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sexta-feira, junho 22, 2012

Homenagem da AGL a Anatole Ramos


Academia homenageia Anatole Ramos




Foi na Academia Goiana de Letras, quinta-feira, passada. Alegria minha por encontrar lá a prole e a “subprole” de Anatole Ramos – que completaria, neste 2012, oitenta e nove anos! Aliás, também bisnetos do Mestre havia lá, e isso lembrou-me o saudoso mestre José Sizenando Jaime: “Uma prole grande é graça divina”, dizia ele.

Essa festa estava programada desde os últimos meses do ano passado. Cibele, neta do Mestre, esteve na AGL e disse ao presidente Getúlio Targino Lima que pretendia oferecer livros de seu avô para a nossa biblioteca. O presidente não queria apenas receber as obras, mas acolhê-las com a dignidade que, entendeu ele, o autor merecia. E foi seguido pela unanimidade das opiniões dos membros da Entidade.

Ao comunicar o fato ao plenário da AGL, o presidente foi interrompido várias vezes pelos acadêmicos presentes. Inclusive por mim. E ao contar algumas passagens vividas com o meu padrinho literário, acho, entusiasmei-me e fui indicado por Getúlio Targino como orador na sessão homenagem, em data a ser marcada. E a marca chegou – dia 21 de junho de 2012.

Discorri tão-somente acerca do modo de ser do meu inesquecível amigo e conselheiro literário. É que, ao longo de 15 anos – de 1963 a 1978 – admirei-o em reportagens, artigos e crônicas nos jornais de Goiânia. Depois, li seus livros. E mais depois, isto é, a partir de 1978, comecei a desfrutar de sua companhia nas lojas da Livraria Cultura Goiana, nas cercanias do Café Central e no calçadão do Grande Hotel, pontos de encontro no tempo em que o Centro da cidade era zona nobre.

Em 1982, levei a ele originais de um livro meu e obtive não apenas uma revisão finíssima, mas também um prefácio de alta qualidade – como não seria diferente, vindo dele; esse livro, Sinais da Madrugada, saiu no ano seguinte. E com o prefácio, repito, que enriqueceu minha escrita. É que, ao apresentar-me, tal como ele me “viu” e “conheceu” naqueles poemas, e de discorrer sobre algumas poesias, ele concluiu:

“Excelentes peças poéticas, que apresentam um Luiz de Aquino que não sabe chorar mágoas nem fazer versos carregados de juras de amor. Na hora de lamentar-se, ele grita; na hora de amar, ele propõe sexo. Sem lirismo fresco, sem romantismo (...). Em tudo, porém, ele põe acento poético, em tudo há conotação lírica (...). A poesia de um boêmio que fala em sexo com amor e carinho, como o sexo deve ser mesmo. Como eu entendo o sexo”. 

Se havia, de minha parte, uma admiração indiscutível ao homem, por seu talento literário, pela sua condição de ser humano voltado para o próximo, capaz de gastar tempo com principiantes inseguros e, principalmente, donos de futuro incerto, uma peça do jaez desse prefácio só poderia ser semente de uma amizade imorredoura. Como ele se foi, conservei o teor e a densidade do meu sentimento para, sempre que necessário e (ou) possível, estendê-lo aos que lhe são os mais próximos.


Daí a minha felicidade de orador oficial naquela noite de memória. Além de mim e da neta Cibele – a quem Anatole preferia chamar Belinha, sem errar na apreciação – nas condições de oradores oficiais, também o poeta acadêmico Aidenor Aires e a presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Heloísa Helena, seguidos da professora Zaíra Turchi, enriqueceram a festa.

Na minha página do Facebook e também no meu blog – penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com – os discursos de Cibele e meu podem ser lidos. Agora, é sonhar com uma provável reedição dos livros de Anatole Ramos, o homem que noticiava, ensinava, estimulava o aprendizado e o aprimoramento, o prefaciador de centenas de livros de inéditos, o consultor para todas as dúvidas atinentes às Letras. E como bem lembrou Aidenor Aires, agora somos nós, seus aprendizes, a repetir a missão que ele plantou em Goiás – a de apoiar os novos.


