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domingo, outubro 27, 2013

NOITES GOIANAS - PARA AQUELES QUE AMAM GOIÁS...

Olá filhos, irmãos, amigos e toda a humanidade!
Continuando, caminhando, seguindo e cantando a canção... Hoje, NOITES GOIANAS - PARA AQUELES QUE AMAM GOIÁS... POETA LUIZ AQUINO e ESCRITORA HELOISA HELENA.

Olá, Poeta Luiz de Aquino, boa noite!

Através do grande amigo Miguel Jorge, felizmente hoje, posso lhe dizer das flores colhidas em seu jardim...
O seu discurso de posse na AGL (1) é aformoseada síntese da história literária e das artes em Goiás, também, jornalismo e geopolítica, conservando os traços de suas antigas e radiosas fisionomias. No Rio de Janeiro o gemido do atrito das ferragens, rodas-trilhos, e o sacolejar do vagão bole a sensibilidade, reaviva a lembrança, bate forte o coração do jovem estudante: imagens e aromas do cerrado, leituras dos gibis do seu primo Rogério lá em Caldas, próxima a Araguari, Cidade Sorriso, última parada em Minas Gerais antes de seguir em Goiás a Maria Fumaça da Mogiana: "Café-com-pão, café-com-pão, café-com-pão... Voa fumaça, corre cerca, ai, seu foguista, bota fogo na fornalha que eu preciso muita força, muita força, muita força..." (Manuel Bandeira, in Trem de Ferro).  A mancha de óleo jogada em terra (figura literária de Carmo Bernardes), o encontro no interior do ônibus, as filhas de Carmo Bernardes – são partículas transfiguradas em ondas quânticas premonitórias de um grande escritor!
Poeta Luiz Aquino, por motivos especialíssimos estou em Uberaba. Aqui, revirando a cabeça em surdas almofadas, rememorizo o seu discurso de posse na AGL e suas publicações; entreato descarrego os segredos de Leo Lince, pai do saudoso amigo Cruciano, quando escreveu na Gazeta de Uberaba, anterior ao jornal Lavoura e Comércio: “ - Por razões especiais, após muitos anos, voltei a Uberaba. Uberaba aformoseou-se sem perder os traços de sua velha fisionomia. Em Uberaba eu posso andar abraçado com a minha saudade...”; no transcurso passei pelo velho sobrado no alto do Morro da Onça, esquina com a ladeira Silva Jardim, local outrora de reuniões políticas memoráveis, residência do médico João Henrique (2), hoje, solitária, à venda, murmurando ao som dos ventos uivantes...
Eu nasci em Carmo do Paranaíba, cidade próxima a Patos de Minas. Carmo Bernardes, eu, inúmeros mineiros, desde as Candeias das picadas de Goiás, seguimos para o rumo do Sertão... (3)
Parafraseando o amigo Brasigóis no discurso de apresentação para a sua posse na Cadeira No. 10 na AGL, ao revelar o seu sentimento por Pirenópolis e Caldas Novas e o poema “Uberaba uma cidade singular” de Quintiliano Jardim(4) fundador do Jornal Lavoura e Comercio, também sou acometido em uma dúvida atroz:

Uberaba de ontem... Uberaba de hoje.
Goiânia de hoje... Goiânia de ontem.
Não sei qual das duas quero mais;
Se a Uberaba dos meus tempos de menino;
Se a Goiânia dos meus tempos primaveris;
Se as duas dos meus dias outonais.

O ministro Pascoal Carlos Magno (5) também foi acometido de delírio atroz, imaginou ser possível transportar o acervo cultural de Pirenópolis para a Aldeia de Arcozelo...
O Triângulo de Goiás, hoje Triângulo Mineiro, irmãos siameses, eternamente banhados pelas águas do Rio Paranaíba, desde a sua nascente na Cidade de Rio Paranaíba, conserva as mesmas tradições culturais.
Meu estimado poeta Luiz Aquino, a notícia do lançamento do seu livro CONCERTO DE BOÊMIOS atiçou o braseiro adormecido em meu coração: relampaguearam chispas desde as nossas reuniões do GEN e AGT no Lago das Rosas, com faíscas para todos os lados, atingindo o Teatro de Emergência e a casa de Cici Pinheiro, no Criméia Leste, onde eu construí a personagem GONÇALO (6) sob a direção dela; - todos acordaram: Meu grande amigo João Bênio (7) e os colegas de todas as noites, após os ensaios, na taberna Tiptop, da Rua Sete; meus irmãos Otavinho Arantes, Geraldo Valle, Oscar Dias, Luiz Fernando Valadares, Miguel Jorge, Heleno Godoy, Cirinho Palmerston, Aldair Aires, Hugo Brockes... 
Ecoaram no túnel do tempo as sinfonias de todas as Serestas, quando nós boêmios, madrugada adentro, éramos convidados pelos pais das donzelas a compartilhar um aperitivo em suas casas e desfrutar o especial momento de boemia.

