Foto: Internet, sem autoria |
Chuva em Lua Cheia
Água. Vento. Raios.
Luzes resistem, envoltas
no alvigris da chuva.
A doze andares, sei do asfalto submerso,
flashes que iluminam a enxurrada.
Vento. Chuva. Trovoada. Serenata.
E um cheiro de pote novo
recém-molhado.
Prenúncio de fartura e faturas
pra quem tem posse. Mas
ai dos ribeirinhos,
dos habitantes das marquises,
dos boêmios pobres,
dos que invadem e constróem frágeis armações
vestidas de plástico-luto.
Ainda o cheiro de pote.
E um piano de duras gotas,
granizo quebrando vidraças.
5 comentários:
A última estrofe é de arrebentar
São imagens fortes. Belas. Um desenho da chuva.
E da vontade de chuva.
Uma tempestade poetizada, tratada com mimos, doçura, coisa boa e má que traz, contada de forma tão bela que emociona, não só a chuva, a Lua, mas, um monte de gente. Inclusive os desvalidos.
Então nós surpreendemos em meio a essa chuva,seguindo um caminho traçado pela luz dos nossos pecados.
Às vezes precisamos de granizos quebrando vidraças...
🌹🌹🌹
As benesses e tragédias da chuva no seu canto de poeta me encantou. Esse "cheiro de pote novo molhado", que vem com as primeiras chuvas, só mesmo um grande vate para poetizar assim com tanta beleza e simplicidade.
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