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sexta-feira, outubro 05, 2007

Letras belas e outras nem tanto

Letras belas e outras nem tanto


Nem tudo o que é notório é digno de nota... Parece que algumas pessoas públicas entendem assim. E, com isso, tentam tapar o sol com a peneira e, por isso, não obtêm boa imagem. Os colegas fotógrafos sabem do que falo. A imagem fica salpicada de luz, manchada de sombras, quase que indecifrável.

Não, meu amigo, não falo de nada confuso. Refiro-me aos que tentam atrair para si próprios os resultados dos esforços de outrem, acreditando que se põem sob holofotes. Mas, infelizmente, o que parece ofuscá-los é o foco da luz de um prosaico vaga-lume. Não preciso ser específico, não; uma série de pequenos fatos, em torno de uma só “efeméride”, despertou-me para isso. Mas tenho certeza de que todos os que me lêem têm conhecimento de alguns fatos que merecem estes conceitos.

Mudando de assunto, e muito oportunamente, vou tornar público um convite muito importante (e esta publicação tem valor, sim; todos os que me lêem são convidados, tanto quanto eu): no próximo dia 10, quarta-feira da semana entrante, às 19 horas, o SESC da Rua Dezenove, no Centro de Goiânia, promoverá o lançamento do livro "Conversa com Verso", de autoria de Renato Castelo e Heloísa Helena de Campos Borges.

Renato Castelo é figura carimbada no meio artístico de Goiás desde a década de 1960, quando surgiu, no cancioneiro local e em plena vigência da ditadura, o antológico samba "Vila Operária".

Heloísa, atual presidente da Academia Feminina de Letras e Artes, é competente em tudo o que faz. Professora, poetisa, crítica literária... Ela integra a falange das mulheres que não esperaram um príncipe em quem se escorar, mas uniram-se ao homem escolhido para serem parceiros. Uma pessoa em que a dignidade, a sobriedade e a ética falam muito alto.

Foi ela, ao lado de José Fernandes, as pessoas a quem convidei para saudar, com textos críticos, o escritor Antonio Olinto. Quando o convidei para vir a Goiás, tinha em vista enriquecer a inauguração, na Biblioteca Central do SESC, do Espaço Literário José J. Veiga, pois o autor de "A Casa da Água" foi o primeiro crítico a analisar a obra de José Veiga. Tornaram-se amigos pela vida afora; trazer Antonio Olinto a Goiás foi, para mim, uma realização ímpar, possível apenas pelo apoio do secretário Kleber Adorno e do prefeito Íris Rezende.

Solicitei, em sessão da Academia Goiana de Letras, que a Casa homenageasse o escritor mineiro, na solenidade de seus 88 anos. Olinto sente-se muito bem em Goiás, tamanha é a gama de identidade entre goianos e mineiros. A Academia Goiana rendeu-lhe justas homenagens, e Heloísa Helena e José Fernandes brilharam com seus estudos em torno justamente de "A Casa da Água", mas ficamos devendo mais e mais estudos sobre esse autor. Mas isso será feito, certamente, pelos estudiosos da Língua e da Literatura. Obviamente, temos em terras do Cerrado intelectuais à altura para isso.

Como se pôde notar, de novo é o SESC promovendo eventos de grande monta no meio cultural de nosso Estado. Estou a dever, conscientemente, e com vontade de me fazer justo na medida mais próxima deste sentimento de justiça, as evidências dos feitos de dois grandes gestores locais: José Evaristo dos Santos e Giuglio Settimi Cysneiros, respectivamente Presidente e Diretor Regional da instituição.

Enquanto isso, e voltando aos que tentam roubar a luz alheia, uma frase que bate desagradavelmente em algum ponto profundo dos meus miolos: "Estou acéfala de registros escritos".

Gente, gente!... A frase, sem sentido na interpretação literal de cada palavra, é efetivamente sem sentido. Só seria dita por alguém efetivamente acéfalo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo Luiz consegue (e isso não é novidade!) trazer um fato social e discuti-lo implicitamente sem ofender (o alvo da crítica) e sem, contudo, prejudicar a compreensão de quem lê o texto!
Gosto de teu jeito de escrever, meu prezado amigo Luiz de Aquino!
Pela originalidade e pela sinceridade, teus textos sempre me seduzem!

Anônimo disse...

Luiz,

Como não tomei conhecimento do fato comentado, não pude entendê-lo completamente, mas em vista do que foi realmente falado, concordo que a tal frase é carente de sentido, ou seja: que não há cérebro e nem palavras escritas, ou seja, históricas. Mas já você, amigo, faz história com sua já sabida e decantada sinceridade ácida. Quem não quiser sair mal na fita que se comporte bem.

Abraço, Mara

Madalena Barranco disse...

Oh, Luiz, a fórmula da luz é igual para todos, a diferença é que algumas lampadinhas ainda não descobriram que dentro de si têm a fonte de energia... E por isso desesperadamente "sugam" as outras luzes. Eu também não sei sobre o que você fala, amigo, mas não preciso, porque sei que nada há de atingi-lo. Ah, depois conte-nos sobre o evento do SESC, está bem? Beijos.

Anônimo disse...

Luiz de Aquino, uaaaaaaauuuuuuuuuuu!!!!!!!!
Ficou muito bonita e obrigada pela sua opinião.
Puxa, você nem pode imaginar como eu fico feliz e me sinto cumpridora da obrigação de ser pessoa neste nosso nada fácil tempo.
Um grande abraço, meu amigo, Heloisa.

Unknown disse...

Olha Luiz, até hoje não consigo entender porque aquelas pessoas correm ali, tendo o parque Areião tão perto?
Parabéns pela excelente crônica.Beijão.
Cláudia.