* * *







A minha fala na Academia Goiana de Letras: 


Por absoluta timidez e, sei bem, por certeza da má qualidade daqueles rabiscos, eu ocultava meus primeiros poemas, concebidos por volta de 1960 e 1961. Alguns colegas de ginásio, nos bons tempos do Rio de Janeiro, conseguiram chegar ao meu caderno secreto, num momento de lerdeza minha, e leram o que estava escrito. Como bons fofoqueiros, contaram dos meus exercícios liricos ao professor José Guilherme de Araújo Jorge, o mais famoso e festejado dos poetas cariocas, então. E recebi estímulos para continuar.

Pela mesma timidez, e ansioso por aprender e crescer, mostrei versos meus a alguns colegas do Liceu, em Goiânia, naquele primeiro ano do Clássico, em 1963. Emílio Vieira entusiasmou-me a prosseguir, dava-me dicas e luzes, que tentei colher bem. E continuei escrevendo, naquela Goiânia de paz e marasmo. Não foi difícil identificar, por pessoas e nomes, os notáveis do meio literário da jovem cidade, e centrei atenção em dois deles, particularmente: Carmo Bernardes e Anatole Ramos, ambos cronistas do semanário Cinco de Março; depois, veria seus nomes e escritos em outros veículos noticiosos, como Folha de Goiás e O Popular.

Atrevi-me, em algumas ocasiões, a escrever-lhes cartas comentando algumas de suas crônicas; de ambos recebi boa atenção, com publicações infalíveis dos meus textos, seguidos de comentários estimulantes. Foi fácil conhecer Carmo, pois em 1968 eu lecionava para três de suas cinco filhas. Demorei uns tempos mais para aproximar-me de Anatole Ramos, e não foi difícil, pois ele também freqüentava as proximidades do Grande Hotel e a calçada do Café Central – a lanchonete preferida dos políticos goianos, dos empresários, dos profissionais liberais et cetera.

Carmo foi marcante quando me decidi por estrear em livro, e o fiz com um livro de contos. Cinco anos depois, atrevi-me ao segundo livro, e foi um atrevimento e tanto! Esse livro era de poemas e tomei coragem para procurar o guru de todos os escribas iniciantes em Goiás – Anatole Ramos.

Desde aquele agosto de 1963, quando cheguei para ficar, notei que Anatole Ramos era o prefaciador preferido pelos estreantes. Não tive coragem de procurá-lo quando da publicação do primeiro livro – O Cerco e Outros Casos –, mas a poesia era, para mim, um desafio maior. Ouvira de alguns amigos que eu era péssimo poeta, então resolvi colher um diagnóstico junto a quem tivesse, de fato, autoridade para empurrar-me para a frente ou sentenciar-me o abandono do verso.

Levei uma pasta de cartolina, daquelas com um grampo enfiado em dois furos nas folhas de papel. Depois de duas ou três semanas, recebi um recado do mestre Anatole; e imediatamente fui à sua casa, no Bairro Feliz; recebi dele a revisão solicitada e um prefácio – desejado, mas não pedido – com a explicação pela demora.
– Quando você me trouxe esses poemas, eu li o primeiro e achei que você havia começado muito mal. E o deixei aí, sobre o piano... Ontem, lembrei-me de ler seus versos; esse poema primeiro é triste, é “pra baixo”. Mude a ordem deles, seu livro está bom.
Eu quis saber se devia tirar aquele poema, mas Anatole recomendou que não:
– Ache o lugar certo. É um bom poema, mas não abra um livro com um poema negativo...
E o livro saiu com um título bonito – Sinais da Madrugada – e um belíssimo prefácio de Anatole Ramos, para minha total alegria.

Prefácios de Anatole eram definitivos: deixavam claros os defeitos e qualidades da obra, traziam conselhos para o autor – e os autores aprendizes, em geral, aprendiam também; eu, pelo menos, aprendi muito com ele. O homem bem-humorado deixava-nos seguros de nossas existências! Anatole tinha isso de nos convencer que ninguém vive em vão. Lembro-me de uma crônica sua, dirigida a uma jovem candidata a escritora, na qual ele definia que a vontade de escrever era, por si só, pelo menos 70% do necessário ao alcance dessa meta. Os demais 30% eram todo o resto – ler muito, estudar muito, escrever muito, reler, reescrever, depurar...

