Comendador e padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, o patriarca. |
Uma saga, muitas grafias
Jaime ou Jayme, uma só
família e muitas linhagens
Luiz de Aquino, especial para o DM
Enfim, o dia!
Neste 1º de dezembro de 2016, vem à luz o livro FAMÍLIA JAIME/JAYME –
GENEALOGIA E HISTÓRIA, de Nilson Jaime.
São 1,148 páginas. Capa de Luiz Gonzaga Jayme de Oliveira. |
Depois de 16 meses
de trabalho ininterrupto, em viagens e visitas, contatos e consultas,
pessoalmente ou por telefone, especialmente o celular, e muitos e-mails
trocados (há uma estatística, nesta página, em box), cerca de oito mil pessoas biografa- das, pesquisas em livros e internet, o autor Nilson Go- mes Jaime
(literariamente, Nilson Jaime) fechou-se, nas últimas semanas, nos basti- dores
da gráfica, isto é, no trabalho de edição da obra, que se concluiu com mais de
1.100 páginas em um só volume.
Nilson Jaime, o autor reunido com primos, coletando dados. |
O engenheiro
agrônomo, mestre e doutor, transmudou-se em pesquisador, historiador e
genealogista para dar segui- mento à obra que o encantou no albor da juventude – Famílias Pirenopolinas, de seu parente
Jarbas Jayme, em edição póstuma empreitada por seu filho José Sisenando Jayme,
em 1973.
Nilson Jaime
achou, talvez, um tanto tímida a abordagem da família Jaime (que, na segunda
geração, começava a adotar o Y em alguns registros). Após a leitura, procurou
conhecer pessoalmente José Sisenando Jayme para melhor se informar. Notou, por
exemplo, que da segunda mulher do genearca coronel João Gonzaga Jaime de Sá,
registrou-se, na fabulosa obra que o inspira, somente os nomes dos filhos, mas
não se cuidou da continuidade dessa ala da descendência do “primeiro Jaime” –
ou “Vô Jaime”, como a família se refere a ele.
Coronel João Gonzaga Jaime de Sá – o primeiro Jaime. |
Com o passar dos
anos, a curiosidade e a vontade de continuar a obra só fez aumentar. Teoricamen-te, omitir a descendência de Leocá-dia Pereira era ignorar cerca de
me-tade daquela descendência, pois o segundo casamento rendeu-lhe prole maior
que o primeiro. A motivação, pois, é a que define o
autor: resgatar os escritos de Jarbas Jayme e não deixar que se perdessem os
dados publicados quanto a esta família. E suprir lacunas deixadas por Jarbas
Jayme, como a linhagem afrodescendente.
Leocádia, que fora
escrava, viu-se livre por iniciativa de João Jaime e tornou-se esposa do
viúvo, ainda que os costumes de então lhes impedissem a união religiosa – e,
posteriormente, civil. Este deve ser o detalhe que despertou Nilson Jaime a
pesquisar incansavelmente toda a ramificação dos Jaime (e Jayme) que, a partir
de Pirenópolis, radicam-se em Rio Verde e Palmeiras de Goiás (que já se
chamou Alemão, Palmeiras e Mataúna).
Em poucas décadas,
os Jaime e Jayme estariam também em Anápolis, teriam passagens pela antiga
capital, alguns escolheriam Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo (capital)
e Ribeirão Preto, marcando presenças em vários outros municípios brasileiros.
A construção da
nova capital de Goiás trouxe Jaime/Jay-me também para Goiânia. Em seguida, a
família seria identi-ficada também no novo Distrito Federal, Brasília.
Desde que o mundo
se tornou a “aldeia global” de que nos falava Marshall McLuhan, os Jaime e
Jayme começaram a se espalhar também pelo mundo. A nova hégira coincide, ou
tem excelente veículo justamente nisso, com as facilidades da formação
acadêmica. Nas últimas décadas, muitos foram os que concluíram sua formação
escolar com vistas a obter melhores condições profissionais. Em pouco tempo, gradua-ção era pouco e as especializações surgiram, bem como as titulações mais
elevadas do mundo acadêmico. Muitos des- cendentes alcançaram títulos de
mestres e doutores e, consequentemente, imiscuíram-se no mundo das pesquisas e
do ensino de graus elevados.
