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terça-feira, junho 12, 2012

Busquemos Bernardo Élis e José J. Veiga







Crônica de José Mendonça Teles em O Popular: 





Busquemos Bernardo Élis e José J. Veiga



Que o governador Marconi Perillo 
compreenda o esforço que começamos
agora, José Mendonça Teles e eu. Tenhamos
em Goiás o jazigo eterno dos nossos
inesquecíveis e talentosos contistas!



A pequenina Corumbá de Goiás, nas proximidades da Serra dos Pireneus, acolheu, em 1915, dois rebentos que revelaram-se ao mundo das letras como notáveis e criativos contistas – José Veiga, em 2 de fevereiro; Bernardo Élis, em 15 de novembro. Bernardo Élis faleceu no finalzinho de novembro de 1997; e José Veiga, a 19 de setembro de 1999. Ambos foram sepultados no Rio de Janeiro.

Em crônica recente, publicada no jornal O Popular, o escritor José Mendonça Teles conclamou as entidades literárias a unirem-se no empenho para que os restos mortais de Bernardo Élis sejam transferidos do Mausoléu da Academia Brasileira de Letras para Goiás. Faço-lhe coro e atrevo-me a acrescentar, nesse mesmo empenho, que o mesmo se faça com respeito a José Veiga.

José Mendonça contou, com riqueza de detalhes, sobre o sepultamento do autor de Veranico de Janeiro. Embora tenha falecido em  Goiânia, foi desejo de sua viúva que o corpo fosse levado ao Rio de Janeiro para ser sepultado na cripta de honra da ABL.

Sobre José Veiga, tenho a dizer que desconheço manifestações expressas, dele ou de familiares, quando ao local de seu enterro. Só sei que, poucas horas após esse desfecho, recebi um telefonema de sua viúva, a artista plástica Clérida Geada (falecida dois anos após o desenlace do companheiro de meio século); disse-me que, por recomendação do José, queria entregar-me o acervo literário do grande autor de A Hora dos Ruminantes, para ser instalado em Goiás.

A placa no Espaço José J. Veiga - Biblioteca Central do SESC em Goiás (Rua 19, Centro, em Goiânia).

Senti-me honrado e gravemente responsabilizado. Ao longo de oito anos, com o  apoio da Academia Goiana de Letras, cuidei diretamente dos livros e objetos do escritor e amigo querido.  Todos os esforços no sentido de encontrar um local digno para acolher aquele acerto resultavam frustrados, até que, em contatos telefônicos rápidos e eficientes, obtive ótima acolhida dos amigos José Evaristo dos Santos, presidente da Federação do Comércio de Goiás, e Giuglio Septimi Cysneiros, diretor regional do SESC em nosso Estado. Entre abril e setembro de 2007, profissionais da área cultural do SESC cuidaram de todas as peças que repassei à entidade, com zelo especial. O resultado foi a criação do Espaço José J. Veiga na Biblioteca do SESC na Rua 19, Centro, em Goiânia.

A preocupação de José Mendonça Teles é procedente e muito justa! Eu seria omisso se deixasse passar em branco esta ocasião. Quero unir-me a ele e apelar à União Brasileira de Escritores, à Academia Goiana de Letras e outras entidades afins para que tenhamos, em solo goiano, o jazigo de Bernardo e Veiga, corumbaenses que projetaram-se nacional e internacionalmente. E espero que o Governo de Goiás, na pessoa do governador Marconi Perillo, e também as autoridades municipais de Corumbá de Goiás se interessem por esta empreitada.


* * *
Em 1999, eu ao lado da placa que, por lei, identifica a rodovia estadual Pirenópolis-Corumbá de Goiás. As placas (eram pelo menos quatro) desapareceram e a Agetop não as repõe.



4 comentários:

Poeta Gonçalves Júnior disse...

Bela iniciativa, Luiz de Aquino. Temos mesmo que trazer de volta à nossa terra aqueles que tanto contribuíram para a cultura local. Quem sabe, esse seja o primeiro passo para a tão sonhada valorização dos autores goianos... Abraço do Gonçalves Júnior.

Unknown disse...

Caríssimo Luiz, sua determinação em trazer os restos mortais dos dois grandes escritores goianos é válida e importantíssima para nossa história. Lá no Rio de Janeiro estão esquecidos, mas em Goiás poderão ser lembrados e receber justas homenagens. Tenho amizade e parentesco com Emílio, o prefeito de Corumbá de Goiás, posso ajudar você nessa empreitada.

Mara Narciso disse...

É preciso resguardar adequadamente a memória desse dois ilustres escritores. Exigir a volta das placas, guardar o acervo de forma técnica, para que não se percam. Quanto aos restos mortais, eu preferiria deixá-los onde estão.

NILSON JAIME disse...

Caro primo Luiz de Aquino.
Se a viúva expôs a vontade do extinto, que direito temos de ir contra seu desejo?