Quinzena Bernardo Élis
O vídeo acima, gravei-o há poucos dias para integrar uma coletânea de depoimentos sobre o poeta, contista e romancista Bernardo Élis (1915-1997), um dos mais importantes escritores goianos, que presidiu a nossa União Brasileira de Escritores em Goiás, a Academia Goiana de Letras e ocupou a Cadeira n° 01 da Academia Brasileira de Letras.
Na década de 1990, publiquei o livro BEG - Nossa gente, nossa história, no qual tive a graça de um generoso prefácio do amigo e mestre. Nesse vídeo, prometi que publicaria aqui o prólogo, como mais uma participação minha na Quinzena Bernardo Élis; essa iniciativa se marca pela data de nascimento do autor corumbaense - 15 de novembro - e a data de sua passagem - 30 de novembro.
Um Poeta
escrevendo
sobre Banco
Acabo
de ler, como prometera, o livro de Luiz de Aquino sobre a vida do Banco do
Estado de Goiás (BEG) ou sobre a vida no Banco do Estado de Goiás.
O
que me prendeu no trabalho (afora o encanto do autor) foi o fato de versar
sobre um assunto bastante desconhecido para mim, que sempre estive ligado às
letras e nunca ao mundo das finanças, especialmente o bancário. Inicialmente,
digo que acho válida a obra não apenas porque é bem escrita, mas principalmente
porque cogita de um aspecto da vida goiana ainda totalmente desconhecida. Aqui
se vê o nascimento e o crescimento do estabelecimento bancário, com suas
dificuldades e peculiaridades, mazelas e virtudes. BEG: Nossa gente, nossa
história é uma galeria de figuras humanas vivas e lutadoras, tendo a animá-las
o espírito admirável de Luiz de Aquino, o nosso querido poeta de tantos bons
livros. Aliás, por mais que reprimisse, a veia poética do autor explodiu naquela
quadrinha do capítulo intitulado Fevereiro, 1965, que diz:
Quando
eu peço em minhas preces
cada
dia o nosso pão,
acrescento
no pedido
a
vitória do Adão.
Acho
importante que esse livro venha alicerçar uma instituição goiana que se vem
firmando progressivamente e que hoje já representa uma organização
indispensável dentro do Brasil.
Jamais,
em tempo algum, procurei o BEG para utilizar de seus serviços ou para solicitar
qualquer favor, talvez para meu prejuízo, sei lá! Aqui cabe uma restrição a
essa minha afirmativa categórica. Quando na década de setenta disputava um
lugar na Academia Brasileira de Letras, usava dos serviços do BEG, Agência Rio
de Janeiro, e ali contava com um amigo muito especial, o sr. Macário (de Paiva
Neto), que foi muito atencioso, delicado e generoso, auxiliando-me no que
podia. No dia de minha posse, compareceu pessoalmente à solenidade e me
ofereceu um presente - um jogo de
canetas com o meu nome gravado, que conservo até hoje como lembrança
inesquecível.
Valho-me
do momento para agradecer ao amigo Macário.
O
livro que acabo de ler é uma valiosa contribuição à história de Goiás, num de
seus ramos mais desconhecidos e mais pobres que é o das atividades financeiras.
No entanto, talvez, a de maior importância para o nosso desenvolvimento.
Goiânia,
19-X-93.
Parte final do prefácio, no livro. Na foto, Macário de Paiva Neto
presenteia o novel acadêmico da ABL com um jogo
de canetas em ouro.
* * *
Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.
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