Requiescat
in pace
Faço fotos, faço versos,
faço falas infundadas ...
Sou bufão, bruto, insensato,
faço rir e faço (fácil)
falsas valsas, falas farsas,
serenatas de encantar
sereia incauta.
Passam dias, meses, horas
– tempo de sempre
e igual,
que entendo por banal
medir o tempo, dar-lhe nomes;
mas o tempo, esse, este,
o que se mede em mim
desde o nascer,
o tempo virá ao fim.
E o dia de choro, de dor
de esparsas lembranças e amargo desdém,
trará gente do passado,
pássaros de arribação,
cantantes aves canárias,
laboriosos joões-de-barro,
tristes sóbrios urubus.
Mas virão chorosas mulheres
para o último olhar de saudade.
Virão todas as que me viram nu.
7 comentários:
Magistral a construção desse poema. Parabéns grande Poeta!
Eita, que poema forte! Bonito e um sutil erotismo! E as mulheres continuam presentes.
E no fim de tudo sobra o lamento das amantes arrebatadas pelo fragor dos versos boêmios com que se faz uma vida.
Muito rico em palavras, ritmo, imagens, o seu poema, caro Luiz, isso é para quem sabe e tem a vivencia com a nossa bela Língua Portuguesa, abraços! Miguel Jorge
Entre o tempo implacável e a brevidade da vida, melhor viver enquanto se pode, até que as mulheres de ver pelados chorem.
Sempre poeta...
Poema forte, vocabulário rico e ritmo fantástico. Gostei muito.
Postar um comentário