Veio morna
e tensa como
um beijo:
quente, úmida,
capaz!
Pelos eriçados. Pele.
Um calor
maior nas axilas,
seios e virilhas.
Acendeu-me o sangue e a pele.
Queira,
amada, que
eu diga
em som
de voz
o que me
sugere a alma, o coração
e os sentidos.
Sonhei um canto
de glória.
Beijava
bocas: simples,
carnudas, perfumadas.
E bocas de cheiro
típico, as de duplos
lábios
− não de horizontes,
mas vértices
retilíneos e perfeitos,
um rubro
botão
no ápice, a pulsar em cio...
Sonhei-nos
juntos e quero brincar de pés.
Pés lisos,
limpos, macios,
a se tocarem
íntimos sob
mesas sociais
ou na intimidade
secreta
dos lençóis, a sós.
* * *
Fiz beijos
concisos, úmidos,
nas polpas de cada
dedo em
simetria,
sinistro e destro,
até saber-te eriçada
desde aí,
à raiz dos cabelos.
Assim, sabemo-nos amantes.
Sonhei desenhos animados.
Sou teu
Tom,
teu Jerry, teu
gato de animação,
frágil, cheio
de dengos. Faz-se a música
de fundo, música
de orquestra e ágil,
feito a Primavera,
Vivaldi...
* * *
Solta-te,
amada eleita, e dá-me tua palma
de graça e carícias,
seda de cheiros
e tatos.
Quero-te devota e única,
a mostrar-me a voz
de traduzir sentidos
e ânsias
que nos
ligam, nos pedem − e cedemos.
Fiz escritos.
Escritos meus
não com
tinta, mas
hormônios;
não em
laudas de celulose,
mas
na pele que
me liga
aos sonhos
e os quer reais.
Mãos. As tuas nas minhas,
na minha pele,
no rosto,
nas coxas, nos
braços... no ventre,
nas costas, no íntimo
das dobras naturais,
virilha e joelhos,
axilas e mais.
Mãos. Carícias
íntimas, sob tecidos,
sobre a pele
quente e úmida
de hormônios cálidos
e agitados.
Mãos de afago
e tesão, armas
fortes
na busca de gozos.
* * * * * *
Luiz de Aquino, poeta, da Academia Goiana de Letras.
3 comentários:
Esse seu poema tem todas as reflexões dos sonhos com a mulher amada, volteios no tempo, nos lábios, nos corpos que se tocam e se amam. Parabéns, Luiz!
Que todas tenham o direito de sentir o que diz seu poema: prata boa e saborosa.
Um poema de altíssima voltagem erótica. Bem tramado cada momento.������������
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