Praça da Matriz, Caldas Novas, na minha infância. |
Rio quente e eu
Na minha terra existe um rio.
Pequeno curso, pequeno caudal
que deságua límpido
nas turvas águas do Piracanjuba.
Corre alegre, borbulhante,
mantendo constante
a água clara
a trinta e sete graus.
Persistente, meu pequeno Rio Quente!
Foi ele a imagem primeira
do que chamei de rio.
Rio Corumbá, em Caldas Novas. |
Mas não é ele, ainda,
um rio de verdade. É ribeirão;
e na cidade (pouco mais que vila),
o Córrego de Caldas,
miúdo e manso: hospitaleiro
para o banho, farto de lambaris
de ingênuas pescarias.
Rio mesmo
é o Corumbá, violento e forte.
Vem do norte
e reforça o Paranaíba,
que nasce em Minas.
Rio Pirapitinga, Caldas Novas. |
Rios são assim, feito a vida. Tímidos
primeiro, crescentes depois.
E viram grandes
quando grandes somos também
tal como grande nos parece o mundo.
Saudade de ser córrego:
hospitaleiro e manso.
* * *
7 comentários:
Se tem uma cidade goiana que eu gostaria de conhecer é Pirenópolis ❤👏🌹
Parabéns. Bela visão poética desses recantos.
Que perfeição, o desfecho então, magnífico. Simplesmente o máximo tio.
Beleza de imagens, os rios são sempre fonte de inspiração para os poetas que cantam os rios de sua terra, parabéns!
Gostei Luiz do seu ser rio com vontade de ser córrego!
Rio Quente e eu
Seu poema tem frescor, tem cheiro e tanta beleza! Tem o homem, tem o poeta que vai comigo pelas margens, pelas águas. Até chegar na saudade. Que lindo, Lu! Que pureza!
Belo poema, simples e forte, como os rios. Dos três gostei mais do Rio Quente. Hoje já não queremos mais ser rio, córrego é o bastante!😍
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