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sexta-feira, abril 30, 2021

Mãos

 

Mãos

  

Meu pai tem mãos
de amaciar violão (feito as de Rabelo
e Emídio, Marcelo e João Bosco).
Minha mãe tem mãos-carinho
(como as de Mel e Iliana,
de Zaira e Mariana).

            Tenho mãos de escrever poemas
            de amor e coisas afins.

 

O mundo tem mãos que espancam e afagam,
esculpem e colorem. As de Marcos fazem sons,
as de meu pai criam acordes,
despertam amores, acalentam dores,
adormecem temores e acordam saudades.


 

            As minhas molham-se em molhos
            sensuais.
            Tenho mãos
            que amansam vãos.

 

 *   *   *

Poeta Luiz de Aquino



8 comentários:

Jacque disse...

sensacional...

Adriano Curado disse...

Vou pegar carona nesse emocionante poema de hoje e falar de história. Israel de Aquino Alves é Patrono da Cadeira XXXIV da Academia Pirenopolina de Letras Artes e Música (APLAM). Nela só se sentou até hoje o grande e saudoso ator Luiz Antônio Godinho. Família talento essa Aquino Alves. Veja só o turbilhão de emoções que esse poeta Aquino Neto nos lança diariamente. E que dizer do pai dele, o Israel, que conheci magistralmente tocando seu violão...?! E ainda tem o avó do poeta, o primeiro Luiz de Aquino Alves, que infelizmente não conheci, mas sei que fez história na regência da banca Fênix de Pirenópolis. Aliás, só falei até agora de talentos pirenopolinos, como não poderia deixar de ser!

Valéria Gomes disse...

Vãos...

Maria Helena Chein disse...

Mãos

As mãos de seu pai, de sua mãe, as mãos do mundo e as suas, de escrever versos, são puro acordes nesse belo poema. Apreciei o que disse o seu leitor, Adriano Curado, sobre as artes de sua família.

Samuel disse...

Verdade poeta! Em grande parte o mundo é resultado de nossas mãos.

Zanilda Freitas disse...

Um encanto de poema, esse de mãos, de acordes, de afagos de amaciar violão, de amansar vãos, escrever poemas e com eles nos emocionar. Como disse Adriano Curado, você Poeta, nos traz diáriamente um turbilhão de emoções.

Sônia Elizabeth disse...

As suas amansam poemas corpos etc...

Mara Narciso disse...

Fez um giro completo sobre muitas das possibilidades do fazer com as mãos. O término do poema foi apenas um começo de algo que vai muito além.