Silhuetas
Prometo fazer um poema à Lua
sem falar das noites insones,
porque o momento de se falar da Lua
não será profanado.
Aí, eu
vou olhar no negrume desses olhos
e ver duas gotas de luz
como uma prece.
Se eu
conseguir rezar,
tentarei todas as coisas.
Meus
olhos, eu sei, estarão nos teus
e a Lua também.
Mas meus olhos estarão tristes
pelo medo de perder-te.
Como auréola,
a Lua enfeitará minha cabeça
e tua boca de beijar.
Eu
prometo um poema
de poucas palavras
pra não deformar o silêncio
da Lua em teus olhos.
Prometo
um poema à Lua
e farei um convite ao teu coração para passear de mãos dadas
com o meu.
11 comentários:
Nilson Jaime disse...
Em Lunik IX Gilberto Gil profetizou em tom marcial que a lua deixaria de ser dos namorados:
"Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar.
As Silhuetas de Luiz de Aquino mostram que os beijos enamorados terão sempre o satélite terrestre por moldura.
Marina Teixeira disse...
Luiz, seus poemas sempre lindos e inspiradores. A lua não perde seu protagonismo.
Prof. Egmar Chaveiro disse...
"Não deformar o silêncio da lua em seus olhos".
Verso magnífico!
Maria Helena Chein disse...
Silhuetas:
Um lirismo latente impregna o ser que ama , e a lua é sua cúmplice, no delito que anseia cometer. A lua, os olhos da amada e o poeta vão explodir o silêncio das coisas nascidas e convertidas para serem leveza, ou, quem sabe, segredo?
Delicado momento!
Muito bom! Existem momentos mais pra se calar em contemplação.
Reporta-me a um outro poema seu cujo verso "Eu tenho uma leve tendência para ser feliz em noite de lua.", diz muito à minha alma.
Quando dois corações passeiam de mãos dadas sob a lua vigilante, tudo pode acontecer em instantes, o poema, a oração e os mistérios do amor. Lindo seu poema!
Com a suavidade de um amos platônico.
E como falar de amor e amores sem se mergulhar nos mistérios da lua?
Muito bom!
Lindo!
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