segunda-feira, maio 31, 2010
Cinco poemas de Lêda Selma
POEMA DO AMOR MAIOR
Teu peito tão cheio
DOURADAS PÉTALAS
Na face, silêncios,
sexta-feira, maio 28, 2010
Festa do Divino e mais...

segunda-feira, maio 24, 2010

É dela o belíssimo livro Quitandas de Minas, ricamente conceituado e finalizado, com fotos daquelas de despertar qualquer apetite!
Incansável, porém, a Rosaly! Ela acaba de publicar no Buzz essa receita que me deixou com toda a vontade de quebrar todas as dietas!
L.deA.
Dessa vez foi a Tia Áurea que inventou de fazer uma coisinha qualquer do Quitandas de Minas.
Ainda não contei aqui, mas todas as fotos do livro foram feitas na casa dela, que ficou dois fins de semana só por nossa conta.
E era um entra e sai daqueles, imagina você, cada hora uma tia chegava com um prato, um pacote. Corre pra colocar os pães de queijo no forno. Ai, ai ai, deixa mais um pouquinho porque está muito branco... Fora os curiosos, que queriam saber como estava indo a coisa, beliscar um pouquinho. Sei que foi uma festa que já deixou saudade.
Quando a gente dava por encerrado os trabalhos do dia, ela preparava um lanche, botava a mesa e ai, íamos conversar sossegados: O Pacelli Ribeiro, autor das fotos do livro, a Tia Áurea; o Gil, seu marido; o Ramom e a Bruninha.
Mas isso já faz um tempo. Num desses sábados a Tia Áurea resolveu de fazer uma rosca que não tinha sido fotografada. Abriu o Quitandas, conferiu a lista de ingredientes para saber se tinha todos os ingredientes em casa e resolvemos fazer a rosca de moranga, que está á página 47.
Deixo aqui a receita, com as devidas explicações:
250 g de moranga cozida
2 ovos inteiros
50 g de fermento biológico
1 colher (sopa) de margarina
½ copo de óleo
1 copo de açúcar
½ copo de leite
1 kg de farinha de trigo
½ colher (sopa) de sal
Separamos cada ingrediente e batemos no liquidificador os ovos, o leite, o óleo, o açúcar, a margarina, a moranga, o fermento. Despejamos numa vasilha e fomos acrescentando a farinha aos poucos. Usamos farinha integral, por isso fomos peneirando para que fosse arrejada.
Fomos misturando até que a massa ficar em boa consistência para ser enrolada. O ponto ideal é a massa um pouco "pegajosa". Sovamos bem e deixamos a massa descansar por duas horas. Como estava um pouco frio, Tia Áurea ligou o forno e deixou a porta aberta para aquecer um pouco o ambiente. Marcamos também o tempo do crescimento do fermento com uma bolinha no copo d'água. Dica da Ana Rita, que na família é a doutora em roscas!
Crescida a massa, polvilhamos farinha numa bancada. Dividimos a massa em duas partes e com cada uma fizemos três rolos, para depois fazer a trança. Um pouco mais de descanso. Colocamos as roscas em tabuleiros untados e levamos para assar, em forno médio por aproximadamente 30 minutos.
Ficou uma delícia: leve e soltinha. Mais morena por causa da farinha integral, mas por isso, mais saudável.
Ah, o sal colocamos somente no final, para não entrar em atrito com o fermento.
sábado, maio 22, 2010
Entrevista a Alda Inácio
sexta-feira, maio 21, 2010
Estágio de Adeus
A importância da poesia está na razão direta do valor da palavra. A elegância no vestir é tão imediata quanto a necessidade de se vestir. São proporções da mesma razão. Os tolos abominam tais cuidados, dizem-nos futilidades femininas (como se as coisas femininas nada valessem, quando são elas as determinantes na vida humana); mas traem-se nos torcicolos adquiridos e na inveja aos que os suplantam em boa-aparência (no item indumentária) e em inteligência (no outro).
Os que trabalham “por objetivos” não gastam comprando livros, sejam de ficção ou poesia, mas empenham-se no corte dos ternos e na harmonia das cores (das cuecas às gravatas). Teriam, estes, melhores resultados se empregassem poetas como assessores que lhe dessem boas qualidades em textos finais e, inevitavelmente, ideias de como investir, aplicar, agir e colher.
Em curto intervalo, a Academia Goiana de Letras registrou a passagem de dois poetas para outra dimensão: Helvécio Goulart, mineiro ao nascer e goiano de vivência, advogado e poeta, acadêmico desde 1997; e A. G. Ramos Jubé, vilaboense, procurador de Justiça e professor (licenciado em Letras Neolatinas). Poetas de refinado talento, cultores de uma indisfarçável idolatria à Língua e ao ofício do verso.
De ambos pincei versos a esmo. Recordar um poeta, para mim, é visitar seus escritos como quem lança os olhos ao horizonte, ao céu e ao fundo do vale próximo, inspirando o ar renovado e enchendo-se das cores da vida. Nunca, em momentos assim, vou especificamente a um poema; abraço-lhes os livros como quem afaga o amigo, e vejo poemas como quem, num microscópio panorâmico (seria possível isso?), vislumbrasse poros de toda a pele...
Helvécio (que nos deixou no dia 19 de novembro), escreveu como quem prenunciasse:
Peço perdão porque eu não podia morrer naquela hora,
eu tinha que correr
eu tinha
que andar
correndo pela noite .
Parei diante dessa estrofe de “Os cavalos” como quem estanca em face da luz ao fim da madrugada. O poeta, parece, justificava ter vivido um pouco mais, porém fica em mim a sensação de que deveria, ele, aguardar duas décadas mais, ao menos. Tinha, ainda muita poesia a cometer.
De Jubé, o homem que, para mim, melhor simboliza a humildade entre os goianos, guardo a espontaneidade da saudação de sempre, uma vociferante alegria de encontro, um cumprimentar como quem nos descobre. A cidade (sempre a cidade) não tem consciência deste vazio. Para a Academia, está vaga a Cadeira 40, por breve tempo. Para a cidade, a partida de Jubé equivale a um breve corte em sua alma perceptível, porque os anos a vir dirão aos pósteros o valor do poeta Jubé.
Dele, delicio-me agora com um poema em especial: “Bairro Botafogo”. É preciso contar aos mais jovens, os que não sabem dizer onde existe um Bairro Botafogo em Goiânia, que o nome precede ao que hoje conhecemos como Setor Universitário:
Bairro Botafogo
De tardezinha o bairro fica melancólico.
Tem uma poesia doída.
A rua larga descamba pra lá como um rio rubro,
e nuvem de poeira espirala-se no ar...
As casinhas, brancas, espiam humildemente
as casa do lado de cá,
numa admiração solene e discreta.
Nada agita a paisagem parada,
nem mesmo operários que regressam.
Uma lavadeira sobe a encosta com a trouxa de roupa.
Ah, os ignorados dramas da pobreza!...
Os buritis estão pálidos,
com preguiça de se mexer.
O rego, desbarrancado, desce importante,
dividindo dois mundos.
Fecho os livros como quem agradece. E até parece que agradecer me satisfaz! Que eles viajem aos páramos da Eternidade, deixando-nos seus imortais poemas. Talvez os desenhemos em bronze num jardim público, talvez escrevamos seus nomes na fachadas de escolas ou museus, talvez...
Talvez a gente morra logo após. Certo é que suas obras alicerçam-se nos discursos dos anjos. Amém!
