Este poema, escrevi-o em abril de 1999 para ilustrar matéria jornalística
que, no jornal em que trabalhava à época (Gazeta de
Goiás), abria o tema 500 Anos de Brasil.(Imagens: Internet).
L.deA.
Achamento da terra fértil
em mar de calmaria
Mar ignoto, mar de tormentas,
mar de esperanças, mar de outros sonhos.
Mar de trazer especiarias,
mar de fazer calmaria
e o porto que fica onde fica Maria.
mar de esperanças, mar de outros sonhos.
Mar de trazer especiarias,
mar de fazer calmaria
e o porto que fica onde fica Maria.
O mar está calmo,
a esquadra se deixa a oeste,
sem medo e sem ventos
(em Tordesilhas de Espanha
a herança do mundo
fica de meio para Portugal).
a esquadra se deixa a oeste,
sem medo e sem ventos
(em Tordesilhas de Espanha
a herança do mundo
fica de meio para Portugal).
Vera Cruz, Santa Cruz,
gentios de pele morena,
uma gente pequena,
altiva e sem roupas,
vergonhas à mostra...
uma gente pequena,
altiva e sem roupas,
vergonhas à mostra...
Ah, Maria que ficou no porto, no Tejo!
São tantas as semanas
de mar e de homens,
e são dóceis as gentes
nas terras ingentes...
Uma ilhota em mar próximo,
uma cruz de Jesus,
o grão capelão e a Missa Sagrada
sagrando o achado
da grande ilha de Vera Cruz.
(os gentios, lá longe).
Outra Missa haverá. Aos índios,
água benta e batismo
e a forte mão portuguesa
de El-Rei Dom Manuel,
Primeiro e Venturoso.
água benta e batismo
e a forte mão portuguesa
de El-Rei Dom Manuel,
Primeiro e Venturoso.
A terra, "em nela se plantando,
tudo dá", e nelas, nas índias,
também se há de plantar.
Mas havemos de ir, descobrir outras terras,
converter outros povos
e volver à mãe-pátria,
trazendo alforjes com especiarias
e muita saudade
de novas marias.
Luiz de Aquino, poeta e jornalista |
4 comentários:
Um grandioso poema nas naus da vida.
Seus belos versos formam um poema épico, algo puro e sonhador. O português não veio colonizar, veio explorar, levar tudo que podia. Dizimar povos. É-me dificil não enxergar a história por esse prisma.
Agudez de espírito, busca de belas imagens nesse poema de achados e perdidos. Ainda hoje, esse Brasil dos brasileiros espera que o descubram. E eu espero sua poesia!
Majestoso e belo poema “Achamento de terra fértil em mar de calmaria”, dos descobrimentos portugueses.
Parabéns!
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