Beijo
Tocar
de lábios, roçar de línguas mornas:
soma de salivas doces, acender de hormônios,
ápice de êxtases.
Tatear
de peles eriçadas: sonhar o sonho
de meses e luas cheias, a esperança do encanto,
o tremor no encontro.
Algo
se move em nós:
sentimos arder no peito
a chama indescritível.
No
ventre, em baixo, arde feito calda
alguma coisa boa.
E nos damos de nós por inteiro.
*&*
Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.
5 comentários:
Erotismo bem trabalhado. Muito bom.
Poema quente e belo.
Belo esse seu poema erótico. Amei isso do "tremor no encontro".
E tão mais gostoso amar com as suas palavras...
Poemas de amor brotam aos milhares. São sementes espalhadas por toda mente poética. Férteis, nascem e crescem com facilidade.
Mas, poemas eróticos, isto é outra construção. O físico apresenta muitas dificuldades de ser exteriorizado com precisão e beleza. "Beijo", e um poema de extrema profundidade. Passa pelo físico, caminha pelas sensações do corpo e encontra alma... não é para qualquer poeta descrever sentimentos puros, verdadeiros e eróticos contidos no "beijo". Tão comum aos enamorados, e tão raros em suas descrições minuciosas. No último verso, a consumação total ocorre... eis aí a pincelada final do construtor. O acabamento perfeito da obra. Parabéns, muito perfeito!
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