Um cheiro de mar, talvez
Um azul de céu,
a brisa de mar,
a brisa de terra e nuvens, véu.
O samba, o choro, Água Santa;
bossa-nova. Crioulo que passa
e canta.
Barulho de bonde (Tristeza?)
na Francisco Murtinho,
Santa Tereza.
Um grito "Olha o rapa"!
E eu com saudade
da Lapa...
Uma mulata que passa
gingando alegria
de música e graça.
A vida sugere poema,
uma cena de cinema
em Ipanema.
e uma noite de chope,
Leblon.
E o dia já se desfez.
Algo me enfeitiça e entontece:
o cheiro do mar, talvez.
Luiz de Aquino, escritor de prosa e verso, membro da Academia Goiana de Letras.
10 comentários:
Rio de Janeiro, lembranças que o poeta conhece, o eterno do tempo em seu belo poema.
Dançando com as palavras que fazem toda a graça do Rio de Janeiro!!Poema leve e lindo!!
O chopp do Amarelinho ao lado do hotel serrador e da sede do bola preta era o "the best"
Realmente sua poesia tem o cheiro do mar... Ipanema-Leblon, areia branquinha, maresia... um chope gelado, camarão frito e batatinha frita, um milho cozido, chá-mate geladinho... Castelinho, Barril 1800... ô saudade...
Um retrato do Rio em sucintos versos, como um pintor que economiza nas tintas por reconhecer, talvez, que em seu descritivismo pictórico, as cores mais fortes estão na aquarela das lembranças.
Poeta seu passeio poético pelo Rio me fez dançar na Lapa, tonar Chopp, pisar na areia...poeta quero de volta.
Depois de viver à beira-mar, coisa que ainda não me aconteceu, parece impossivel morar no interior, como no seu caso. E para você, tão dificil quanto estar longe do oceano, é a facilidade de versejar para ele.
Muito bonito o seu poema, Luiz, o Rio todinho dentro dele, parabéns
Sinto até o cheiro do mar através desse belo poema!
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