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quarta-feira, setembro 15, 2021

Aves das termas

 



Aves das termas



Palmas bailantes ao vento, 

palmas de buritis, frutos 

envernizados. Escamas lustrosas, 

convidativas ao toque. 


Buriti


 Entremeado, corre o riacho manso 

de água límpida, a dessedentar o solo e 

desenhar arabescos 

em terras úmidas de boa cultura.


 

Anta


Veredas nos vergéis do cerrado, caminhos 

de emas, antas e veados, palco de sonoros 

pássaros de penas várias, como 

as manchas vivas de paletas aquareladas.


Veados


 

Juriti, sabiá e pomba-rola, 

inhambus-xintã e chororó, bem-te-vi e socó, 

joão-de-barro e sanhaço; canarinho-da-terra... 

Feito uma orquestra de fartos ensaios. 


Serra de Caldas

 

Aves a povoar o alvorecer na serra, aquela 

Serra de Caldas, berços das termas 

das longínquas paragens ermas dos gentios 

a fugir em desvios do invasor entrante. 

 

Fogo-apagou


O vento agita palmas; como coqueiros 

a aplaudir os cantos das aves. Hora de o sol 

se pôr a Oeste, além do platô elevado; triste, 

uma rola diz adeus... fogo-pagô... fogo-pagô! 

 


Luiz de Aquino,
poeta