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terça-feira, julho 19, 2011

Dois poemas acerca da Ponte do Carmo, a de Pirenópolis

(Para Adélia Maria Batista)

Dos rios nascem sonhos, desejos, esperanças… E cidades! Pirenópolis – em Goiás, Brasil – nasceu do Rio das Almas, os homens bandeirantes, aventureiros em busca de ouro. No princípio, era Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia-Ponte; depois, Meia-Ponte e, por fim, Pirenópolis. Essa ponte liga o centro da cidade ao Alto do Carmo; é sustentada em pedras, por colunas fortes de aroeira, árvore típica do Brasil; e também em aroeira tem suas vigas. Bonita ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas!
Viajei curto percurso


só para fazer a fotografia,

pois Adélia me exigia…

Aqui, portanto, Dra. Adélia, vai mais um poeminha (a palavra aroeira pode ser mantida; ponha-a em itálico, quando traduzir).
L.deA.

 


A ponte no Rio das Almas


Aquela é a Ponte do Carmo, 
em madeira de aroeira, pintada
de branco e vermelho.


Une dois lados da mesma cidade,
Pirenópolis de agora 
(Meia-Ponte, outrora).

Lado sul é margem esquerda; 
cruzei-a ao norte, direita
o lado que beija o Carmo.


A ponte, o rio,o céu e a lua; 
as casas, o largo, pedras da rua
e ela, sob a ponte, quase nua…



Lembranças de mexer com o amor.
Metáforas de fé e união, as pontes,
os longes, meu coração



a quase sempre sonhar com flores

buscar pessoas, ofertar-lhe as mãos…
Viver de amores!

........................................



Ponte do Carmo

Rio desce cantando e cresce,
bebe do fundo da terra,
sorve das margens.


Desce da serra  e corre
nervoso, decidido e forte,
lava barrancos e corpos;


mata sede e já nos deu ouro;
oferta banquetes: tenros piaus,
e traíras (nada traiçoeiras).


Tem nome de dor,
esse Rio das Almas, das minas
e muitas cascatas.


Bem perto do Carmo, a Ramalhuda;
debruçada nas pedras
faz cachoeira sob a ponte.


Ah, a ponte do Carmo! Abrigo
discreto de amor secreto
cantado em soneto...



Beijar a terra e Meia-Ponte;
banhar Rialma e Ceres, correr certeiro
rumo ao norte.


E então, dando a mão ao Maranhão,
despede-se de mim
p’ra se fazer Tocantins.
.....................



Crítica de Mariana Galizi:

Luiz!
Percebi a leveza distintiva tua na poesia.
Há nela um jogo sutil de figuras de linguagem que a tornaram muito bonita, gostosa de digerir.
Gosto bastante da personificação e hipálage. É algo quase místico isso, além do poético que carrega, transformar o inanimado em algo vivo, pulsante. Faz parecer que nós transformamos o mundo - ou ele nos transforma?
Esse bucolismo todo me anima. Gostei!

Mariana




3 comentários:

Francisco de Assis Fontoura disse...

Rio das Almas Iluminadas como o senhor !
Adorei a poesia !
Saude e Pa !
Chico-Rj

Domingas Cruvinel disse...

Lindo, meu poeta maior!

Teodoro Ramos Ramos disse...

Meu caro poeta: gostei muito dos seus poemas, apesar de ser suspeito para falar, pois sou seu amigo e admirador. