Cores do lago
Cor do dia e da estrada. Mata castanha, seca
e cerrado; cor do céu feito olhos, cor do fogo
feito lábios, cor da pele feito noite e lua prata.
Sol e céu e calor do dia,
vento incolor esfria a tarde
e morre a tarde.
Azul de caribe na água do lago.
Corumbá é rio forte; Paranaíba
de graça e grandeza, rompe terras, une povos:
moça branca céu nos olhos,
tez morena jatobá, olhos turvos
miscigena, miss ingênua, pés no barro ocre barranca,
Afro Índio Gália Espanha
Tejo Itália Trás-os-Montes:
Brasil.
Lago azul de Paranaíba
Minas Goiás Corumbá
das Velhas Cumari Catalão
Araguari São Simão Rio Quente
Tupã Tupaciguara Centralina
Itumbiara
Paraná rio abaixo
Grande e Prata Meia-Ponte:
Pantanal.
E de azul se faz o campo no pendão
canário e verde, alvas luzes
de estelares constelações.
Brasil Planalto Central peixe
usina luz e força beijos molhados
caudais aliança "de belo" Paraguai
(lembranças tristes de guerra,
sangue turvando azul.
Memória pra se esquecer).
*&*
Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.
3 comentários:
Poxa, como é doída essa cantilena sobre as águas feridas.
São cores de amor do poeta impressas em seus poemas, parabéns.
Bom demais Cores do Lago. Adorei!
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