Sérgio Sampaio - História de Boêmio

Marisa Monte - Ontem ao Luar

Tetê Espíndola – Sertaneja

O seu livro Concerto de Boêmios, bordado em romantismo pela poesia e sons das violas de seus pais, seu avô e amigos, especialmente sua mãe Borgese (não é Borges; Borgese é sobrenome italiano. Nota minha, Luiz de Aquino) aqui “Das Conquistas, Sacramentos e Uberabas”, terras de Boêmios Seresteiros, atiçou o fogo da Boemia dentro mim e de todos...


Charles Aznavour - La Boheme - 2. PPS 4981K Visualizar Baixar 

O aniversário de Goiânia, o artigo da querida Heloisa Helena (8) e Concerto de Boêmios abriram-me a cortina do sonho e da fantasia e a oportunidade de manifestar gratidão e felicidade a todos.  
Estou exultante em compartilhar com você as pesquisas elaboradas para o INSTITUTO LAMAR LAMOUNIER – CIENTÍFICO E CULTURAL.
Críticas e sugestões são motivos para o aprimoramento das pesquisas e o meu enlevo. Grande, forte e carinho abraço,

Lamar Lamounier

PS.:
(1)- DISCURSO DE POSSE ACADEMIA GOIANA DE LETRAS - http://www.jornaldepoesia.jor.br/luizdeaquino3.html
(2) Moisés Augusto de Santana - Jornal Lavoura e Comércio

(2)Goiás tem histórico de violência contra jornalistas

(2)Forja de Anões - Jornal Revelação On-line                 

(3)Quilombo do Ambrósio:


(4) “UBERABA, DE ONTEM E DE HOJE DE MINHA SAUDADE”
(5)Aldeia de Arcozelo ou Centro Cultural Paschoal Carlos Magno é o maior centro cultural da América Latina em área. Está localizado em Paty do AlferesRio de JaneiroBrasil, em uma fazenda histórica onde ocorreu a revolta de escravos liderada porManuel Congo.

Ressalta-se, no entanto o descaso do poder público com esse inestimável patrimônio, bem como as lamentáveis condições de conservação de alguns dos prédios, um dos quais com o telhado afundando.

O Ermitão de Muquém (trecho do livro inédito "Bernardo Guimarães, o
romancista da Abolição", de José Armelim).

O ERMITÃO DO MUQUÉM = CICI PINHEIRO
Obs: A PRODUÇÃO PAROU E AS CENAS GRAVADAS DESAPARECERAM POR UMA AÇÃO ABSURDA DA CENSURA IMPOSTA PELA DITADURA .

