Foto em matéria da jornalista Carla Borges / jornal O Popular |
GO-225: Agetop destaca
Eunício
Oliveira e omite José J. Veiga
Há três semanas,
em matéria curta e objetiva, contei nas páginas deste Diário da Manhã da minha
sugestão, acolhida pelo saudoso deputado Professor Luciano, de nomear o trecho
pavimentado da GO-225 (Pirenópolis – Corumbá de Goiás) como Rodovia Estadual José J. Veiga. A proposta virou lei, ou seja, foi aprovada pela
Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador, em dezembro de 1998,
poucos dias antes da posse de Marconi Perillo para seu primeiro mandato.
Esta denominação se deu por força de lei - mas a Agetop prefere bajular o presidente do Senado. |
Em 2010, dei por
falta das placas em que aparecia o nome do homenageado. Cobrei isso da Agência
Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), que não me atendeu. Aguardei a
mudança de governo, com o retorno do governador Marconi Perillo, mas o titular
da Agência de Obras, sr. Jayme Rincón, bem ignorando solenemente meus pedidos.
Não nos conhecemos, nunca tive um contato direto com ele, mas vali-me de
intermediários importantes (membros do atual governo) que o presidente da citada
Agência rejeito, também.
Colegas
jornalistas publicaram minhas súplicas ao engenheiro Jayme Rincón – debalde! E
a minha cobrança mais recente teve chamada de capa no DM – mas o que vejo como
reação foi uma notícia publicada em O Popular – o outro trecho da GO-225 – de
Corumbá de Goiás a Alexânia – leva o nome do presidente do Senado, Eunício
Oliveira, que é proprietário de uma fazenda à margem da rodovia em questão. E o
nome do senador, que é investigado pela Justiça por malfeitos na vida pública,
está solenemente entronizado nas placas.
Ou seja, o sr.
Jayme Rincón deixa claro sua preferência por um político poderoso em troca de
cumprir o que determina uma lei estadual e homenageia o representante de outra
unidade federativa. Mas o escritor goiano que levou o nome de nosso Estado a
mais de 40 países de pelo menos 17 idiomas é omitido, ignorado e lançado na
vala dos comuns.
Levarei, nos
próximos dias, esta inquietação ao seio das principais entidades culturais de
Goiás, como a Academia Goiana de Letras, a União Brasileira de Escritores, a
Associação Goiana de Imprensa e ao Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Um servidor
público, ainda que na solenidade de uma presidência, deve respeito às leis e
satisfações ao povo. Um artista consagrado e divulgado, como o foi José J.
Veiga, é um símbolo intocável de nossa história, de nossa identidade, de nossa
cidadania. O poder momentâneo é rapidamente olvidável, mas as marcas das artes,
não. Quem era a grande autoridade das obras públicas em Londres nos anos de vivência
de William Shakespeare, naquele distante Século XVI? O nome de Da Vinci e
Michelangelo ecoam muito mais através dos séculos do que o do Papa que
encomendou a este último os afrescos da Capela Sistina.
Ou seja, José J.
Veiga vai muito além de Eunício Lopes de Oliveira, caríssimo Jayme Rincón! E
finalizo com o mesmo parágrafo derradeiro com que encerrei a matéria aqui
publicada em 20 de janeiro último:
“Bem! Resta-me
implorar uma vez mais ao governador Marconi Perillo que determine a reposição dessas
placas. O homenageado deixou seu nome fortemente marcado em nossa história e
recuso-me a aceitar o descaso do Sr. Jayme Rincón”.
*****
Luiz
de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário