−
Posso te fazer uns carinhos? Uma ternura... Assim, ter tua cabeça em meu colo,
meus dedos em teus cabelos, a suavidade deste momento e a sensação da
eternidade. O toque das peles excitantes, o eriçar do cio.
−É
um poema? Você está fazendo agora? Ou já é parte de um?
−
Apenas o que eu gostaria de te fazer ou dizer ao teu ouvido. Coisas de acender
vontades, despertar angústias e arrematar prazeres.
− Então, por favor, pare com
isso.
− Ah! Mas não me escapa a sensação
de calor e textura, a cumplicidade de olhares ternos e desejos incontidos. Há
um sonho, um desejo flamejante, uma ânsia de estar...
−
O duro é que você fala bonito, hem, Nego! Pó parar!
−
Acho que falo muito pior do que sou capaz de executar. A timidez na fala me
restringe, nos atos sou mais livre. Ah, que vontade de estar aí ao teu lado!
−
Mesmo? Muito lindo o poema.
−
Queria sussurrá-lo ao teu ouvido.
−
Arrepiei...
− Ter-te aqui, em frente! Sentir
teu hálito, sorver tua saliva.
−
...Para com isso.
−
Olha que eu digo o mais que imaginei... Posso?
−
Eu fico sem-graça.
−
Diga que não fica.
−
Não prometo; posso tentar...
−
Tenta... Quero beijar teus pés. Fazer de minha língua elevador em tuas pernas,
sentir o calor de tua virilha, de tuas nádegas, beijar toda a tua intimidade,
beber-te com a sede dos caminhantes...
−
...entrar em teu corpo por todas as possibilidades!
−
E teve jeito de não ficar sem-graça? É íntimo demais, mas ao mesmo tempo é...
lindo e gostoso de ouvir.
−
Minha língua vai fazer passeio em tua pele, explorar teu corpo como uma mata
virgem!
−
Estou ouvindo.
−
Quero encher minha boca com teus peitos, um a um, num revezamento agitado e em
êxtase!
(...)
−
Parou?
− Quero o calor do teu corpo, o
licor de tua intimidade, tudo em mim, em minha boca... Quero o cheiro mais
íntimo, minhas
mãos te explorando, achando mistérios, meus dedos entrando, atrás... Fala
comigo!!
−
É que estou meio... Nem sei como! Perdida? Emocionada? Brava? Ofendida?
Arrepiada? Nem sei...
−
Molhadinha? Fica... Plis!
−
...e muito sem graça!
−
Nada disso! Não vale! Toque-se... Sente como se fosse eu a te fazer excitada,
molhada, querendo...
−
Não dá... Tem gente aqui. Estão todos acordados!
−
Que pena... Beijos mil! Mas beijos para te fazer sentir onde ficar melhor.
Estou pensando em te beijar no íntimo, entre os pelos do púbis, no pulsar do clitóris, sorvendo teu
néctar de amor e desejo.
−
Você está querendo fazer o quê comigo? Para com isso!
−
Quer mesmo que eu pare? De coração?
−
De coração? Você me pega, hem? Mas quero, sim; tenho medo de estragar muita
coisa. Inclusive eu.
−
Não vamos estragar. Vamos deixar fluir essa torrente de desejos. Fico te
olhando em fotos e te desejando! Sonho com o momento de te raptar, te isolar do
mundo e te amar muito!
−
Você me deixou molinha de todo!
−
Quero ter-te comigo, levar-te à plena realização do sexo, do desejo, tudo com
muito amor...
−
Não espere isso, por favor!
−
Deixemos que o futuro cuide da gente. As coisas podem acontecer. Muitas vezes
independem de nós.
−
Sei disso, mas procuro ficar bem distante para evitar. Mandei um mail, não
sei se vai chegar...
−
Vai chegar! Gosto de te curtir assim.
−
Eu também...
−
Gostaria de ouvir-te...
−
Primeiro, eu estou meio assustada; depois, perdida... não sei o que dizer. Só
sei que não consigo desligar essa joça nem deixar de olhar para a tela!
−
Me conta uma coisa; é íntima, mas gostaria de saber. Você fica muito excitada?
−
Sim, mas mais arrepiada!
−
Que gostoso! Quero te arrepiar com minha língua, quero passear com ela pelo teu
corpo todo, beijar cada centímetro...
−
Não, vamos parar... Eu vou dormir, tá?
−
Quero saber coisas do teu corpo... Teus seios, coxas, nádegas...
−
Vou dormir, tá? Preciso! Um grande beijo...
−
Vai não...
−
Vou sim; deixa...
−
Por favor... Responde.
−
Estou respondendo! Me deixa ir dormir.
−
E os segredos do teu corpo? Mas tudo bem. Vai dormir, amor! Te quero muito!
−
Boa noite. Durma bem. Até amanhã...
5 comentários:
Putz, esse é de arrancar pica pau do oco, a coitada foi dormir que nada, delirou a noite inteira, muito bom, boa noite.
Uaaaau!
QUASE MESMO!!!
A ilustração deste poema, que é parte do meu livro "As uvas, teus mamilos tenros", é de Pollyanna Duarte - como as demais do citado livro.
L.deA.
RS.
Delírios virtuais...acho que isso faz bem! Rs
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