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quarta-feira, abril 14, 2021

Madrugada solidão

 

Madrugada solidão

 


 

Madrugada chegou comigo
às vinte e duas badaladas
na Matriz.


Solidão terrível, irmão!
Caminhei ladeiras inteiras,
povoei moitas e desfiz cabelos,
rompendo fechos e laços.
Fremi, quando o desejo
satisfeito
pedia sono.


Em vão, irmão; solidão
tenebrosa!
Um beijo de má vontade
e boa noite, até amanhã.

 

Madrugada comprida, irmão!
A Matriz bate sete
enquanto a madrugada
insiste em existir. 


* * *

Poeta Luiz de Aquino






4 comentários:

Adriano Curado disse...

Esse seu poema me emocionou. Mas também poetizando dessa forma pela velha Meia Ponte do Rosário não seria diferente.

Waldir Ferreira disse...

É chegada a hora de ter um dedinho de prosa com a menina lua. Boa noite amigo.

Sônia Elizabeth disse...

Madrugada eterna para o poeta.

Gugu disse...

Solidão... companheira dolorosa da boêmia insana de nossas vidas. Refúgio de amarguras inconfessáveis e de pecados imperdoáveis.