A vez dos teatros
Gostei de saber e cuidei de divulgar imediatamente a campanha que enceta o ator Ivan Lima, fundamentado em lei municipal de São Paulo quanto à construção de teatros nos xópins. A intenção é trazer o exemplo para Goiânia – claro, no princípio de que devemos, sim, aprender e repetir o que se mostra positivo em outros pontos do país e que pode, perfeitamente, ser usado entre nós.
Trata-se de estimular a construção de casas de espetáculos, propiciando à cidade meios de aperfeiçoamento do aparelho de cultura – o que equivale dizer entretenimento e aperfeiçoamento cultural. Vejam o que escreveu Ivan Lima no Facebook:
“Acorda, Goiânia: pela legislação de São Paulo, as áreas dos teatros não são computadas pela prefeitura para o cálculo da outorga onerosa, uma taxa paga ao município de acordo com a construção. Desde 1991, todos os shoppings da cidade com mais de 30 mil m² são obrigados a ter ao menos um cinema e um teatro com 250 lugares cada. Em São Paulo desde 1994 uma lei concedeu benefício fiscal aos teatros, que ficaram isentos da outorga onerosa. Desde 2003, o benefício foi ampliado para cinemas: todo shopping com um projeto de teatro aprovado tem direito de construir um cinema na mesma proporção sem pagar. Alguns shoppings, obtiveram o benefício e hoje tem TEATROS dos mais diversos tamanhos. Acorda, Goiânia! Vamos construir teatros nos shoppings!”.
A medida há de envolver, muito especialmente, o Executivo da cidade e a Câmara Municipal. É preciso sensibilizar o prefeito e os vereadores, mas é preciso que as entidades culturais de todos os segmentos, com ênfase para os grupos de teatro e de música, as escolas de tais artes e todos os consumidores de arte da cidade e proximidades se manifestem!
A expressão é interessante – “outorga onerosa” – que vem a ser uma taxa específica (ou conjunto de taxas) de construção. Teatros e cinemas ficam isentos de tal custo (que não é dos menores), como incentivo a tais escolhas. Se dá certo em São Paulo, certamente dará certo em Goiânia. Mas, insisto, as instituições culturais de qualquer natureza precisam se manifestar. Aliás, incomoda-me – e a muitos dos que se empenham nessas causas – o silêncio inexplicável dessas instituições, sobretudo das entidades representativas culturais. Incomoda-me, e muito! E a muitos os que concordam comigo – e esses “muitos” são muito mais do que se possa imaginar – a impressão que fica é a de que alguns dirigentes cuidam apenas de seus interesses e do brilho de seus próprios umbigos.
Por enquanto – e é este o meu propósito neste texto – quero conclamar os artistas e apreciadores de arte que se mobilizem nesta campanha de Ivan Lima.
Noutra ocasião – e tenho tempo para isso – falarei da estranha escolha de pessoas de letras em favor das embalagens de alguns, em detrimento do conteúdo dos que realmente interessam. Aguardem-me!
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6 comentários:
Valeu, Aquino! Resgatar a construção de teatros é trazer a literatura para a cena. Trazer o público ao conhecimento através da distração. Boa sorte com sua campanha!
Cheguei há pouco do Rio, li e percebi que os seus macaquinhos estão indóceis. Teatro e cinema sempre me interessaram muito, mas como aqui na roça não temos absolutamente nada, corremos para a Cidade Maravilhosa, quando possível.
Nenhuma novidade a qualidade do seu texto, Luiz, tanto no conteúdo quanto na concatenação das ideias, no manejar das palavras, enfim, é uma crônica de Luiz de Aquino. Aguardemos o próximo tema... Beijocas. Lêda
Bom dia Poeta Luiz. Parabéns por maravilhoso texto. Muito bom sua campanha, mais teatro, lazer e cultura. Maravilhosos seus textos.O seu blogger sempre trazendo temas de grande aproveitamento para todos nós.Você é o meu poeta preferido.Estou relendo seus livros que adoro! Suas poesias são um "deleite". Leio com atraso, mas leio sim. Ireci Mariah.
Nesse meio tempo, que se vá formando e sofisticando o público para que a iniciativa tenha de fato bom proveito.
Luiz ótima ideia, enquanto os Teatros convencionais são caros para a grande maioria da população, nos shopings teríamos preços mais acessíveis. E o texto, a crônica, sem novidades, uma maravilha. Esperemos pois pela próxima, bjs.
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