(7) CINEMA EM PIRENÓPOLIS – SIMEÃO, O BOÊMIO

O diabo mora no sangue (1968) – Filme completo

(8) É TEMPO DE GOIÂNIA 
Heloísa Helena de Campos Borges

Santo Agostinho, no seu livro Confissões, assim fala sobre o mistério do tempo:
Minha alma se inflama no desejo de deslindar este enigma tão complicado! Que é, pois, o Tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei. Talvez fosse mais correto dizer que há três tempos: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro. O presente do passado é a memória; o presente do presente é a percepção direta; o presente do futuro é a esperança.”
Tenho certeza de que o desdobrar do tempo em memória, percepção direta e esperança, sugerido por Santo Agostinho, está de acordo com o que muitos dos habitantes de Goiânia sentem durante o mês de outubro, mês do aniversário da nossa cidade, pois no decorrer dos seus 31 dias, de modo simultâneo, inúmeros momentos esforçados da construção da nova capital são rememorados, a insegurança do seu presente é debatida, todavia um futuro promissor sempre lhe é sonhado.
Que Goiânia é uma cidade bonita e agradável, não há dúvida. Entretanto, tem suas questões. Há poucos dias, mais uma vez, foram demonstradas graves modificações do seu traçado original, arquitetado pelo urbanista Atílio Corrêa Lima, que aliava desenvolvimento à preservação das reservas naturais da cidade que nascia. Até mesmo o trajeto da Avenida Anhanguera, que deveria cruzar a cidade em linha reta no sentido leste/oeste, foi mudado.
Não se sabe bem o porquê, em certa altura, a Avenida Anhanguera ganhou curvas, distorcendo a intenção primeira do plano da cidade. E os vestígios da mudança do seu traçado ainda existem. Para vê-los, basta atravessar a Avenida Independência em direção do centro, à direita do Terminal Praça da Bíblia. Como prova da alteração, lá se encontram, dando continuidade à linha reta do antigo trajeto da Avenida Anhanguera, dois trechos com pista dupla, arborizados com as palmeiras que tanto a embelezavam.
Porém, mesmo com todas as distorções, Goiânia é minha cidade natal e não a troco por nenhuma outra, pois, ainda hoje, a vastidão do seu horizonte me serve de guia nos momentos de busca e de recordação.
Não são raras as vezes em que relembro a Goiânia da minha infância. Eram poucos os seus automóveis, algumas as jardineiras e menos ainda os carros de praça, nome dado aos taxis daquele tempo.
Aos meus olhos, Goiânia resumia-se nestes pontos: Praça Cívica, Botafogo, Lago das Rosas, Horto Florestal, Igreja Sagrado Coração de Maria, Santa Casa de Misericórdia, Mercado Central, Estação Ferroviária, Avenidas Anhanguera, Tocantins, Goiás e Paranaíba.
Assisti à chegada de muitos avanços, por exemplo, o asfalto e, com ele, a diminuição do pó vermelho que infernizava a vida das nossas mães.
Entretanto, um local me atraía em especial: a Praça Cívica com suas fontes luminosas e jardins. Era mesmo muito bonita! Meu pai, Elysio Campos, um dos farmacêuticos pioneiros da nossa cidade, possuía um carro marca Morris Oxford e quase todas as noites passeava com a família para mostrar as novidades da capital. Aproveitava para nos ensinar o nome do governador, do prefeito, a importância dos locais visitados.
Infalivelmente, o passeio terminava na Praça Cívica. Hora da pipoca, do algodão doce, delícia que eu, fascinada, presenciava o açúcar se transformar em nuvem formada por fios adocicados.
Contudo, meu pai foi além do lazer. Apresentou-me a Praça Cívica também como local político. Quando do suicídio do Presidente Getúlio Vargas, eu me lembro de termos ido à Praça Cívica para, entre os cidadãos goianos, compartilharmos da repercussão do acontecido. Eu pouco entendia, mas observei o movimento inabitual que havia e, desde então, guardei a certeza de que, em Goiânia, o local, por excelência, para avaliar satisfações e insatisfações do povo é a Praça Cívica.  A História de Goiás pulsa nela.
No transcorrer da minha vida, quantos acontecimentos comprovaram esta minha convicção. Muitos deles dignificantes, outros revoltantes. Quem se esquece da deposição do Governador Mauro Borges Teixeira? Quem não reflete sobre as últimas manifestações? E as Festas de final de ano?
Ora, entre pesares e prazeres, não tenha dúvida, minha Goiânia, eu sou uma das suas filhas amorosas. E por tudo que você me ofereceu, por tudo que com você eu aprendi, por tudo que por você eu escolhi, entrego-lhe estes meus versos pelos seus 80 anos de vida:

Goiânia, minha Goiânia,
mais que ninguém você sabe
dos meus passos, dos meus gestos
da minha sede sem fim.
Desde sempre eu a levo em mim
não importa aonde vou
suas vozes, os mitos, aromas...
e seus mistérios de mulher.

Parabéns, Goiânia!

Heloísa Helena de Campos Borges
heloisacampos48@gmail.com



sexta-feira, outubro 25, 2013

Caldas Novas: o fim do Balneário

Depois de muitas reformas, o Balenário Pedro Tupá ficou com essa compleição; e a reforma atual está parada, como se vê. Em 1930, o prefeito Ciro Palmestor comprou-o de Vitor  Ala, tornando-o um balneário público. Foto: Portal caldas.com.br


Caldas Novas: o fim do Balneário


Minha cidade natal, Caldas Novas, tinha poucas referências: três ruas, tendo a avenida Coronel Bento de Godoy como principal e duas paralelas – as que limitavam a Praça da Matriz, a Sul e Norte; e umas oito ou dez transversais, de pequeno porte. Quando dos trabalhos de asfalto (1966), alguns becos desapareceram e surgiram novas ruas – tudo dentro do plano de urbanização que, décadas antes, fora elaborado pelo sr. Juca de Godoy, engenheiro e poeta.

