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sexta-feira, março 31, 2023

 Queridos leitores,


Há pessoas que, não sei se por esquecimento ou se intencionalmente (por desejarem o anonimato), não assinam seus comentários; em qualquer caso, por favor, que me enviem uma mensagem privada. Gostarei de saber...

L.deA.


quarta-feira, março 29, 2023

Menosprezo, descaso ou deboche!


Centro Cultural Oscar Niemeyer, Goiânia.

Menosprezo, descaso ou deboche!

 

Excelente o comentário, ontem, da jornalista Cileide Alves na tarde de ontem, na CBN, sobre o anúncio feito pelo governador Ronaldo Caiado de transferir a TBC de sua sede para o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Ela faz duas perguntas (e já as responde): “Que plano tem o governador para a TBC e a Rádio? Que plano tem o governador para a Cultura? Pelo visto – disse ela – Caiado vê o CCON e a cultura como que numa tabela de Excel, ou seja, a visão de um tecnocrata que só enxerga números; tomar do complexo RBC - TBC a sua sede histórica, a edificação feita para aquele próprio fim para ali sediar a Secretaria da Saúde é algo inexplicável.

Havemos de concordar: Caiado não tem nem teve, até agora, plano algum para a Cultura nem para o complexo de comunicação do Estado, o que, para ele, é uma ferramenta de autopromoção, apenas. A TBC não é para isso, muito menos apenas para isso; ela tem um papel social que sempre foi muito bem exercido, desde os tempos de sua criação dentro do antigo CERNE – Complexo das Empresas de Radiodifusão e Notícias do Estado. O propósito não pode ser outro senão inviabilizar esse equipamento para as futuras gestões.

Também para a Cultura, Caiado não mostrou, em momento algum, um plano de governo. Aliás, nesse mesmo comentário a jornalista demonstrou que o único ser político, além dele próprio, que tem força em seu governo é sua mulher, Gracinha Caiado, que tem força (não por ter votos, é digno de nota) em áreas como a Educação e a Cultura, indicando nomes e controlando o andamento dessas pastas a seu prazer – mas nenhum deputado, estadual ou federal, como nenhum senador, nem mesmo o vice-governador (e como ocorreu com o vice de seu primeiro mandato) tem peso político no governo de Ronaldo Caiado – somente a primeira-dama.

E mais (agora, da minha panorâmica): Caiado recriou a SECULT, mas não deu à pasta a dignidade de que se carece; nomeou um escritor, então presidente da UBE de Goiás, mas substituiu Edival Lourenço sem qualquer marca de respeito à pessoa do secretário, ao que ele representa para o nosso segmento, sem respeito a qualquer das áreas de cultura e artes, designando interinamente um secretário alheio aos nossos temas e, em seguida, também de caráter interino, designou o secretário da Retomada Econômica para o posto (secretário esse também da 'caixinha' da primeira-dama).

O CCON já esteve na mira de Maguito Vilela, que o teria transformado em sede para as pastas de interesse do agronegócio, caso tivesse vencido a eleição para o governo; a Cultura o retomou e, sob a superintendência de Nasr Chaul, vimos a ocupação gradual de todo o espaço para atividade de cultura. Faltou suprir os andares destinados a Bibliotecas. O projeto original teria os nomes de Bernardo Élis e José J. Veiga; mas Marconi, na emoção da morte de Isanulfo Cordeiro, determinou o nome do jornalista para "a Biblioteca” do CCON – o que, parece-me, não ocorreu porque não se constituiu "essa uma" Biblioteca (pelo visto, os dois mais amados contistas da história de Goiás foram desbancados por uma canetada autocrática do ex-governador, idealizador e construtor do Centro). 


A antiga sede do Legislativo de Goiás: por lei, destina-se a abrigar
entidades de cultura e artes, mas o governador quer agradar o TCM
para ceder vaga a um correligionário...

Depois, Caiado estimulou o propositura de um gaúcho, político paraquedista que presidiu a Assembleia, desrespeitando a Lei que destinava o antigo Palácio Alfredo Nasser para o segmento cultural do Estado, mudando sua destinação  para que a antiga sede viesse a servir o Tribunal de Contas dos Municípios. Não agimos com a força que o caso requer e estamos pagando caro: agora, ele nos toma o Oscar Niemeyer para ali instalar a TBC, em total desrespeito para com a televisão estatal e mais uma agressão ao segmento cultural.

Quisera eu ter apenas vinte anos menos: eu poderia ser preso, ter meu carro sabotado, ser "vítima de um assalto" para levar uns sopapos ou facadas, uns tiros para me tirar de circulação por dias ou ainda me eliminar – mas eu não deixaria barato essas arbitrariedades de "sua excelência" (desprovido de qualquer coisa parecida com excelência; ele está mais para "majestade", considerando ser esse o tratamento para os déspotas alheios ao ambiente democrático).

 

Luiz de Aquino, escritor, membro da AGL e do IHGG, do ICEBE e da UBE.