Levar os originais de um livro e buscá-los revisados, e ganhando um prefácio de presente, não eram os únicos motivos para se ir à casa de Anatole. Não voltar era atitude de mal-agradecido, de quinta-coluna. Naquelas primeiras visitas, conheci Dona Lourdes e as meninas, depois os rapazes. Anatole atendia-nos à porta ou no jardim; levava-nos à sala, e se começasse a nascer mais proximidade, levava-nos à biblioteca – belíssima coleção de livros ótimos: os nossos, de aprendizes, misturados com incríveis dicionários, ricos volumes de clássicos mundiais e brasileiros. E qualquer verso rendia uma grande prosa, qualquer prosa de ficção virava prosa oral de riquezas inesquecíveis.

Eu não sei, nunca consegui compreender, a fórmula que alguns homens, notáveis homens, têm para administrar o tempo. Anatole era dos que lia muito, e lia de tudo: os clássicos, os romances contemporâneos de qualquer origem, os poetas consagrados nacionais e estrangeiros, os jornais e as revistas, consultava dicionários e obras de referência. E, ainda assim, achava tempo para ler os novatos chatos, como eu; e escrevia prefácios, dava conselhos, acompanhava-nos nas ansiedades da feitura do livro, comemorava conosco aquela magia de ter nas mãos um rebento das nossas inventivas literárias. (Certa vez, um desses colunistas de jornal perguntou-lhe o que estava lendo, queria contar na coluna; Anatole Ramos respondeu, lacônica e ironicamente:
– Bulas de remédios.
E contava histórias. Falava dos tempos de estudante; dos tempos de sargento armeiro da Força Aérea Brasileira, de “pracinha”da Força Expedicionária Brasileira. Contava do ofício de professor, do de jornalista, e de tudo falava com imensa simplicidade, com humildade beatificada, com a segurança de quem sabia ter bem escolhido suas profissões.

Contava também da família, destacava características dos filhos, mostrava o primeiro neto, levado e inquieto, sua grande alegria. Como gostava de filhos e netos, aquele homem que não envelhecia! Da esposa falava também, de um modo bem definido quanto a sentir que era ela a parceira ideal, a educadora indispensável na sociedade de formar bem os filhos.

Certa vez, no Café Central, vi-o sacar do bolso um pequeno frasco plástico de onde fez saírem três gotinhas brancas para adoçar o café. Ele me explicou que tinha diabetes; comentei, admirado, o bom zelo que tinha para com a saúde, mas fui contestado por Carmo Bernardes, que interferiu:
– Sacarina no bolso, Anatole... Mas a cerveja, você jura que não bebe mais?
Carmo era assim, com lampejos de ranzinza numa alma doce e discreta.

Um dia, era começo de noite, ouvi a voz por demais familiar às minhas costas; disse-lhe o nome antes mesmo de me virar, e deparei-me com um homem magro, de bengala, a barba crescida e alva como nuvem de outono. Achei-o visualmente envelhecido, mas o timbre da voz e a conversa feliz repetiam-me o homem que vencia a velhice. Era o mineiro criado no Rio de Janeiro, o homem que questionou a decisão da FAB em lhe dar uma medalha de mérito como ex-combatente (alegava que não fora combatente, pois não dera um tiro sequer; mas era ele quem municiava os aviões para os combates).
Gostava de ler. E de escrever. De ser repórter, de ser cronista do quotidiano, como cabe a um cronista verdadeiro. De ser professor. De atender jovens escritores. Gostava de Cora  Coralina. Não se habilitou a esta Academia, e eu nunca soube a razão. Gostava de liberdades, tanto que não aceitava a ditadura militar. Tinha uma liberdade sagrada e nos passava esse ensinamento de apego à dignidade.
Há exatas duas décadas, dois anos antes de seu desenlace, Anatole Ramos foi alvo da arma difamatória de um foca (foca, na gíria jornalística, é o aprendiz do ofício; o que hoje chamaríamos de “estagiário”). Esse moço chegou à redação do jornal com duas laudas datilografadas e definiu:

– Li dois livros de Anatole Ramos, não gostei de nenhum. Vou meter o pau nele!

