível Professor Joaquim Gomes Filho, uma das mais finas inteligências já vistas nesta terra de notáveis.
Tarde de sábado, do alto da ponte observo as águas do Rio das Almas. Lembro Heráclito e sua anotação de que um homem não se banha duas vezes no mesmo rio, porque a cada instante o rio não é mais o mesmo. Nem o homem é o mesmo no instante seguinte.

Cachoeira no rio das Almas, em Pirenópolis

Assim também são os dias, marca mais notável do tempo. A “sabedoria popular” dizia, décadas ou séculos passados: “Nada como um dia após o outro”, e esse jargão virou letra de samba. Os jovens de dez anos atrás já traduziam: “A fila anda”. Subo ao Largo do Rosário, vejo aquele coreto e penso em sugerir ao prefeito que busque reformá-lo, dar à peça símbolo das cidades de retretas uma construção mais ao estilo. E que possamos nele realizar as tais retretas dos velhos tempos. Logicamente, com jovens músicos, como Jerônimo e tantos outros, pouco mais velhos e mais jovens, até meninos e velhos, porque Pirenópolis, como toda cidade, como as sociedades de qualquer tempo, se fazem assim. E com canções antigas, com chorinho, com samba, com MPB, com rock e riperrope, que um rio carrega de tudo, que o tempo nos dá sempre suas somas.

 Momento sempre feliz: eu e Raé.

O que não podemos, jamais, é descuidar-nos do futuro. Nem esquecer o passado: somos frutos deste e construtores daquele. É recordando o avô, reverenciando o pai, dando as mãos aos filhos e admirando os netos que vivo.
É assim que vivemos.



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Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras.  

E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com.