Bem, eu falava das referências. Uma delas era a Praça da Matriz, que já se chamou também Presidente Vargas (a ditadura não gostava de homenagens ao caudilho gaúcho) e agora é Mestre Orlando – homenagem justa ao tabelião que foi, também, mestre-escola e cujas filhas, todas, eram professoras normalistas.

Havia poucos veículos. Lembro-me bem do caminhão da prefeitura – um dos três emplacados na cidade; as placas, amarelas (particulares), vermelhas (de transporte) e a branca (oficial), tinham os números 1-75-xx (xx era suprido por 01 a 99, ou seja, previa-se o limite de 99 veículos na cidade). Bem: um dos caminhões era da prefeitura, os outros eram: um, do transportador Joaquim Chofer; e o outro, do fazendeiro Pedro Tupá.

Duas outras referências fortes: o Tamburi, uma imensa árvore que foi criminosamente derrubada. Ficava no terreno onde hoje há um parque de diversões, bem em frente ao quartel da PM, o prédio construído por injunção do deputado (em 1960) Eliezer Penna (era a gestão do prefeito Oscar Santos; ou de João Ala – não estou bem certo). Para quem estava na Praça, em frente ao bar ao lado do cinema, olhando para o Tamburi sabia-se que, logo além, na beira do córrego das Caldas, ficava o Balneário.

Era um casarão, com a entrada bem centralizada; nas duas alas, dois corredores com cinco banheiros (não eram sanitários, mas salas de banho) de cada lado, perfazendo vinte banheiras. As temperaturas variavam de 37ºC a 42ºC, com as misturas possíveis, pois cada uma das três minas de coleta tinha graduação diferenciada.

Desde 1910, quando foi construído pelo Major Vitor Ala (pai de André e João Ala), o balneário tornou-se o atrativo maior para os turistas de saúde que buscavam os banhos “milagrosos” que curavam reumatismo e alguns incômodos da pele, segundo contava a tradição oral. Aqueles eram banhos reconfortantes; relaxantes por um lado, estimulantes por outro – detalhes que poderei comentar noutra ocasião.

O triste, hoje, é ver o antigo casarão secular, que passou por reformas em 1935, 1940, 1950 e daí outras mais. Num dado momento da história da cidade, um prefeito não nativo (hoje, 90% da população “nativa” da cidade é filha de forasteiros atraídos pelo fluxo turístico inaugurado lá por 1970) decidiu “doar” as minas que alimentavam as banheiras da secular casa de banhos.

Preciso dizer mais? Ah, sim! É lamentável que, além de “matar” um pedaço da nossa história, o prefeito em questão agrediu a memória do fazendeiro Pedro Tupá, que, por lei municipal, cede seu nome, postumamente, ao velho balneário. Ainda no ano passado, recebi da professora Beatriz Tupá, filha do saudoso Pedro (já citado), um histórico resumido e o desabafo ao final:

“O atual prefeito Evandro Magal, não tem se interessado para reativá-lo, pois a água quente que jorrava sem ser bombeada foi cedida para o clube da Asmego, e aí como reaver a água quente, quem toma dos juízes? Assim, estamos perdendo o único patrimônio histórico de Caldas Novas que sobrou. Os atuais vereadores não respeitam nossas raízes, pois, são forasteiros e também estão derrubando leis anteriores e fazem outras. Temo que o mesmo aconteça com o Balneário”.

Com a palavra, o prefeito Evandro Magal.


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domingo, outubro 20, 2013

Festejar a Poesia e o Poeta


Festejar a Poesia e o Poeta


Hoje, 20 de outubro, é o Dia Nacional do Poeta, segundo uma breve tradição: a data agrega-se ao ano de 1976, em torno de uma iniciativa do poeta e homem de múltiplos ofícios (nas leis, nas letras e nas artes) Menotti Del Picchia (1892-1988).

O registro fala em Dia Nacional da Poesia – mas este é festejado, já, há muito tempo, no dia natalício do Poeta dos Escravos, Castro Alves (14 de maio). E, há menos de três semanas, recebi muitos cumprimentos pelo Dia do Poeta (4 de outubro), assim comemorado em São Paulo e no Paraná.