Naquele momento, eu conversava com Ulisses Aesse, também jovem jornalista, mas com alguns anos de jornada profissional e boas informações sobre o ofício das letras. Ao seu modo educado e conciliador, Ulisses disse ao jovem rebelde sem causa:
– Eu não lhe diria jamais para não publicar qualquer artigo, mas veja bem o que escreveu aí. Anatole é amigo e ídolo de todos os escritores de Goiás. Ele é o maior cronista dentre todos, e há ótimos cronistas entre nós. É dele uma grande parte dos bons livros goianos e se você publicar algo assim, certamente vai receber uma chuva de contestações e não conseguirá sustentar opinião.
O moço enfiou as duas laudas na pasta. Sentou-se à mesa, começou a escrever algo contra a máfia dos cemitérios e, em seguida, rasgou o artigo inédito, certamente malfadado. Uma pena! Eu mesmo estava ansioso por acabar com a fanfarronada do aprendiz de mau jornalismo. Costumo dizer que não gosto de polêmicas. Mas aprendi, muito cedo, a não aceitar desaforos. Por isso, algumas vezes me tomaram por polemista – e respondo sempre que prefiro beijo na boca.
Ao indicar-me, Senhor Presidente, para falar sobre Anatole Ramos nesta solenidade, imagino que não sabia Vossa Excelência da alegria que me dava. Hoje, eu alcanço mais uma entre muitas realizações na minha vida de escritor. Eu tenho, neste momento, a felicidade de expressar carinho e agradecimento eterno àquele que, para mim, é, ao lado de Carmo Bernardes, Joaquim Gomes Filho e José J. Veiga, padrinho de uma humilde mas tenaz carreira de poeta e contador de causos, reais e imaginários. E mais feliz me sinto por dizer isso justamente a quem de direito – filhos e netos de Anatole Ramos.

Muito obrigado!



E o discurso de Cibele Ramos Gayoso:



      Boa tarde a todos!

Sou Cibele Ramos Gayoso, “neta número 12” de Anatole Ramos, como ele mesmo gostava de batizar os seus, nas diversas apresentações aos amigos e conhecidos. E filha do meio de Maria de Lourdes Ramos Gayoso, psicóloga, poetiza e a 5ª dos sete filhos de Anatole, e de Pedro Jorge Leite Gayoso de Sousa, médico e grande admirador de Anatole. 

Guardo lembranças vivas e acolhedoras de minha história com meu avô, especialmente de minhas chegadas à sua casa. Meus cabelos soltos, pés pequenos calçados nas chinelas, a subir vagarosamente os poucos degraus da entrada de sua varanda da casa do Bairro Feliz, na Rua L-4, n. 23. Subia e via o vovô em seu quintal, entre satisfeito, curioso e reflexivo, a alimentar seus jabutis e o perigoso tracajá, do qual deveríamos manter distância. Sempre me olhava com carinho e dizia, como nunca alguém me alcunhou “Oi, Belinha!”. Eu sempre parava para observá-lo, num misto de interesse e amedrontamento diante de seu semblante e das tantas fábulas que envolviam sua autoridade e presença entre os familiares. Tinha curta paciência com as peripécias das crianças... Eu sempre curiosa com as tantas visitas que entravam e saíam de sua casa, sedentas por seus dizeres e pareceres, incognoscíveis a mim, ainda pequena, mas nem por isso menos atrativos e misteriosos. 

Quero aqui citar um soneto dele que muito me encantou e que diz de minha busca e iniciativa na tentativa de me aproximar desse avô-artista, com quem ainda tenho tanto a aprender. A título de conhecimento, para aqueles que não sabem, Ervália- MG é a cidade natal de Anatole Ramos.


SONETO À CIDADE QUE FOI BERÇO E É TÚMULO

Ervália, tu és túmulo e me guardas
Sepulto em teus domínios teu passado.
Enquanto pelo mundo insepultado
eu vago a procurar a paz que tarda.

Cadáver de menino embalsamado
em corpo de homem feito me abastardo
sou choro e desespero, me acovardo
e cumpro meu destino perturbado

mas sinto aí fiquei em longo sono
que em ti eu permaneço inerte e frio
corpo tirado às águas de teu rio

órfão de mim deixado ao abandono
que se matou de desespero e medo
suicida inaugurado muito cedo.


