Falar do tempo
Falar do tempo,
das flores e dos ventos.
Das cores da chita, das rugas
em tecidos anarrugas,
dos pelos nas peles
de mamíferos exóticos.
Ilustr.: Roos |
Falaram-me coisas
também que não cabem
nos poucos conceitos
que me foram ditos, como
a textura do pomo
do pecado que mora ao lado,
a inconveniente semente
da coisa incoesa
do amor, essa incerteza.
Futebol, desemprego, ruas
e becos, política e preços
nas estantes, folhas
de livros e arbustos,
a vida dos outros, a vida
que não nos é dada
e por isso é mistério...
Conversa de bar.
Falas vazias para evitar falar
de amor e carência.
* * *
Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.
4 comentários:
Tempo,Tempo.. .quem é o seu senhor? Quisera poder doma-lo par a faze-lo ir e vir conforme minhas saudades.
Poema super atual poeta.
Muito maravilhoso .
Mesa de bar: excelente terapia.
Amizade de boteco é superficial, mas é terapêutica.Lá mata-se o tempo, e depois ele nos mata.
Postar um comentário