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quarta-feira, setembro 15, 2021

Aves das termas

 



Aves das termas



Palmas bailantes ao vento, 

palmas de buritis, frutos 

envernizados. Escamas lustrosas, 

convidativas ao toque. 


Buriti


 Entremeado, corre o riacho manso 

de água límpida, a dessedentar o solo e 

desenhar arabescos 

em terras úmidas de boa cultura.


 

Anta


Veredas nos vergéis do cerrado, caminhos 

de emas, antas e veados, palco de sonoros 

pássaros de penas várias, como 

as manchas vivas de paletas aquareladas.


Veados


 

Juriti, sabiá e pomba-rola, 

inhambus-xintã e chororó, bem-te-vi e socó, 

joão-de-barro e sanhaço; canarinho-da-terra... 

Feito uma orquestra de fartos ensaios. 


Serra de Caldas

 

Aves a povoar o alvorecer na serra, aquela 

Serra de Caldas, berços das termas 

das longínquas paragens ermas dos gentios 

a fugir em desvios do invasor entrante. 

 

Fogo-apagou


O vento agita palmas; como coqueiros 

a aplaudir os cantos das aves. Hora de o sol 

se pôr a Oeste, além do platô elevado; triste, 

uma rola diz adeus... fogo-pagô... fogo-pagô! 

 


Luiz de Aquino,
poeta

26 comentários:

Jacque disse...

Simplesmente belo, poeta!!! Amei o pássaro fogo apagou e o trocadilho final fogo-pagô... Só vc mesmo!

Mara Narciso disse...

Este hino ao Cerrado é um chamamento poético às responsabilidades dos viventes conscientes. Salvem-me! Não sou árvore retorcida. Sou vida!

Unknown disse...

Lindo poema ,onde pude sentir o encanto e beleza dos rios e mata , digno de aplausos, parabéns!

Francisco Perna Filho disse...

Salve, amigo poeta Luiz! Obrigado pelo Poema: um manancial de cores e de vida; alento para estes dias tão difíceis! Abraço, amigo!

Fátima Sousa disse...

Muito lindo, meu querido!
Que você tenha um excelente dia abençoado !

Sônia Elizabeth disse...

Saudações a natureza!

Adriano Curado disse...

Um belo poema. Como sempre. E o sertão é abstrato, vai além da Serra de Caldas e povoa o imaginário individual.

Maria Helena Chein disse...

Que belíssimo poema, Lu! Forte e terno a desenhar aves e outros bichos, essência de nossa natureza silvestre! Amei seus versos enleados de belas ilustrações.

Luiz de Aquino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leo Araújo disse...

������ muito bom poema retratando a nossa fauna, principalmente na sua escrita grande poeta.

Macário Paiva Neto disse...

Parabéns, Poeta!
Belíssimo poema.
E ricamente ilustrado!!
Emocionei-me, Luiz!
Bom dia.
������������

Antônio Celso disse...

Bom dia, prezado amigo. Com certeza o meu dia hoje será mais alegre, pois com este retorno triunfal e com este poema, tocou na nossa lembrança lá da fazenda.Grande abraço ao Mestre.

Itami Campos disse...

Parabéns, caro confrade e amigo. Continue nos brindando com seus poemas e crônicas. Que seja sempre iluminado.

Miguel Jorge disse...

Parabéns pelo poema de amor e defesa do nosso cerrado, abraços.

Leda(ê) Selma disse...

Que beleza de poema, Luiz! Ao lê-lo, senti os humores da natureza, a riqueza do Cerrado e seus pertences, a inspiração de um poeta que tem muita intimidade com a poesia. Meus aplausos.
E parabéns pelo seu dia, amigo! Deus conceda-lhe vida longa, sonhos luminosos, amor sempre em efervescência, fé no futuro e muita saúde. Beijão.

Lana Gomides disse...

Sensível em cada linha ������������

Ademir Hamu disse...

Li seu poema.
Parabéns meu querido poeta.
Deus lhe dê saúde, paz, prosperidade e muita inspiração para nos presentear com seus belos poemas!!!!

Zanilda Freitas disse...

Que belo poema querido Poeta! Foi como se você o houvesse escrito sob o buritizal do meu sítio. É assim que vejo os encantos do nosso sertão, com riachos de águas cristalinas, buritizais e pássaros que ao pôr do Sol cantam o "fogo-pagô". Deus, salve nosso Sertão!

Ângelo Lima disse...

Parabéns amigo.Saúde e muitas poesias.

Gugu disse...

Uma ode à natureza. Uma permissão que a alma do poeta nos concedeu a nós lembrar que precisamos acordar para o fato de que somos personagens dessa obra divina e insistimos
Em ignorar isso.

Fatima Rosa Naves disse...

Lindo e terno, do olhar para o coração, do coração para a alma leitora do poema.
E dá vontade de estar❤

Unknown disse...

Simplismente lindo!Vi minha infância fotografada com exatidão, o ainda hoje escupido saudoso ouvido, do cantar fogo-pagou que me trás saudades não sei de quê e também solidão!!

Valéria Gomes disse...

Tu és grande... Grandioso... Gigante... O Poeta que enche meu coração de saudade do passado e do por vir... Um Prédio muito alto, minha espinha se dobra para trás e não consigo ver nem a metade! Grandioso!🌹

Samuel disse...

Parabéns primo! O nosso cerrado está lindamente representado em seus versos! Você tem merecido lugar dentre aquelas belas aves canoras que aquarelam nossas doces veredas.

Sinésio Dioliveira disse...


Passarinhei no bucolismo do poema e em suas ilustrações.

Unknown disse...

Que lindo!!! Parabéns primo...