Os nossos livros: Família Jaime/Jayme, de Nilson Jaime, e os gêmeos Amor em Dose Dupla, de Iuri Godinho e Luiz de Aquino. |
De
dores e livros
Angústia e ansiedade são, sem qualquer dúvida, os
sentimentos reinantes no meio político desta Nação. Estou seguro do que digo,
no que tange ao lado passivo da política – o eleitor – nos intervalos de dois
anos entre uma e outra votação para eleger um bando de párias que nos aprecem
filhos da Pátria, mas...
Bem! O certo é que vivemos estes dias que nos abalam o
emocional desde os tempos da campanha presidencial de 2014: de um lado, a
incompetência comprovada tentando ficar – e ficou; do outro, a dúvida por
feitos nababescos e gastos idem, aliados aos comentários sobre hábitos nada
ortodoxos ante o que esperamos de quem se habilita para presidir o Estado,
gerenciar o País, ser o elemento de confiança da Nação.
A semana mal começada sacudiu-nos em comoção com o
terrível desastre que, ao que tudo indica, não foi acidente, mas a infindável
crônica das mortes anunciadas. Um piloto empresário, antes militar, sediado em
pátria de Evo, certamente simpático e envolvente, usando de meios que arriscamos
imaginar, habilitou-se como preferido por algumas equipes de futebol desta
América do Sul. Sugere-se que ele seduzia pessoas de determinados ambientes
para conseguir contratos.
De repente, a Chapecoense se tornou mais notícia que o
Corinthians e o Flamengo; de repente, a pequena Chapecó tornou-se a meca do
futebol mundial; de repente, emocionamo-nos e todo o mundo se emociona com o
que vimos acontecer em Medelín. E de repente, não mais que de repente,
aconteceu o que todos temíamos – mas esperávamos. Os facínoras que elegemos
para a Câmara Federal fizeram outro desastre.
Em que aqueles 300 e tantos deputados se diferem do
piloto assassino da La Mia – a empresa de uma só aeronave, com sede na Bolívia
e atendendo, de modo canhestro, clientes brasileiros? Cada deputado, desde o
que apresentou aquelas malfadadas e espúrias emandas à proposta do Ministério
Público até cada um dos que votaram a seu favor emendas, cada qual é um piloto
Alejandro Miguel Quiroga.
Escrevo de véspera para que este texto saia no domingo,
no Diário da Manhã. Neste domingo, é certo que acordo temeroso, preocupado com
acontecerá no Brasil nas manifestações deste 4 de dezembro, pois não temos a
conduta dos americanos que, em seus protestos, limitam-se a conduzir cartazes e
cantar refrãos que traduzem indignações. Nossos protestos descambam-se para a
baderna – o que a opinião pública repudia, a despeito legitimidade da causa.
No contraponto destas más-novas, vivi dias de intensa
alegria ao mesclar a tristeza nacional com feitos do meu feitio – quero dizer,
livros. Ao lado do meu amigo de infância (a dele, que é duas décadas mais
jovem) Iúri Rincon Godinho, lancei Amor em Dose Dupla. Ou ele lançou Amor em
Dose Dupla ao meu lado. É que, por ideia dele, assim denominamos, como
perfeitos xarás, nossos novos livros de poemas sob a temática do amor e dos
hormônios do sexo (quarta-feira, 30/11).
As capas, concebeu-as Alexandre Liah, artista de ponta:
um corpo nu de mulher, que, dividido ao meio, foi aplicado em nossos livros, cabendo-me
a parte inferior, posto que Iúri preferiu os fartos úberes. Nossos livros, a
módicos 50 reais os dois exemplares, ou R$ 30 por um, estão à venda na Contato (
62 3224-3737); ou comigo mesmo.
O dia seguinte, primeiro de dezembro, foi o da festa
da Família Jaime/Jayme, de berço pirenopolino, expandida por todo Goiás (de
sempre, contando o Distrito Federal e o Tocantins), Minas, Rio de Janeiro, São
Paulo e todo o Brasil, além de meio mundo! Por esses cantos espalham-se os
Jaime, Jayme e outros nomes consanguíneos, como Rattes, Mendonça, Lopes, Pina,
Siqueira etc, etc. Loas ao autor, Nilson Jaime!
Que as próximas horas, bem como os próximos dias e
meses, sejam de paz e juízo. Que os calhordas a que temos de dizer
“excelências” se toquem, que se ajeitem e, principalmente, que se danem nas
mãos da Justiça que eles, responsáveis pelas maiores mazelas, querem agora
incriminar.
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Luiz de
Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
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