Meu
Pai
Em 14 de novembro de 2011, Israel de Aquino Alves, meu pai, fez a passagem para o outro plano. Tinha 89 anos e poucos dias antes, muito feliz, tocava na festa de aniversário de Edith Ala, amiga da vida inteira. Nestes nove anos de sua ausência, nada preencheu o vazio que se fez em nossas vidas, nem o silêncio em seu bandolim.
Dedos ágeis esses
teus, meu Pai.
Trazem sons que lembram cores
em manhãs de flor e sol, às vezes.
Trazem sons, em
outras vezes,
para lembrar dores de amores.
É sempre bom te ouvir, meu Pai,
quando tocas, quando falas.
Esse falar tão pouco,
esse quase
não dizer porque é preciso
nos deixar à vontade
para o acerto e os erros.
Nos erros, tens para
nós os ombros,
sempre confortáveis,
e outras poucas palavras
para o reconforto; nos acertos,
o riso indisfarçável
do orgulho que engrandece,
da humildade quase beatificante.
Andam ágeis os teus
dedos
apesar dos anos todos.
Olha, meu Pai, eu não preciso
um mero domingo em agosto
para te falar de coisas simples,
cristalinas e fáceis,
como este sempre envaidecer por ser [teu filho.
– Toca outra valsa, meu
Pai!
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22 comentários:
Luiz, fiquei emocionada... quem dera eu também conseguisse dizer em poesia as saudades do meu pai querido. Só na música sinto essa espiritualidade. Orgulho ter você, amigo. Homem de sensibilidade extrema. Meus olhos encheram-se de lágrimas ao ler esse gesto em palavras a seu pai. E ele tocava bandolim...
Pronto: pai músico, filho poeta - que bela junção!
Versos do fundo da alma, Luiz.
Tal pai tal filho. Ambos talentosos e imortais, em toda a amplitude da imortalidade. E acrescente se a essa gente de grande brilho o grande maestro Luiz de Aquino Alves. O Luiz autor deste emocionante poema é membro da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música. Israel e o Luiz maestro são patronos. Tenho muito orgulho dessa familia.
Emocionei-me poeta, pois assim também sinto a falta do bandolim ' música que sempre deixa notas sonoras em nossa saudade.
Fiquei emocionada, engasgada, com esse poema tão inspirador, tão profundo! Suas palavras, imagens, lirismo me despertaram para sentir a beleza do amor por seu pai. Puro encantamento!🌠
Homenagem linda, de fazer chorar. Saudade do meu pai!
Emocionante meu compadre... Realmente fez com que me lembrasse do meu pai...pura emoção e um "enorme" amor...
Sempre que leio esse seu poema, me emociono profundamente. Meu pai partiu também em um dia de Primavera, no 17 de setembro. Esse seu canto repleto de carinho,gratidão, amor e saudade, cutuca lá no fundindo do meu coração.
Alma nobre,sentimentos elevados; versos candentes... O céu está em festa com música e poesia.
Este seu poema é maravilhoso, Poeta. Emocionante.
"Meu Pai", belo poema! Agora entendi porque você tem alma de poeta! 👏👏👏👏👏👏
Beleza. Aquino. Saldou todas as ausências de nossos pais.
Quando o vovô se foi, eu disse que juntos, a vovó dançaria aos acordes do seu violão. Eu já a vi sapateando, num ataque momentâneo de fúria, mas pra mim era como se tivesse dançando.
Tantos mistérios têm esses pais que pouco falam. Quando são doces e tocam, fazem bem. Quando são mudos, batem os pés no chão e as portas, castram. Prefiro a música do seu pai. E os seus versos de reverência. Deve ser bom ter tido um pai que valeu a pena.
Muito bonito o poema dedicado ao seu pai, Luiz; aliás, o todo do poema é também um pouco do pai de cada um de nós, parabéns!
Que sensibilidade extrema, sinto sua emoção ao falar de seu Pai. Não pude deixar de lembrar também do meu saudoso Pai, de seus ensinamentos, as vezes austero, em outros doces.
Que saudade!
Belíssimo, amigo Aquino! Uma linda forma de celebrar a memória de seu querido pai. Emocionante!❤️🌹
Há que se ter gratidão por ter tido conosco o querido velho.
Poema maravilhoso, vindo do fundo da alma. Emocionei-me.
Achei belo o amor que você nutria por seu pai. Lembrei do meu, Cruciano.
Lindos versos, Luiz, minha mae também se foi em um 14 , Todo 14 considero um dis triste. Não é para menos. Perder pai, mae , e filho, é de deixar marca para sempre. Abraços, Beth Fleury,
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