Desde que ouvi pela primeira vez esse soneto, a ele me apeguei com grande carinho e admiração. É o meu preferido dos sonetos de Anatole.  Porque a mim ele conta da força e propriedade da herança, do berço e das raízes sobre toda uma vida. E porque acredito nisso e disso não posso fugir, venho aqui reconhecer essa grande passagem que teve Anatole Ramos em minha vida e nas “lavras da literatura goiana”, como bem falou minha amiga e escritora goiana Claudia Carvalho Machado.  Inicio essa empreitada de ressuscitar esse artista porque a mim não me resta alternativa senão me aproximar de tão interessante herança. Herança que atribui significado e enriquece tantos enredos e amores nessa dura vida de todos nós.

Tenho que reconhecer aqui que somente aos 30 anos foi-me possível despertar para a produção do artista Anatole Ramos e que agora, frente à leitura de suas obras e de seus tantos escritos inéditos, consigo vislumbrar como sempre foi instigante a relação de meu avô com a vida e com as pessoas. Apresentava-se sempre muito intenso e presente em tudo e por esse motivo era muito solicitado para revisão de livros, opiniões diversas sobre acontecimentos públicos ou mesmo sobre situações cotidianas, “romances familiares”, assuntos que várias vezes presenciei enquanto menina nas longas tardes de domingo na sala de sua casa no Bairro Feliz. Hoje, nas idas e vindas de memórias, saudades e curiosidade sobre esse meu avô-artista e com o auxílio de meus familiares, reunimos várias obras inéditas de Anatole e me arvorei a publicá-las a fim de que todos possam delas saber mais, beber mais. E só posso dizer que nessa aproximação fui presenteada pela vida de várias maneiras porque posso escutar meu avô me contar ao pé do ouvido e de maneira graciosa tantos segredos que a vida lhe ensinou a duras penas. Dores, surpresas, perplexidades, amores, contrariações e desencantos, contados e cantados de forma tão incrível, me apontando um mundo que com ele ainda tenho muito a aprender. 

Esse aproximar de meu avô tem aos poucos me cobrado grande trabalho. Zelar por suas obras, divulgar sua importância, inclusive na autoria do Hino à Goiânia, e publicar suas obras inéditas é trabalho que parece não ter fim. Mesmo porque, soube há pouco tempo através de João Luciano Curado Fleury, autor da melodia do hino, que este está ameaçado de ser substituído por algum “moderno” hino recentemente intitulado Hino do Aniversário de Goiânia. Causou-me grande indignação tal ameaça, pois o Hino à Goiânia foi um “filho” muito bem planejado e instituído de maneira legal com muito empenho de Anatole e Luciano. Este me contou recentemente sobre a luta para a oficialização deste hino: a letra do hino foi eleita em concurso oficial e a melodia foi por ele produzida através de uma contratação formal realizada por via de edital da prefeitura para que, em casamento (e ainda assim após anos), fossem oficializadas em nossa capital. E o meu maior pesar e temor é que a história conta (especialmente no Brasil) que aquilo que foi construído com tanto labor para se oficializar pode ser criminosamente destituído se isso atender às preferências pessoais e narcísicas de interesses políticos e de seus favorecidos.

Entretanto, nessa luta e satisfação em resguardar a produção de meu avô e de dela me aproximar cada vez mais quero ir até o fim e disso tirar grande aprendizado. Porque disso já estou enamorada. Publicar suas obras inéditas, numa coletânea que intitulei Amores de Anatole Ramos, cujo I Volume foi publicado na 4ª Edição do Goiânia em Prosa e Verso, no último dia 05/10/11 e formalizar uma “casa” para seu legado são alguns dos primeiros passos nessa empreitada.  E percebo que esse trabalho vai aumentando à medida que divulgo aos seus conhecidos sobre o que tenho feito. Vejo assim que a vida, que meu avô tanto cultuou e trouxe à tona de forma tão bela, vem me cobrando mais e mais na direção de divulgá-lo e de com ele aprender.

 Àqueles que o conheceram e tiveram o privilégio de desfrutar de sua companhia ou de sua obra, deixo aqui os meus sinceros cumprimentos.  Àqueles que não o conhecem, faço um convite a conhecê-lo: o artista que fala com toda a alma sobre as coisas em que acredita e às quais dedicou grande parte de sua vida e obra.


Por: Cibele Ramos Gayoso 

7 comentários:

Tania Rocha disse...

