Não sei onde andam meus gritos
Não sei onde andam meus gritos
nem os procuro na noite passada.
Não sei o que fiz
dos meus enganos
nem se os deixei ficar
por aí,
num canto de quarto.
Não sei o que fiz de meus problemas,
mas sinto que os esqueci
como quem não mais se lembra
de um parente morto.
Na noite,
o cintilar de estrelas vale mais
que a lua distraída,
perdida num céu, esquecida
da própria vista.
Não sei mais de nós dois,
mas encontro os espaços
do desencanto
e não lamento estar agora
tão leve de tudo.
* * *
Poeta Luiz de Aquino
6 comentários:
Lindas poesias!
Sinto identificação com Sobras Sobras e com
Meus gritos.
Parabéns!
Lindo poema! Imagino que todos nós encontramos , vez ou outra, " os espaços do desencanto".
Bela poesia!
“Não sei onde andam meus gritos”
Belo e pungente poema, em que se perde os gritos, os problemas e o próprio encontro de amantes que são, e, ao final, sentir-se leve e bem. É o sentimento do sentir-se pleno depois das perdas.
Belo, Amigo!
Todos gritamos. Gritos se perdem.
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