Hoje, o nome
Jaime, em sua forma original ou com o pomposo Y, manda notícias de todos os
cantos do mundo. Ou seja, podemos parafrasear o dístico britânico dos séculos
anteriores, segundo o qual o sol não se punha jamais sobre terras do Império: O
sol não se põe sobre o nome Jaime /Jayme.
A atitude do
autor, Nilson Jaime, agora, é aguardar as críticas e comentários para, numa
provável segunda edição, corrigi-las. O que mais sugere, porém, essa obra, é a
conti- nuidade dos registros. Espera-se, também, que descendentes dos demais
filhos do patriarca, o comendador Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, padre
católico, jornalista, professor e político, que gerou outros filhos de
sobrenomes igualmente ilustres e marcantes na vida pública (política, letras,
artes, música, direito, medicina e tantos outros segmentos), sejam estimulados e
tragam, também, suas histórias e genealogia.
BOX 1 - Família Jaime/Jayme em números
Número de páginas: 1.148, equivalente a
três livros de 380 páginas; 55.000 linhas; 15.000 parágrafos; 600.000 palavras;
400 fotografias; 8.000 biografados; 16 meses de trabalho; 5.760 horas de
trabalho; 1.200 telefonemas (com duração de 10 minutos a 1 hora); 1.000 e-mails
recebidos; 40.000 km rodados em automóvel.
Período abrangido: 500 anos (1509 a 2016).
Número de linhagens: 24; maior linhagem:
Mendonça (980 membros ou 1.600 incluídos os cônjuges).
Maior número de filhos:
a) Major Frederico Jayme (de Rio Verde):
24 filhos, assim como o genearca, Coronel Jayme;
b) Sizenando Jaime: 23 filhos, com duas
mulheres;
c) Maria da Conceição Lopes, 19 filhos, com
um só marido.
Cidades com maior número de
descendentes:
1) Goiânia
2) Pirenópolis
3) Anápolis
4) Rio Verde
5) Palmeiras de Goiás
6) Belo Horizonte, MG
7) Brasília, DF
8) Ribeirão Preto, SP
9) Uberlândia, MG.
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Cerca de 88 mestres, doutores e pós-doutores.
POLÍTICA
Destaque:
- Luiz Gonzaga de Camargo Fleury: Membro
da Junta Governativa Estadual (1822-24) e Presidente da Província de Goiás
(1837-39).
Luiz Gonzaga Jaime - desembargador, senador; foi o primeiro Jaime a graduar-se |
Senadores
- Luiz Gonzaga Jayme (desembargador),
Senador por três mandatos (1909-21);
- Leoni Mendonça (6 meses, 1974-75);
- Max Lânio Gonzaga Jaime (6 meses,
1988-89).
Ligação afim, por casamento:
- Marconi Perillo (duas filhas Jaime) e
Ronaldo Caiado (dois filhos Jaime).
Deputados
Federais:
- Iturival Nascimento: deputado estadual
por duas vezes e deputado federal por quatro mandatos;
- Tullo Hostillo Gonzaga Jayme: Deputado
Federal, 1917-20;
- Geraldo de Pina: duas vezes Deputado
Federal (1963-66 e 1968).
Ligação afim, por casamento:
Nion Albernaz (quatro filhos Jaime).
Deputados
Estaduais:
- Major Frederico Gonzaga Jayme, duas
vezes intendente de Rio Verde e três vezes deputado estadual (1909-20); Dr.
Genserico Gonzaga Jayme (1935-37); Ronaldo Jaime, Altamir Mendonça, Plinio
D’Abadia Gonzaga Jaime, Frederico Jaime Filho: todos 3 vezes. Ainda: Kepler da
Silva, Alcyr Mendonça, José Mendonça, Iron Jayme do Nascimento e Olímpio Jaime
(Presidente da Assembleia).
Prefeitos:
Mais de 50 mandatos, em Pirenópolis,
Palmeiras de Goiás, Anápolis, Rio Verde, Jandaia, Petrolina de Goiás, Silvânia,
Niquelândia, Britânia, Vila Propício, em Goiás, Arapoema - TO, e Araçuaí - MG.
