Evoco palavras, estendo-as no varal das linhas
num caderno imaginário e as prendo
uma a outra, em frases versos de frente
e soslaio, como quem flerta em silêncio.
O coco verde, pesado,
bilro de rendeira em sítio nordeste
tilintante e certeiro dispõe as letras linhas
nas paralelas do caderno.
Um ponto, um nó; uma trança, vírgula.
Exclamo em sinal de ponto e reta,
indago em curva e ponto, aguardo
respostas de feitos alvos de linha fina.
Sorvo a suave seiva do coco,
energizo-me da água fria e doce
e costuro minha renda ao rés do chão
de sua casa de caule e folhas.
23 comentários:
Faz tempo que não lia um poema tão alinhavado ao momento que vivo... Suas palavras, meu Amigo Poeta, penduro-as no varal da minha vida!
Magnifico Luis. Parabens
Meu poeta querido "Um ponto, um nó; uma trança, virgula". Me senti dentro do ponto, do nó, da trança....que lindo!!
Marly Paiva
A delicadeza do trabalho das rendeiras é bem homenageada nesses versos, que tecem com palavras a arte da poesia inspirada na cultura popular.
Denise Godoy disse...
Adorei o poema, a renda, a foto e o charme desse gato preto. Como diria minha nora, com o R goiano bem puxado:
"Ornou".
Itami Campos disse...
Renda que rende no varal. Bom poema.
Taniôr Mota disse...
Luiz, inocentemente olhei para a beleza do Ipê. Parei de olhar, comecei a ler;perdi gostosamente minha inocência. Abraços, meu amigo.
Que lindo poema mano!Vc é muito especial! É o orgulho da família!Bjs
Edival Lourenço disse...
Belo poema, de colorações lirico-erótico-panteísta!! Parabéns, Luiz!!!
Itaney Campos
Um metapoema, trançado com palavras, rendas e linhas. Boa costura!
Waldir Ferreira
Quanta sabedoria rendada nas palavras evocadas, estendidas entre um ponto, um nó, uma vírgula...
Parabéns amigo, um belíssimo poema.👏👏👏
...A rede de deus versos embalando corações ...
Seu poema transita entre a feitura da renda e a composição dos versos, enquanto o poeta mata sua sede em
delicioso manancial...
Uai siô, esse trem ficou bom bisurdo!!:-)
O trançado que os Poetas como você fazem, é a mais bela forma de amar.
Lindo.
Andréa Fonseca
Nelson Santos
Parabéns, Luiz de Aquino, pela sua habilidade com as letras e por comoor uma poesia tão bonita!
Nada de novo, e sim a velha certeza de beber na fonte da beleza, a reconfortante leitura de um MESTRE das Letras, pois Luiz de Aquino, se supera em cada postagem.
Nada de novo, e sim a velha certeza de beber na fonte da beleza, a reconfortante leitura de um MESTRE das Letras, pois Luiz de Aquino, se supera em cada postagem.
Luiz rendeiro de Aquino
Maria Helena Chein disse...
Belo poema urdido nas palavras e frases do seu mundo e na trama da renda que é sua. Seu espaço e vida, que também são nossos. Gostei demais!
Parabéns!
Belíssimo Luiz, amei, abraços da amiga nordestina com muito orgulho e que te admira bastante.
Que poema lindo! Delicado, de movimentos suaves, como uma coreografia de rendas. E ao mesmo tempo enfático em seus pontos.
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