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sábado, agosto 31, 2013

Dois pontos: escolas e Bolívia

Dois pontos: escolas e Bolívia



Em maio deste ano, publiquei uma crônica sob o título “Falar e escrever”. Este tema é recorrente, para mim, há anos. Gosto de aprender coisas novas sobre a língua. (Ah! Confesso: coisas novas e também as velhas, que descubro-me ignorante a cada dia, a cada aprendizado). Em 2009 selecionei crônicas em que comentara e tentara aprender e corrigir falas e escritas, sobretudo as que mais me atraem – as dos bacharéis, professores, jornalistas e similares. O resultado foi um livro: “Ah, língua brasileira!”, publicado em 2011 pela Coleção Prosa e Verso, da Prefeitura de Goiânia, em parceira com a Editora Kelps e a Editora da PUC/Goiás.

Tudo bem: citei a crônica recente, “Falar e escrever”, por um motivo muito especial. O texto foi publicado no DMRevista em 12 de maio último, e a Secretaria de Estado de Educação usou-o na prova de Língua Portuguesa da Avaliação Diagnóstica deste ano, para alunos de 9º ano. Vejam, leitores, o blog: http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com.br/2013/05/falar-e-escrever.html.

Espero que os jovens estudantes valham-se dos meus textos – como, também dos de tantos outros escribas nossos conterrâneos – no empenho pessoal pelo seu aperfeiçoamento. Seja qual for sua profissão futura, sabemos que o domínio da língua e uma boa bagagem de conhecimentos gerais hão de, sempre, fazer a diferença. Particularmente, senti-me feliz com a escolha e por participar de uma prova aplicada em todas as escolas fundamentais da rede estadual; afinal, sou frequentador contumaz de escolas.

Esse “agrado” chegou-me enquanto, perplexo, indignava-me com a postura de alguns ante a fuga de um senador boliviano para o Brasil, sob escolta de militares e um diplomata brasileiros. O diplomata foi taxativo: agiu assim para dar proteção ao asilado, que há 15 meses estava confinado a uma sala na Embaixada Brasileira em La Paz, sem que o governo de Evo Morales liberasse o salvo-conduto para que ele deixasse o país, conforme resolução internacional de que a Bolívia e o Brasil são signatários.

Pronto: o ministro chancelar caiu; a presidente Dilma esbravejou contra o ato do diplomata e dos militares, vociferou repreensões e foi acertar os ponteiros como colega boliviano no Suriname. Fiquei intrigado: por que Evo Morales inspira tanto medo ao Brasil, hem? Ele já aprontou antes, expulsando da Bolívia a Petrobrás – benfeitora inegável do vizinho país mediterrâneo; depois, a Bolívia agiu como bem entendeu no caso dos torcedores corintianos, e as autoridades do Brasil esperaram por tudo, passivamente; agora, ele ruge e nós nos encostamos.

Se houve indisciplina, que se repreenda o faltoso; mas reconheçamos: Eduardo Sabóia, o diplomata citado, agiu com determinação e coragem! Em seu lugar, eu teria feito o mesmo. Evo Morales age mesmo com algo que penso ser megalomania; sente-se plenipotenciário, como Fidel e Chávez – talvez um Kadaf dos Andes.

Insisto: que tipo de ameaça exerce ele contra nós? Já bateu o pé três vezes, e três vezes dissemos amém. Sei que muitos brasileiros pensam como eu, sentem-se incomodados com esse senhor presidente. Naquela primeira vez, chegou mesmo a ameaçar-nos de cortar o gás. Mas deve ter percebido que teria mais a perder, imagino. E agora? Qual é a bravata? Acho que ele podia ameaçar com o corte de pasta-base de cocaína, matéria prima do crack; a saúde pública, a segurança e a educação no Brasil sofreriam muito menos!


* * *


2 comentários:

Zanilda Freitas disse...

Quando soube que a Dilma estava em Paramaribo para conversar com o "Dito Cujo", pensei exatamente sobre o que você disse. O que será que ela teme? . Deixando pra lá as questões políticas, parabéns pelo seu texto usado pela Sec. de Educação de Goiás, bem merecido e reconhecido. Abraços Poeta!

Mara Narciso disse...

Tenho lido sobre a lista de maus-tratos impingidos ao Brasil por Evo Morales. Será que ficaremos sabendo do motivo dessa subserviência? Duvido.