Alguém, se não vieres
Eu
preciso que me olhes nos olhos
e decifres a angústia
que te atrai e me tortura.
Eu preciso te dizer certas coisas
que se calaram em mim quando te vi
na manhã imprevista
e indecisa,
mas dizer estas coisas custa ânsias
incontroláveis.
Eu
preciso de vez que te chegues a mim
e não me digas bom dia
e nem me cobres os dias e noites
da nossa ausência.
Eu
preciso de alguém
que converse comigo
no amanhecer.
* * *
Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.
4 comentários:
O amor sem cobranças, que decifre as angústias e converse ao amanhecer, é tudo que nós, reles mortais poetas almejamos.
Que lindo!
Lindo ! Lindo! Aqui o lirismo flutua livremente. Não impõe, não busca, mas.... precisa. O que chamamos de poema da individualidade. Ali está a busca eterna existente no interior do eu lírico. Porém, a certeza, de que talvez, não exista esse alguém que tanto espera...
poeta maior... muito lindo!
Primeira poesia que li de Luiz de Aquino. Perfeita! 👏👏👏😍😍😍
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