Em 1960, com 154 mil habitantes, sem a construção do Centro Administrativo. |
Goiânia, 90 anos: memórias
de dois terços desta história!
Era 31 de julho, 1963. Faltavam 55 dias para
o aniversário de 30 anos da cidade quando cheguei a Goiânia, para ficar. Vinha
de minha terra natal, Caldas Novas, mas morava no Rio de Janeiro desde 1956;
desembarquei na Estação Rodoviária, atualmente um quartel dos Bombeiros, na
avenida Anhanguera, em frente ao Lago das Rosas.
Tomei um táxi até a Rua 96, limite sul do
asfalto da cidade; o táxi, na realidade, era uma charrete. Eram muitas
charretes para o transporte de pessoas, além de carroças para os fretes de
pequeno volume. Os dias posteriores seriam para as descobertas. Eu completaria
18 anos em 45 dias, e esse tempo foi o bastante para palmilhar todas as ruas do
Centro e do Bairro Popular: o espaço entre a Avenida Paranaíba e a Rua 67, que
se tornou Avenida Independência; e o antigo aeroporto, que virou bairro. e o
bosque do Botafogo, onde se instalou o Parque Mutirama, em 1969. O Bairro
Popular tinha três grandes referências: o Estádio Olímpico, o Mercado da Rua 74
e a Escola Técnica Federal - hoje, Instituto Federal de Goiás. O eixo central
da área mais nobre da cidade era a Avenida Goiás, em cujo término está a
Estação Ferroviária; logo após, na década de 1950, surgiu o Setor Norte
Ferroviário.
Vivi o Liceu, com sua fanfarra que
ostentava um título honroso – Banda Marcial – que disputava hegemonia com sua
similar do Colégio Pedro Gomes, conhecido também como Liceu de Campinas. Nossa
juventude era pontilhada de festinhas de garagem, bailes no Jóquei Clube (em
sua antiga sede), nos clubes do Sindicato dos Bancários e no oitavo andar da
sede do Banco do Estado de Goiás.
Nos cinemas, os homens só entravam
trajando paletós; as mulheres, sempre em trajes de rara elegância: eram muitas as
lojas de moda feminina, ao longo da Avenida Anhanguera; os homens vestiam
ternos confeccionados pelas várias alfaiatarias em tecidos comprados na Casa
Hudersfield – as roupas feitas não eram muito aceitas. Conheci Campinas, mas evitava
as festinhas campineiras, pois o bairrismo era forte e eu não queria me meter
com confusão; já bastava a rivalidade entre Liceu e Pedro Gomes e Vila Nova versus
Atlético.
Mauro Borges, filho de Pedro Ludovico, era
o governador; o prefeito, Hélio de Brito, era médico de ampla referência. A
arquidiocese da capital era dirigida pelo bispo Dom Fernando, auxiliado pelo
jovem Dom Antônio; a guarnição do Exército era o quartel do 10° Batalhão de
Caçadores (depois, 42° Batalhão de Infantaria). Vila Nova, Atlético, Goiânia e
Goiás eram os quatro times da capital e para disputar o campeonato bastava
incluir os clubes de Anápolis. A pizzaria pioneira era a Capri (depois se
chamou Bagainha), os hotéis de maior referência eram o Bandeirante e o
Presidente, já existia o Bolonha (restaurante italiano), a Churrascaria
Campestre (na Av. Araguaia com a Rua 3) e a Kabana (Av. Goiás com Rua 5).
Havia o Teatro Inacabado, sempre em
construção, mas já usado para apresentações, por seu diretor Otavinho Arantes, e
o Teatro de Emergência (colado ao Jóquei Clube, demolido por exigência do “regime
militar”, que alegava serem os atores “um bando de comunistas”; o meio
literário, até então crescendo timidamente, era sacudido pelo GEN – Grupo de
Escritores Novos. Na música, as referências eram ao maestro Jean Douliez e à magistral
Belkiss S. Carneiro; e os conjuntos de bailes e os boêmios das serenatas...
Para os colegiais, a preocupação era com
os vestibulares nas Universidades Católica de Goiás, formalizada em 1959, e
Federal de Goiás, em 1960, ambas instaladas nas cercanias da Praça
Universitária, no bairro Botafogo, que se tornou Setor Universitário. E tinha
ainda uma escola isolada, não inserida em universidade, da esfera do Estado: a
Escola Superior de Educação Física de Goiás, conhecida como Esefego.
São muitas as lembranças... e a saudade!
Mas resumo: em 1960, a população de Goiânia era de 154 mil habitantes; em 1963,
estimava-se em 210 mil. O quanto a cidade se expandiu e refletiu nos municípios
vizinhos (a atual Região Metropolitana) é do conhecimento e da percepção dos
leitores bem informados – dentre os quais, receio incluir-me sem o risco de ser
flagrado em erros.
Goiânia de hoje: somos 1.500 mil habitantes. |
* * *
Luiz de Aquino é jornalista e escritor,
membro da UBE de Goiás e da Academia Goiana de Letras.
Especial para o jornal O Hoje.
5 comentários:
Parabéns, e obrigado por relatar um pouco da sua trajetória dentro da história de Goiânia!
Cida Taveira
Adorei 🥰 muito interessante !
Eu gosto das suas crônicas!
PARABÉNS!
Há um errinho de aritmética na primeira linha desta crônica: onde ser lê "...55 dias", o certo é "...85 dias".
Foi-me diagnosticado o vírus do herpes no ano de 2010, por isso a minha vida ficou devastada, já não tenho ideia do que poderia fazer da minha vida até que encontrei uma velha amiga minha, a Tiffany, com quem estudámos juntos nessa altura na faculdade, ela era uma afro-americana. explique-lhe o meu estado de saúde atual, ela riu-se e disse que não é um problema porque conhece um fitoterapeuta tradicional africano que me vai curar completamente com um fitoterápico. de e-mail do fitoterapeuta drjekawo@gmail.com O Dr Jekawo respondeu ao meu e-mail e eu fiquei muito feliz e ele explicou como seria o tratamento durante 25 dias, concordei que paguei a taxa de preparação dos medicamentos fitoterápicos e recebi o produto fitoterápico poucas semanas após a preparação do fitoterápico remédios, tomo o fitoterápico conforme as instruções devo confessar que o Dr. Jekawo é um ótimo fitoterapeuta tradicional faço um teste rápido fiquei completamente curado então recomendo para minha mãe que sofre de demência e meu marido que sofre de próstata o cancro também foi curado pelo Dr. Jekawo. Quero utilizar esta plataforma para lhe agradecer muito e também para o recomendar a qualquer pessoa que sofra de herpes, cancro, mioma, infeção da próstata, parkinson, gonorreia, hiv, clamídia, hpv, hepatite e tantas doenças com as quais o Dr. Jekawo pode curar o seu conhecimento ancestral de ervas está para além da minha imaginação.
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