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domingo, junho 24, 2018

A importância da leitura


Sobre o ler e o escrever


Esta semana – terça-feira, dia 12 – estive no Colégio Vicare, em Hidrolândia (a minha cidade atual) para um bate-papo com professores, pais de alunos e estudantes, a convite dos dirigentes Sirlene Xavier e Luiz Fernando Martins. Ser apresentado à plateia, formada por vários amigos, tive de Luiz Fernando a graça de uma lição rica e feliz: a leitura (sintetizando) é a atividade que ativa todo o cérebro, desde a ação motora até a criatividade, com todas as etapas de tal caminho – se assim posso dizer.

Falei-lhes da minha própria experiência: os primeiros anos de vida, sendo acalantado pela voz da mãe que nos lia Histórias da Carochinha e os acordes do pai, ao violão ou ao bandolim, ao realizar saraus com os companheiros, ocasião em que eu aprendia a cantar canções maviosas – para usar uma expressão que poucos conhecem hoje.

O Vicare é um colégio dotado das mais modernas técnicas educacionais e equipado com tecnologia de ponta, sob o exemplo de instituições internacionais. Com as práticas de Meditação (publiquei matéria sob o título “Colégio adota meditação escolar”, em março de 2017).

É sempre muito bom, é salutar conversar com pais de crianças e adolescentes, e muito importante renovar com os professores esse tema, indispensável no processo de aprendizagem e, sem exagero, de melhorias nas práticas profissionais de quaisquer dos ramos das atividades humanas. Pessoas que leem relacionam-se melhor, compreendem melhor o próximo e, como resultado final, vivem melhor.

Ainda que, entre os menos esclarecidos, a palavra museu exerça certo mal-estar, insisto em contar que não há visita melhor a se fazer do que a esses verdadeiros templos que, ao pé da letra, significam “casa de musas” – e musas, qualquer néscio sabe bem, são as deusas que inspiram poetas e outros artistas. As bibliotecas são, ao seu modo, uma espécie de museu: museu dos livros e, naturalmente, museu das letras e das línguas faladas e escritas pelo mundo afora.

Mostrei aos ouvintes fotografias de duas grandes bibliotecas instaladas no Rio de Janeiro – o Real Gabinete Português de Leitura e a Biblioteca Nacional. E vali-me de estar em Hidrolândia, berço de José Mendonça Teles, recentemente falecido, e de Marieta Teles Machado, que se foi em 1987, precocemente. Ela foi a pioneira da biblioteconomia em Goiás, deixou-nos um legado de livros de excelentes histórias e a lembrança de um tempo feliz, enriquecido pelo sorriso sempre presente num rosto amigo e muito amado. Infelizmente, o atual prefeito hidrolandense mandou encaixotar os livros da Biblioteca Marieta Teles Machado, prejudicando a saúde intelectual da cidade e a boa formação das crianças locais. Em compensação, em Goiânia ela é uma escola estadual, a biblioteca municipal da Praça Universitária e um Centro Cultural na Praça Cívica – uma das primeiras três arquiteturas goianienses, ao lado do Palácio das Esmeraldas.

Enfatizei, para professores e pais, bem como para os alunos ali presentes, a importância do exemplo a se dar. Pais que leem estimular, por seus atos, os filhos no bom caminho. Professores que usam livros para ilustrar suas aulas e mostrar aos pequenos como se pesquisa, estes se tornam os mestres inesquecíveis, e um aluno que assim se desenvolva será, no futuro, um bom exemplo para filhos, discípulos e “tutelados”.

Destaquei algumas frases: “Uma casa sem livros é um corpo sem alma” (Cícero, orador e senador romano); “Um país se faz de homens e livros” (Monteiro Lobado, escritor paulista); “Bendito o que semeia livros, livros à mão cheia, e faz o povo pensar; o livro caindo n’alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar” (Castro Alves, poeta baiano); e, ainda, “Ler é mais importante que estudar” (Ziraldo, escritor e humorista mineiro).

Despedi-me a contragosto, pois o tempo era, naturalmente limitado e eu diria mais, muito mais, por tudo o que gosto de contar e pela alegria de estar novamente entre professores amigos e alguns alunos remanescentes dos poucos dias em que atuei ali, no Colégio Vicare. Contudo, a vida se repete sempre, ainda que em novas cores, ambientes e sentimentos – e hei, sim, de renovar bons sentimentos sempre, se cercado de pais, mestres e estudantes.

Obrigado, Sirlene e Luiz! Até já, professores queridos!


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Luiz de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.

Um comentário:

Carmem Gomes disse...

Muito importante a aproximação de grandes escritores, como o nosso poeta goiano Luiz De Aquino Alves Neto, motivando e incentivando o hábito da leitura å nossa juventude estudantil! Parabéns ao Colégio pela iniciativa e ao nosso querido escritor pela excelente palestra!