AGL,
Cadeira n° 4
Em recente decisão
para alteração do Estatuto, a Academia Goiana de Letras mudou os critérios para
a eleição de novos membros. O critério em vigor, nos moldes anteriores, exigia
que, ainda em segunda votação, o eleito apresentasse 19 votos, ou a eleição seria
anulada (na hipótese de ninguém atingir esse índice mínimo). E em algumas
eleições em anos recentes, sequencialmente, vários sufrágios foram anulados e as
novas chamadas para a mesma Cadeira vaga impediam os postulantes não
vitoriosos. O fato é que as regras foram flexionadas, de modo a permitir, in
fine, um resultado positivo.
Há um bom tempo
que se espera preencher a única vaga na Academia, e é justamente a da Cadeira
4, antes ocupada pela Professora Moema de Castro e Silva Olival. O prazo para
inscrição de candidatos começa amanhã, 14 de junho, e se estende até o dia 4 de
julho. Os candidatos devem preencher as exigências do Edital – a principal
delas é que seja autor de ao menos um livro. Os critérios outros serão apreciados,
primeiro, por uma comissão especialmente designada, entre os membros atuais, devendo,
ao término, emitir parecer que será apreciado pelo plenário da AGL; em seguida,
com a eleição marcada, a entidade reúne-se para escolher, em votação secreta e
direta, o novo ocupante da Cadeira.
O Edital foi
publicado no jornal eletrônico A Redação, conforme divulga o jornalista Jales Naves;
e de imediato, dizendo estar com a documentação preparada para apresentar
amanhã, dia 14 (como foi dito, o primeiro para as inscrições), ligou-me o poeta
e biógrafo Ademir Hamu.
Habituei-me, há 26
anos, a declarar publicamente o meu voto e, em raras ocasiões, aguardei o
andamento das movimentações para definir minha escolha. Este, porém, é um
momento especialmente diferente, já que o meu convívio literário com Ademir
Hamu remonta às primeiras escritas do ano de 1980 – somos admiradores mútuos:
ele curte meus poemas e minhas prosas, e eu me delicio com seus versos e
biografias. Entre nós, versos e cervejas foram chamariz e visgo, e cuidamos
muito bem de, também na linguagem oral, trocar histórias e opiniões, além do
compartilhamento de vários amigos da escrita e das tintas, dos palcos e das
canções.
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Leninha, obra poética de Ademir Hamu |
Marquei, já, uma
pequena e discreta rodada – claro, claro: irei de táxi, porque aceito, acato e
respeito as regras de trânsito – para conversarmos sobre a campanha, posto que
os propósitos eu já sei, bem como sei da base das exigências para o ingresso no
sodalício maior (por sua natureza) das letras em Goiás.
Eu poderia, dirão
alguns, esperar mais alguns dias para, em confronto com os demais nomes,
manifestar a minha preferência; por duas vezes, fiz isso e não me dei bem:
havia candidatos de igual estima e, na primeira ocasião, viajei, deixando de
votar – numa outra, não marquei ninguém, posto que eram apenas dois e os dois
me eram queridos por demais.
Assim, haja quem
houver na disputa, o meu voto já tem marca e compromisso: é do poeta Ademir
Hamu. Acaso surjam outros amigos, igualmente dignos de um espaço vitalício na
Casa Colemar, merecerão igual delicadeza e atenção num próximo pleito. E é bom
que fique claro: os meus mais-queridos precisam de, quando for o momento,
apressar-se com os papéis, os livros a apresentar e o indispensável (e
apressado pedido) para que, de igual maneira, eu declare o meu voto, evitando
que outros candidatos percam tempo à minha procura.
* * *
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Luiz de Aquino – Cadeira 10 da
Academia Goiana de Letras.
3 comentários:
Luiz de Aquino sempre direto e cortês. Parabéns, Ademir Hamú.
Gostei de conhecer o protocolo habitual de maioria para ser admitido na AGL. É bom que seja assim para valorizar ainda mais estar lá.
13 de jun. de 2023, 17:06:00
Gostei de ler. Muito bom!
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