Poeta Luiz De Aquino,
Boa noite!!
Não conheço a obra do escritor homenageado ,mas sei da importância do seu legado às artes das letras.Quem em Goiás não conhece o nome do escritor Anatole Ramos!Mas estou aqui no espaço de sua página para dizer que , seu texto está sublime!É como ver um filho saudoso, abraçar o pai querido!Que lindo! Tanta sinceridade e carinho em suas palavras de homenagem ,que senti vontade de ler os livros ,conhecer a história e ficar mais próxima através de sua obra ,de uma pessoa tão importante prá nossa cultura.Parabéns pelo belíssimo discurso!!!A família do mestre Anatole Ramos deve estar emocionada!

Estilo Empresarial RH disse...

Olá, Aquino.

Solenidade memorável e que guardarei no fundo de meu coração. Em nome da Família de Anatole Ramos lhe agradeço pelo belo texto, indubitavelmente versado com muito carinho, deferência e amor ao meu "avô-artista".

Abraços.

Cibele Ramos Gayoso

Estilo Empresarial RH disse...

Olá, Aquino.

Solenidade memorável e que guardarei no fundo de meu coração. Em nome da Família de Anatole Ramos lhe agradeço pelo belo texto, indubitavelmente versado com muito carinho, deferência e amor ao meu "avô-artista".

Abraços.

Cibele Ramos Gayoso

Estilo Empresarial RH disse...

Olá, Aquino.

Solenidade memorável e que guardarei no fundo de meu coração. Em nome da Família de Anatole Ramos lhe agradeço pelo belo texto, indubitavelmente versado com muito carinho, deferência e amor ao meu "avô-artista".

Abraços.

Cibele Ramos Gayoso

Estilo Empresarial RH disse...

Olá, Aquino.

Solenidade memorável e que guardarei no fundo de meu coração. Em nome da Família de Anatole Ramos lhe agradeço pelo belo texto, indubitavelmente versado com muito carinho, deferência e amor ao meu "avô-artista".

Abraços.

Cibele Ramos Gayoso

Unknown disse...

Olá Cibele, meu nome é Carlos Roberto Viana e fui colega de escola de seu tio Frederico, à época nós o chamávamos de FRED. Isso foi em 1971 no Colégio da Asa Norte (CAN) sempre me falava de seu pai, o poeta e escritor Anatole Ramos. Ótimas lembranças da nossa turma, o Fred sempre bem humorado, não me lembro se ele chegou a namorar uma linda colega que se chamava Sued, mas lembro-me de seu interesse por ela. Mudei-me para Goiânia em 1972 e cheguei a ir certa vez na casa de seu avô no Bairro Feliz, como já se passaram quase 5 décadas, não me lembro o motivo, creio que tenha sido para encontrar com o velho amigo Fred. Talvez ele nem se lembre de mim, mas não teria como eu não me lembrar do filho do ilustre Anatole Ramos além de que eu treinava judô e o Fred também. Li várias crônicas de seu avô no Jornal 5 de março e o acompanhei sempre pelo que escrevia.
Pois bem Cibele, passe meu contato para o Fred, após 46 anos e parabéns pela linda matéria acima. Grande abraço.
roberto@cafedicasa.com.br ou robertoviana1@gmail.com

Unknown disse...

Olá Cibele, meu nome é Carlos Roberto Viana e fui colega de escola de seu tio Frederico, à época nós o chamávamos de FRED. Isso foi em 1971 no Colégio da Asa Norte (CAN) sempre me falava de seu pai, o poeta e escritor Anatole Ramos. Ótimas lembranças da nossa turma, o Fred sempre bem humorado, não me lembro se ele chegou a namorar uma linda colega que se chamava Sued, mas lembro-me de seu interesse por ela. Mudei-me para Goiânia em 1972 e cheguei a ir certa vez na casa de seu avô no Bairro Feliz, como já se passaram quase 5 décadas, não me lembro o motivo, creio que tenha sido para encontrar com o velho amigo Fred. Talvez ele nem se lembre de mim, mas não teria como eu não me lembrar do filho do ilustre Anatole Ramos além de que eu treinava judô e o Fred também. Li várias crônicas de seu avô no Jornal 5 de março e o acompanhei sempre pelo que escrevia.
Pois bem Cibele, passe meu contato para o Fred, após 46 anos e parabéns pela linda matéria acima. Grande abraço.
roberto@cafedicasa.com.br ou robertoviana1@gmail.com