Dois pontos:
escolas e Bolívia
Em maio deste ano, publiquei
uma crônica sob o título “Falar e escrever”. Este tema é recorrente, para mim,
há anos. Gosto de aprender coisas novas sobre a língua. (Ah! Confesso: coisas
novas e também as velhas, que descubro-me ignorante a cada dia, a cada
aprendizado). Em 2009 selecionei crônicas em que comentara e tentara aprender e
corrigir falas e escritas, sobretudo as que mais me atraem – as dos bacharéis,
professores, jornalistas e similares. O resultado foi um livro: “Ah, língua
brasileira!”, publicado em 2011 pela Coleção Prosa e Verso, da Prefeitura de
Goiânia, em parceira com a Editora Kelps e a Editora da PUC/Goiás.
Tudo bem: citei a crônica
recente, “Falar e escrever”, por um motivo muito especial. O texto foi
publicado no DMRevista em 12 de maio último, e a Secretaria de Estado de
Educação usou-o na prova de Língua Portuguesa da Avaliação Diagnóstica deste
ano, para alunos de 9º ano. Vejam, leitores, o blog: http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com.br/2013/05/falar-e-escrever.html.
Espero que os jovens
estudantes valham-se dos meus textos – como, também dos de tantos outros
escribas nossos conterrâneos – no empenho pessoal pelo seu aperfeiçoamento.
Seja qual for sua profissão futura, sabemos que o domínio da língua e uma boa
bagagem de conhecimentos gerais hão de, sempre, fazer a diferença. Particularmente,
senti-me feliz com a escolha e por participar de uma prova aplicada em todas as
escolas fundamentais da rede estadual; afinal, sou frequentador contumaz de
escolas.
Esse “agrado” chegou-me
enquanto, perplexo, indignava-me com a postura de alguns ante a fuga de um
senador boliviano para o Brasil, sob escolta de militares e um diplomata
brasileiros. O diplomata foi taxativo: agiu assim para dar proteção ao asilado,
que há 15 meses estava confinado a uma sala na Embaixada Brasileira em La Paz,
sem que o governo de Evo Morales liberasse o salvo-conduto para que ele
deixasse o país, conforme resolução internacional de que a Bolívia e o Brasil
são signatários.
Pronto: o ministro chancelar
caiu; a presidente Dilma esbravejou contra o ato do diplomata e dos militares,
vociferou repreensões e foi acertar os ponteiros como colega boliviano no
Suriname. Fiquei intrigado: por que Evo Morales inspira tanto medo ao Brasil,
hem? Ele já aprontou antes, expulsando da Bolívia a Petrobrás – benfeitora
inegável do vizinho país mediterrâneo; depois, a Bolívia agiu como bem entendeu
no caso dos torcedores corintianos, e as autoridades do Brasil esperaram por
tudo, passivamente; agora, ele ruge e nós nos encostamos.
Se houve indisciplina, que
se repreenda o faltoso; mas reconheçamos: Eduardo Sabóia, o diplomata citado,
agiu com determinação e coragem! Em seu lugar, eu teria feito o mesmo. Evo
Morales age mesmo com algo que penso ser megalomania; sente-se
plenipotenciário, como Fidel e Chávez – talvez um Kadaf dos Andes.
Insisto: que tipo de ameaça
exerce ele contra nós? Já bateu o pé três vezes, e três vezes dissemos amém.
Sei que muitos brasileiros pensam como eu, sentem-se incomodados com esse
senhor presidente. Naquela primeira vez, chegou mesmo a ameaçar-nos de cortar o
gás. Mas deve ter percebido que teria mais a perder, imagino. E agora? Qual é a
bravata? Acho que ele podia ameaçar com o corte de pasta-base de cocaína,
matéria prima do crack; a saúde
pública, a segurança e a educação no Brasil sofreriam muito menos!
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