Química morena
Semeio
meu beijo em tua língua.
Plantas em mim a seiva doce
que segregas, os olhos azuis
semicerrados: eriçam-me a pele
e os pelos e nos temos nos braços.
Amamos. Teu ventre, seara fértil;
meu sêmen é flor, pólen que colhes
para “reeditar o mundo”. (*)
Virá, ao tempo e à luz,
a morenidade que me antecede.
Virá o azul nos olhos,
como os que semicerras
desde o primeiro beijo
para eternizar-se por nós e pelo tempo
muito além de nossas rugas.
(*) "Reeditar o mundo": de Antônio Ioris, poeta gaúcho.
3 comentários:
Esse poeta sabe ser especial, pois salpica cores quentes no poema mas sempre com pinceladas românticas.
Química Morena
O amor que prende o poeta é o mesmo que o solta para compor esses versos de azuis e morenez, que se eternizam em nossa sensibilidade.
A embriaguez da cor morena...e o poeta aprecia.
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