Serra de Caldas, Caldas Novas. |
Novembro, manga e voto
Novembro
vai-se a meio e eu
não pensei no Natal, ainda,
tão ocupado de sucessão!
Mas é novembro. Na minha terra,
a chuva encharcou a serra,
reverdeceu encostas calcinadas
nos primeiros dias de outubro
(o fogo, às noites, novelo dourado
enfeitando o negrume do céu).
É novembro, tempo de manga,
morango e maracujá — mas o pequi
me encanta:
drupa dourada, óleo doce,
cheiro e flor do meu cerrado
que a queimada quer sumir.
É novembro, manga e voto,
chuva e choro; choro
a falta de alguém
que me afague os cabelos
e me fale de coisas como
chuvas hibernais
e o sibilar no final
das palavras em plural.
Meu
coração antecede ditames
legais
e se abre pra contar
que te elegeu sem concorrência,
sem ideologias,
sem apuração.
12 comentários:
Novembro... o mês do meu amado pai!
Gosto muito de tudo que citou no seu poema, mas dispenso o pequi! 🙊😊
Parabéns. Novembro é isso mesmo. Muito obrigado ❤️
👏👏
Na apuração, só ganha o coração@ Bravo!
Muito bonito. O novembro é o mesmo para a natureza. Não para nós.
Num poeta tudo Flui com olhos da alma... olhar que transcende e chega ao sagrado. Difícil achar palavras em todos seus poemas.👏
E se o homem Se inspirasse na democracia praticada pela natureza,que sabor teria o voto? Manga ou pequi tanto faz... u.gosto de liberdade.
“...te elegeu sem concorrência, sem ideologias, sem apuração”
Muito bom!“...te elegeu sem concorrência, sem ideologias, sem apuração”
Muito bom!
Ótimo Luiz! Destaco a última estrofe > "Meu coração...sem apuração".
Tempo de manga. Bourbon e Sabina, minhas preferidas. Se tiver mangaba da Serra dos Pirineus também pego. Coloco na lata de arroz pra madurar...
Novembro, manga e voto
Você tem uma sensibilidade notável, quando canta a terra, sua terra, com belas imagens e linguagem apurada. E seu coração sabe do que fala!
Bem a cara da nossa terra!
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