Procurei saber sobre essa multiplicidade de datas e encontrei:

20 de Outubro: Dia Nacional da Poesia / Dia do Poeta - comemoração de brasileiros, que também é conhecida como "Dia do Poeta", para marcar a data da fundação do chamado "Movimento Poético Nacional" brasileiro, ocorrida na cidade brasileira de São Paulo-SP em 20 de outubro de 1976, a partir de um encontro realizado na casa do Poeta, jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor e ensaísta brasileiro, Paulo Menotti Del Picchia.
(Fonte:
 http://diasde.com/20-de-outubro/#ixzz2iGxr4FEf).


14 de Março: Dia Nacional da Poesia - comemorado no Brasil, para marcar a data do nascimento do abolicionista e poeta brasileiro do romantismo, Antônio Frederico de Castro Alves [ou simplesmente, Castro Alves], que veio ao mundo em 14 de março de 1847 e que teve apenas 24 anos de vida, passando à posteridade como o "Poeta dos Escravos", pois suas principais poesias foram marcadas pelo combate à escravidão. (Fonte: http://diasde.com/14-de-marco/#ixzz2iGysxRdY).


4 de Outubro: Dia do Poeta - comemoração dos Estados brasileiros do Paraná [Lei Nº 7.288 de 27 de dezembro de 1979] e São Paulo [Lei Nº 1.478 de 30 de novembro de 1977], surgida a partir de uma sugestão da Academia Cristã de Letras de São Paulo, para ser celebrada no "Dia de São Francisco de Assis", que também foi poeta, com seus cânticos de Louvor.
(Fonte:
 http://diasde.com/4-de-outubro/#ixzz2iGzSv2x0)


Festejemos, pois.

Ontem, 19 de outubro, comemoramos o aniversário de Vinícius de Morais – o centésimo! Bem fariam os brasileiros em consagrar a data ao poeta lírico – a ele e  à bossa nova, o gênero musical que acasala melodias e poemas de finíssima qualidade, capaz de despertar e (ou) aprimorar o sentimento de amor romântico, do sentir telúrico e do amor-próprio (ou auto-estima, como dizemos hoje). A bossa nova é uma forte marca brasileira, tanto quanto a construção de Brasília, a conquista da Copa Mundial de Futebol e outras referências nossas ante o mundo, naquele segundo quinquênio da década de 1950.



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sábado, outubro 19, 2013

Dia do Médico

Dia do Médico


É provável que, no decorrer deste ano, a classe médica brasileira esteja atravessando um dos mais críticos momentos de sua história, com o grande movimento nacional no sentido de prover as regiões mais carentes com a presença dos profissionais de Hipócrates. Nesse sentido, vivemos o recrutamento de médicos estrangeiros e debate-se, com ardor, os procedimentos relativos à acolhida, ao registro e às condições de trabalho não só para os colegas adventícios, mas para os profissionais brasileiros que se interessam em servir em localidades carentes.

Condições satisfatórias de trabalho não são apenas o ambiente de atendimento, o equipamento médico, o aparelhamento tecnológico e a remuneração compatível com a formação e as necessidades, o valor e a importância social do profissional, mas ainda elementos de prevenção, cura e manutenção de boas qualidades de saúde. Boas condições de trabalho implicam também o bem-estar, o conforto pessoal, o ambiente social propício, a possibilidade de boas relações humanas e, por fim, convívio pessoal e profissional de qualidade.

No meu modesto ponto de vista, e com a minha mínima experiência de consumidor de serviços de saúde e observador jornalista, sei que a escolha dos ambientes inóspitos à boa prática da medicina é uma aventura arriscada. Nenhum médico gosta de se sentir vencido por uma doença ou, pior ainda, de perder para a morte. Mas o “sacerdócio”, o “sacrifício” do bem-estar social, das chances de mais aprendizado, de aperfeiçoamento e a solidão dos silêncios precisam ser considerados quando um governante tenta atrair médicos para seu espaço. Na maioria das localidades brasileiras, o salário menor possível para um médico convidado resulta duas ou três vezes maior que o do prefeito.

E muitos são os que, ante o grave desafio do suprimento desse indispensável profissional, evocam o Juramento de Hipócrates, professado há mais de vinte e cinco séculos, na Sábia Grécia de deuses e filósofos. Mas o grande ídolo cristão na História da Medicina recai em outro homem: Lucas, o evangelista, nascido em Antióquia, num país que hoje é Síria de tantos conflitos.

