Via, voo... vou!
Ah, Cotovia! Se Bandeira
me permite, vem de volta
dessa frugal aventura
de voar onde dá o vento.
Sei: voaste ao distante
e remoto, e perempto
e viste terras onde nunca
vai o triste.
Mas vem, Cotovia, e diz-me
de nunca mais voar tão longe.
Viaja, sim, mas me leva:
aonde voares, eu voo.
Ou vou!
10 comentários:
Beleza. Voar é preciso.
Excelente jogo de linguagem. Parabéns 👏
Boa tarde, grande poeta, voar é tudo de bom, sonhar com a liberdade também, um abraço.
Poema rico na construção das rimas. O eu-lírico dirigindo suas palavras a ave Cotovia com desejo de novamente voar onde há vento( voar onde existe liberdade e expressão)
Ah! Se possível fosse essa viagem de sonhos. Com certeza o mundo não nos ameaçará com tantas estranhas quimeras.
Voa, poeta, com a cotovia, diferente da de Bandeira outra cotovia não esquecerá nem Caldas e nem Pirenópolis. Passará por outra rua Aurora e seguirá livre. Um hino a liberdade! Belíssimo poema.
Liberdade nas palavras, na intenção, na rima, na condução do seu leitor. Você sabe ser livre, Luiz!
Vai em voo e me toca. Desentoca-me, enfim.
Eu também queria voar.
Um dos seus mais belos poemas, com imagens de voos que levam o leitor a viagens de ida e volta, mais de ida. Noto as palavras com a letra ‘V’, que aparecem vinte vezes, num acréscimo à criatividade. O verso que me enlaçou “e viste terras onde nunca vai o triste”.
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