O Estado de Goiás renovou contrato com o Gerir – Instituto
de Gestão em Saúde. A organização social, nos últimos doze meses, revolucionou
o sistema de atendimento no nosso maior hospital de urgências, o Hugo. O ato é
um marco: significa o reconhecimento do poder público à eficácia da gestão
terceirizada, modelo que, para o bem dos usuários do equipamento de serviço público
–o de saúde em especial – há de se estender, passo a passo, a toda a rede
estadual.
Essa experiência precisa ser avaliada e seguida, também,
pelo sistema municipal, em Goiânia e nas maiores cidades de Goiás. Afinal, os
municípios são os terminais preferenciais da gestão da saúde pública; grande
parte dos municípios (e não são apenas os de menor população) tem como
equipamento de saúde um discreto posto para atendimento imediato de pequenas
ocorrências e... uma ou duas ambulâncias que, em fim, são seu instrumento
principal.
Argumentação contrária existe, mas tem o contraponto maciço
da satisfação dos usuários. Recentemente, um deputado oposicionista teceu
severas críticas à ação das OS (detalhe: abreviaturas não recebem S para
indicar plural; abreviaturas são abreviaturas). Essa visão é facilmente contestável
por números e fatos. Ficam, tais contestações, no mesmo nível do torcedor que vê
um pênalti em cada queda do atacante, mas o juiz e a torcida contrária viram
uma jogada normal. A diferença é, indiscutivelmente, que no caso da saúde os
resultados são notórios e indiscutíveis.
Vejamos: ainda que contestando seriamente a prática de
terceirização de rodovias, fartamente aplicada pelo governo de São Paulo há
mais de vinte anos e adotada no âmbito federal nos governos de Fernando
Henrique, Lula a praticou também, adaptando-a a moldes de época e da filosofia
dos trabalhistas; e a presidente Dilma Rousseff estende-a a aeroportos – o
tempo demonstrará que a gestão privada é mais ágil e eficaz, de fato.
No tocante à saúde, o governo da Bahia, com o petista
reeleito Jacques Wagner, também adotou a gestão terceirizada em contratos com
organizações sociais – e os resultados também são altamente positivos.
Portanto, acertam também aqui o governador Marconi Perillo e o secretário Antônio
Faleiros, da Saúde.
Aqui em Goiás, o Hugo e o Hospital Alberto Rassi (o HGG, ou Hospital Geral de Goiânia) foram avaliados, recentemente, pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa
– ambos mereceram aprovação pelos deputados, que conheceram as novidades
realizadas e em andamento, além dos números positivos das avaliações estatísticas.
Avaliar sem paixão partidária é o caminho; ou com
honestidade, apenas. Porque censurar uma medida que dá certo aqui só porque o
governo não é do PT ou do PMDB é ignorância – e certamente os resultados
petistas nessa prática, de iguais motivos para se comemorar, não podem ser
relegados.
Em suma, se terceirizar com as OS é o caminho na saúde, e
terceirizar aeroportos e rodovias, além de estádios de futebol, também se
mostram como atos de respostas imediatas – e boas – há que se pensar na
consolidação desse novo modelo.
Espero que o mesmo se dê na Educação. Não bastassem os
baixos salários, a falta de condições mínimas de trabalho (como equipamentos e
segurança para estudantes, funcionários e professores) incomoda e desmerece o
sistema.
É, sim, hora de se ter coragem e iniciativa. Porque o
velho discurso da contestação carece de novos argumentos.
* * *
(*) Hugo – Hospital de Urgências
de Goiânia.
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