O Dia do Médico, 18 de outubro, segundo informa o nosso mestre e admirável médico e professor Joffre M. de Rezende, é consagrado, em países cristãos, a esse evangelista, Lucas, o terceiro (pela ordem cronológica) dos evangelistas. Dentre tais países, além do Brasil, estão Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. Além de médico, Lucas foi também pintor e historiador. Ao lado de São Paulo, difundiu os ensinamentos cristãos entre os gentios.

Lucas teria sido o único, dentre os quatro evangelistas, que não conheceu Jesus – logo, escreveu a partir de informações de contemporâneos de Cristo. Desde 1463, a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem ao santo católico, que foi proclamado patrono do “Colégio dos filósofos e dos médicos”. Seus restos mortais encontram-se em Pádua (ainda de acordo com informações do Dr. Joffre Rezende nas páginas da Wikipédia brasileira).



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sábado, outubro 05, 2013

Goiânia: obras e abusos

A obra na av. Araguaia, no Parque Mutirama, arrasta-se há um bom tempo. Concluída, beneficiará o tráfego.



Goiânia: obras e abusos


No decorrer deste ano, a Prefeitura de Goiânia promoveu mudanças graves em alguns pontos da cidade. Uma delas – a obra que interrompe a Avenida Araguaia nas proximidades do Parque Mutirama – arrasta-se sem que tenhamos perspectivas de sua conclusão; com isso, habituamo-nos a novos percursos. E como os congestionamentos tornaram-se uma constante – não por conta dos atos da administração da cidade, mas da atualidade nacional – a gente se conforma.

É louvável, ainda que em contraponto, o andamento das obras da Marginal Botafogo no Jardim Goiás, envolvendo sobretudo a confluência daquela via expressa com as avenidas E e A, no Jardim Goiás. Neste final de semana, há interrupção de tráfego no local para que sejam colocadas algumas pilastras estruturais dos viadutos.  Em breve, teremos o benefício dessas obras, aliviando o intenso tráfego causado pelo crescimento econômico e populacional na região, polarizada com o Shopping Flamboyant, três hipermercados, hotéis e edifícios comerciais.

Nesse cruzamento múltiplo constroem-se os viadutos, em ritmo muito rápido.

Mudanças drásticas – que ainda geram protestos de comerciantes – deram-se no fluxo de veículos na Avenida T-63, em cujas proximidades estou radicado há vinte anos. Acontece, sim, um esvaziamento nos estabelecimentos comerciais, alguns deles mudaram-se ou fecharam-se, surgiram edifícios não-residenciais e os ônibus ganharam pista exclusiva, com maior fluidez.

Entretanto – e isso é preocupante –, existem os abusos. A avenida tem a característica das vias para velocidade máxima de 50 km/h, mas o comum de se ver são os carros de passeio a mais de 80 quilômetros horários, ameaçando vidas. Esse é um dos abusos; na última sexta-feira, uma jovem e bela motorista parou seu Classic na pista dos ônibus (sentido Pedro Ludovico-Jardim América), nas proximidades de uma agência de automóveis e ligou o pisca-alarma.

Puxador de assuntos que sou, e pensando em ajudar, perguntei-lhe se queria ajuda (imaginei uma pane); ela sorriu e não precisou me responder: uma amiguinha (dela) atravessou, apressada, a avenida e entrou no carro; a bonitinha desligou o pisca-alarma e saiu, entre gargalhadas de ambas – certamente em deboche ao “simpático” senhor grisalho, que, no caso, é este palhaço que lhe escreve.

Mas uma coisa intriga-me por demais: o sinal vermelho aparece, os carros devem parar; mas devem parar obedecendo o espaço disponível, limitado pela faixa de contenção – aquela faixa branca que atravessa a pista, aquém das barras que marcam a faixa dos pedestres. Mas é comum o condutor, em Goiânia, parar longe do sinal, deixando espaço para até quatro ou cinco carros à sua frente e, assim, causando um retardamento a todos os que veem atrás, muitas vezes obstruindo vias secundárias.

Há quem defenda essa prática: “Ah! Aqui o Sol é escaldante, as pessoas preferem as sombras”, argumentam. Ainda assim, eu contesto. O Sol é forte, sim, na Zona Tropical, e daí? E Fernando, meu filho, ainda zomba: “Se a pessoa trafega todo o tempo sob o Sol, é só quando para no sinaleiro que ele quer sombra?”; e eu acrescento: “O carro dele tem capota”.



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