Música:
Leo Jaime, Fernando Perillo, Debora de
Sá, Tainá Pompeu e Maestro Joaquim Jaime.
Esportes: Carlos Jayme (Medalhista Olímpico) e Oswaldo
Mendonça Júnior (bicampeão mundial de Karatê-Do).
Professores: Universidade de Colúmbia, EUA: Prof.
Ph.D. Carlos Gustavo Vasconcelos de Moraes; Padre Josafá de Siqueira: Reitor da
PUC Rio; Fernando Gonzaga Jayme: Diretor da Faculdade de Direito da UFMG; Prof.
Dr. Cristóvam Mendonça Filhos, Ph.D, professor da USP; Patrícia Gonzaga Jaime,
com pós-doutorado, professora da USP.
Literatura
e história: Jesus de
Aquino, Jayme Jarbas e José Sisenando Jayme, entre outros.
BOX 2 - O autor
Nilson Jaime com o neto Miguel |
NILSON GOMES JAIME - Bisneto do “Vô Jaime” (o genearca da família Jaime), natural de Palmeiras de Goiás (15/04/1962).
Engenheiro agrônomo, Mestre (M.Sc.) e Doutor (D.Sc.) em Agronomia pela UFG. Fez
seus estudos primários na Escola Paroquial São Vicente de Paula (1968-1972) e o
ginasial no Colégio Estadual de Palmeiras de Goiás (1973-1976).
Foi jornaleiro em sua cidade natal (1971-75), dos oito
aos treze anos, vendendo os jornais Correio
Brasiliense, Folha de Goiaz e Cinco de Março, período em que iniciou
a formação de sua diversificada biblioteca pessoal. Ainda criança, não dispondo
de livros e enciclopédias em sua casa, montou acervo com mais de seis mil
recortes de jornais e revistas, principalmente sobre História, Geografia,
Filosofia, Música, Artes e Ciências. Esse acervo era muito procurado por
colegas para pesquisas escolares, na década de 1970.
Estudou no Colégio Estadual Professor Pedro Gomes (1977)
e no Colégio Objetivo (1978-1979). Foi aprovado em seu primeiro concurso
vestibular, aos 17 anos, na Universidade Federal de Goiás (UFG) (1980), fez
política estudantil e lutou ativamente pela derrubada da Lei do Boi (Lei nº
5.465, de 03/07/1968), que reservava 50% das vagas nas Universidades Federais a
filhos de fazendeiros.
Graduou-se Engenheiro Agrônomo em 1984, aos 22 anos. No
mesmo ano de sua formatura (1984) foi aprovado em concurso público, tornando-se
Professor (1985-88) das disciplinas Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal
(TPOV) e Tecnologia de Alimentos, nos cursos de Agronomia, Nutrição e,
posteriormente (2002-03), Engenharia de Alimentos, da UFG.
Foi Editor de Agropecuária do jornal Diário da Manhã (1988), colunista
da revista Campo & Negócios, de
circulação nacional, e sócio fundador da Academia Palmeirense de Letras e Artes
(Apla, 2005), onde ocupa a Cadeira nº 5, patronímico do genealogista Jarbas
Jaime. Em 2 de julho de 2016, por sugestão dos acadêmicos Luiz de Aquino Alves
Neto e Fausto Jaime, teve seu nome aprovado para membro da Academia
Pirenopolina de Letras, Artes e Música (Aplam), empossado no dia 27/08/2016, na
cadeira nº 9, patronímico do Maestro Silvino Odorico de Siqueira.
O autor tem três filhas: Raquel, Sarah e Déborah. E um
netinho – Miguel Jaime Cardoso (n. 29/10/2015).
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Luiz de Aquino é escritor e jornalista, membro da Academia Goiana de Letras.
2 comentários:
Olá! Quero muito tirar uma dúvida com você. Eu tinha 4 anos e nasceu meu irmão caçula. Na minha lembrança o padrinho de batismo dele foi José Sisenando Jayme. Tenho outra dúvida sobre a ditadura em 64. Se puder fazer contato por e-mail, agradeço.
Não pude responder-lhe, pois você não me passou o meio para o contato.
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