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sábado, julho 20, 2013

Anápolis: aniversário com livros

Anápolis: aniversário com livros

Anápolis, 106 anos e 52 livros inéditos (foto: Internet)


Era 1967 e a cidade festejava 60 anos de emancipação. Acho isso engraçado… Em Goiás, festeja-se a partir da data de emancipação, e não de surgimento dos núcleos urbanos; é como se a gente ignorasse a infância e a adolescência e festejasse aniversário a partir dos 18 anos. As mais antigas, como a Cidade de Goiás, Pirenópolis, Corumbá, estas festejam suas datas de fundação, apropriando-se integralmente da própria história; a minha Caldas Novas, por exemplo, devia comemorar 1850, quando a Igreja de Nossa Senhora do Desterro (mais tarde, das Dores) foi inaugurada, dando início ao povoamento – mas remete-se a 1911, o ano da emancipação.

Mas não é este o meu tema; quero falar de Anápolis, que está, desde já, comemorando sua data maior, 31 de julho, dia em que foi emancipada de Pirenópolis, em 1907. Portanto, volto ao começo:

Era 1967 e a cidade festejava 60 anos de emancipação. É de Anápolis, pois, que estou contando. Eu vivi, recém casado, aos 20 anos, pouco mais de um ano na “Manchester Goiana” – apelido que enchia de orgulho os anapolinos. Trabalhava no Banco do Estado de Goiás, cursava o 3º ano do Clássico no Colégio José Ludovico de Almeida (apenas o primeiro semestre; voltaria naqueles dias ao tradicional Liceu onde concluí o Secundário). Minha filha, Élia Maria, acabara de nascer.

Meu amigo e mestre, Roland Vieira Nunes, que nos lecionava Latim,  convenceu-me a participar de seu grupo de teatro amador; lá fui eu, um grande canastrão, integrar o grupo. Meu gosto pela escrita levou o professor Roland a idealizar e realizar um jornalzinho, que rodávamos em mimeógrafo; eu mesmo datilografava as matérias, imitando, numa prosaica máquina de escrever Olivetti Lexikon 80, o formato de jornal. No momento de “bolar” o visual do jornalzinho, eu redigia o editorial, sempre cumprindo o desafio de ocupar todo o espaço na medida exata do texto, ou seja, não escrevendo de menos nem de mais.

Nesse embalo, o professor sugeriu-me produzir um texto em homenagem aos 60 anos da cidade; e eu o fiz, entusiasmado. Nasceu ali a minha vida de autor publicado. Começava a minha jornada jornalística – primeiro, como articulista e cronista colaborador; depois, redator, repórter, fotógrafo, editor etc. e tal.

Meu primeiro texto em jornal saiu, pois, naquele 31 de julho de 1967, e o veículo era O Anápolis, um dos mais expressivos noticiosos anapolinos de todos os tempos. Preciso, urgentemente, obter uma cópia dessa página... Afinal, é a minha história de vida, preciso suprir essa lacuna.

Desde então, não tenho como mensurar quantas palavras, quantas páginas e notas, quantos jornais e livros, quanto escrevi, enfim! Escrever poemas e crônicas, contos e ofícios, memorandos e relatórios sempre foi do meu ofício, seja por diletantismo ou por profissão. E isso começou muito antes, lá por 1958.

Mas volto a Anápolis. Sei que o prefeito Antônio Gomide e sua equipe, fortalecidos pelos segmentos organizados, preparam uma grande festa. E um dos grandes momentos será, certamente, o lançamento da terceira edição do projeto “Anápolis em Letras, Fatos e Imagens”, quando serão lançados 52 livros de autores anapolinos – nativos ou adventícios. Essa festa será no dia 29 de julho, segunda-feira, às 19 horas, no Centro Administrativo (Av. Brasil, 200).

Claro que eu vou! Mas, desde já, meus parabéns ao prefeito Gomide, ao secretário Augusto (da Cultura) e à escritora Natalina Fernandes, que preside a União Literária Anapolina e a Academia de Letras da cidade. Ah! E parabéns a Editora Kelps – chancela inevitável em projetos como esse.



* * *
 .

6 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns à velha "Manchester Goiana", aos idealizadores do "Anápolis em Letras Fatos e Imagens". Parabéns a você Luiz de Aquino , Poeta saudosista, pela crônica tão boa e apropriada.
Só espero que nas "Imagens" apareçam apenas as realmente importantes e não me venham com "aquela mais recente estátua" de gosto duvidoso.

Mara Narciso disse...

E quem sabe encontre uma cópia da sua primeira página publicada? A cada dia vejo mais e mais a importância de se contar com exatidão a história e relembrar as pessoas que construíram o passado.

Sueli Soares disse...

Que sensação gostosa é ler seus escritos!
Sueli

Joãomar Carvalho disse...


Caro Luiz, bom dia!
Vendo você falando da sua relação com O Anápolis, eu me lembrei (a
partir das minhas aulas de História da Imprensa) que ele é o jornal mais
antigo de Goiás em circulação (31/03/1935). O outro da década de 1930, ainda
vivo, é O Popular (03/04/1938). A Folha de Goyaz (onde você trabalhou) já
virou história.
Já há algum tempo, ele pertence ao meu ex-aluno de jornalismo, Dilmar
Ferreira. Já foi diário, agora ele é semanário (era assim no começo). Deve
ser pelas dificuldades de se fazer jornal no interior do Brasil. Ou seja,
muda de formato e de tamanho conforme a circunstância....
Quem sabe o Dilmar te ajude a recuperar os textos que você escreveu lá.
Ele deve ter o arquivo do jornal.
abs,
joãomar

Luciene Silva disse...

Minha Primavera eterna, meu poeta sinônimo de borboleta.
Que sabe o valor do beijo da flor.
Sua flor que é o amor!
Gostei sim da crônica, perdoe-me não ter comentado anteriormente aqui por escrito, porem como lhe relatei pelo bate papo, comentei no programa de radio.
Minha eterna primavera, que tanto inspira nos escritos, que bom saber que teremos um encontro segunda feira, quero muito lhe apresentar um senhor incrível chamado “João Asmar” que é um mar de amar...

Beijos saudades...

Luciene Silva disse...

Minha Primavera eterna, meu poeta sinônimo de borboleta.
Que sabe o valor do beijo da flor.
Sua flor que é o amor!
Gostei sim da crônica, perdoe-me não ter comentado anteriormente aqui por escrito, porem como lhe relatei pelo bate papo, comentei no programa de radio.
Minha eterna primavera, que tanto inspira nos escritos, que bom saber que teremos um encontro segunda feira, quero muito lhe apresentar um senhor incrível chamado “João Asmar” que é um mar de amar...

Beijos saudades...