Vagas
acadêmicas
A
Academia Goiana de Letras realizará eleições – duas – para preenchimento de
vagas. Duas delas em breve, sendo que uma já encerrou o prazo de inscrições, a
outra ainda acolhe interessados. Uma terceira será anunciada, em data a ser ainda
escolhida, quando acontecerá a Sessão da Saudade pelo desenlace de José
Mendonça Teles.
Explico:
as academias de letras são clubes fechados, com número de vagas limitados (o
padrão é de 40 cadeiras, segundo os critérios da Academia Francesa, que se usou
por modelo para a criação da Academia Brasileira de Letras). As vagas ocorrem
quando do falecimento de membros. Os acadêmicos apreciam os candidatos,
avaliando suas obras – é condição sine
qua non para a candidatura – e assim definem suas preferências.
Recentemente
faleceram os acadêmicos Eliézer José Penna, José Fernandes e José Mendonça
Teles. Eliézer era o ocupante mais recente da Cadeira n° 5 e José Fernandes, da
Cadeira n° 21. São essas as vagas declaradas, ato que se dá quando da
respectiva Sessão da Saudade, quando um dos membros acadêmicos, por escolha do
presidente da Entidade – hoje, a acadêmica Lêda Selma de Alencar – profere o
panegírico ao confrade falecido.
Dentre
os escritores que se apresentaram candidato, já me decidi pela professora Maria
de Fátima Gonçalves Lima na Cadeira 5 e, ainda com o prazo de inscrições
aberto, comprometi-me, de coração também, com o poeta e crítico literário
Adalberto de Queiroz. Ambos são amigos da minha predileção, a quem admiro pelo
trabalho desenvolvido na literatura praticada em Goiás.
As
exigências formais da AGL são simples, tanto pelas condições pessoais do
candidato (ser goiano residente no Estado ou aqui viver por pelo menos cinco
anos, ser autor de livro), mas a sua relação com o meio literário e, obviamente,
com o quadro acadêmico, definirão o gosto dos eleitores. De minha parte, finco
pé no critério seletivo em que busco votar naquele que mais compromissos
demonstra com o meio literário – como a sua produção, a qualidade de seu texto,
a criatividade, a prática constante nos procederes da Educação e da Cultura, o
amor à causa, à Academia e a Goiás.
O
candidato deverá também demonstrar bom conhecimento da língua pátria, exercê-la
com competência e defendê-la sempre. Na esfera social, costumo me informar
sobre a atuação do candidato na aproximação com os jovens, buscando desenvolver
neles o gosto pela leitura e o interesse pelos autores locais. Entendo também
ser de boa referência o candidato à “imortalidade literária acadêmica”
demonstrar que cultiva a boa prática de orientar e auxiliar jovens escritores.
A imortalidade não é algo que se tenha por “imorrível”, como bem gosta de dizer
a presidente Lêda Selma, mas isso se faz pela continuidade. Gosto de lembrar
que na nossa juventude – aqui faço alusão aos septuagenários e sexagenários de
agora – tivemos escritores veteranos que muito nos ajudaram, como Anatole
Ramos, Carmo Bernardes, Yeda Schmaltz, Joaquim Machado de Araújo e muitos
outros. Esses saudosos amigos já nos deixaram, mas cabe-nos continuar o seu
empenho de assegurar a prática das letras, como autores e leitores, para a
posteridade.
Voltarei
ao tema, sempre. E espero voltar em breve, quando se iniciar o trabalho de
sucessão à Cadeira n° 32, que teve José Mendonça por Primeiro Ocupante. Espero
que nomes de realce nos quesitos acima referidos se apresentem e que eu possa
escolher o autor da minha preferência para estar conosco. Por enquanto, votarei
em Fátima e Adalberto, esperançoso em suas vitórias.
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Luiz de
Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
Um comentário:
Aprovado, Luiz De Aquino. Valores especiais de nossa cultura esses de sua escolha.
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