Páginas

sábado, maio 12, 2018

Eleições na AGL


Vagas acadêmicas



A Academia Goiana de Letras realizará eleições – duas – para preenchimento de vagas. Duas delas em breve, sendo que uma já encerrou o prazo de inscrições, a outra ainda acolhe interessados. Uma terceira será anunciada, em data a ser ainda escolhida, quando acontecerá a Sessão da Saudade pelo desenlace de José Mendonça Teles.

Explico: as academias de letras são clubes fechados, com número de vagas limitados (o padrão é de 40 cadeiras, segundo os critérios da Academia Francesa, que se usou por modelo para a criação da Academia Brasileira de Letras). As vagas ocorrem quando do falecimento de membros. Os acadêmicos apreciam os candidatos, avaliando suas obras – é condição sine qua non para a candidatura – e assim definem suas preferências.

Recentemente faleceram os acadêmicos Eliézer José Penna, José Fernandes e José Mendonça Teles. Eliézer era o ocupante mais recente da Cadeira n° 5 e José Fernandes, da Cadeira n° 21. São essas as vagas declaradas, ato que se dá quando da respectiva Sessão da Saudade, quando um dos membros acadêmicos, por escolha do presidente da Entidade – hoje, a acadêmica Lêda Selma de Alencar – profere o panegírico ao confrade falecido.

Dentre os escritores que se apresentaram candidato, já me decidi pela professora Maria de Fátima Gonçalves Lima na Cadeira 5 e, ainda com o prazo de inscrições aberto, comprometi-me, de coração também, com o poeta e crítico literário Adalberto de Queiroz. Ambos são amigos da minha predileção, a quem admiro pelo trabalho desenvolvido na literatura praticada em Goiás.

As exigências formais da AGL são simples, tanto pelas condições pessoais do candidato (ser goiano residente no Estado ou aqui viver por pelo menos cinco anos, ser autor de livro), mas a sua relação com o meio literário e, obviamente, com o quadro acadêmico, definirão o gosto dos eleitores. De minha parte, finco pé no critério seletivo em que busco votar naquele que mais compromissos demonstra com o meio literário – como a sua produção, a qualidade de seu texto, a criatividade, a prática constante nos procederes da Educação e da Cultura, o amor à causa, à Academia e a Goiás.

O candidato deverá também demonstrar bom conhecimento da língua pátria, exercê-la com competência e defendê-la sempre. Na esfera social, costumo me informar sobre a atuação do candidato na aproximação com os jovens, buscando desenvolver neles o gosto pela leitura e o interesse pelos autores locais. Entendo também ser de boa referência o candidato à “imortalidade literária acadêmica” demonstrar que cultiva a boa prática de orientar e auxiliar jovens escritores. A imortalidade não é algo que se tenha por “imorrível”, como bem gosta de dizer a presidente Lêda Selma, mas isso se faz pela continuidade. Gosto de lembrar que na nossa juventude – aqui faço alusão aos septuagenários e sexagenários de agora – tivemos escritores veteranos que muito nos ajudaram, como Anatole Ramos, Carmo Bernardes, Yeda Schmaltz, Joaquim Machado de Araújo e muitos outros. Esses saudosos amigos já nos deixaram, mas cabe-nos continuar o seu empenho de assegurar a prática das letras, como autores e leitores, para a posteridade.

Voltarei ao tema, sempre. E espero voltar em breve, quando se iniciar o trabalho de sucessão à Cadeira n° 32, que teve José Mendonça por Primeiro Ocupante. Espero que nomes de realce nos quesitos acima referidos se apresentem e que eu possa escolher o autor da minha preferência para estar conosco. Por enquanto, votarei em Fátima e Adalberto, esperançoso em suas vitórias.


*****

Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras.


Um comentário:

Sônia Elizabeth disse...

Aprovado, Luiz De Aquino. Valores especiais de nossa cultura esses de sua escolha.