Mãos
Meu
pai tem mãos
de amaciar violão (feito as de Rabelo
e Emídio, Marcelo e João Bosco).
Minha mãe tem mãos-carinho
(como as de Mel e Iliana,
de Zaira e Mariana).
Tenho mãos de escrever poemas
de amor e coisas afins.
O
mundo tem mãos que espancam e afagam,
esculpem e colorem. As de Marcos fazem sons,
as de meu pai criam acordes,
despertam amores, acalentam dores,
adormecem temores e acordam saudades.
As minhas molham-se em molhos
sensuais.
Tenho mãos
que amansam vãos.
8 comentários:
sensacional...
Vou pegar carona nesse emocionante poema de hoje e falar de história. Israel de Aquino Alves é Patrono da Cadeira XXXIV da Academia Pirenopolina de Letras Artes e Música (APLAM). Nela só se sentou até hoje o grande e saudoso ator Luiz Antônio Godinho. Família talento essa Aquino Alves. Veja só o turbilhão de emoções que esse poeta Aquino Neto nos lança diariamente. E que dizer do pai dele, o Israel, que conheci magistralmente tocando seu violão...?! E ainda tem o avó do poeta, o primeiro Luiz de Aquino Alves, que infelizmente não conheci, mas sei que fez história na regência da banca Fênix de Pirenópolis. Aliás, só falei até agora de talentos pirenopolinos, como não poderia deixar de ser!
Vãos...
Mãos
As mãos de seu pai, de sua mãe, as mãos do mundo e as suas, de escrever versos, são puro acordes nesse belo poema. Apreciei o que disse o seu leitor, Adriano Curado, sobre as artes de sua família.
Verdade poeta! Em grande parte o mundo é resultado de nossas mãos.
Um encanto de poema, esse de mãos, de acordes, de afagos de amaciar violão, de amansar vãos, escrever poemas e com eles nos emocionar. Como disse Adriano Curado, você Poeta, nos traz diáriamente um turbilhão de emoções.
As suas amansam poemas corpos etc...
Fez um giro completo sobre muitas das possibilidades do fazer com as mãos. O término do poema foi apenas um começo de algo que vai muito além.
Postar um comentário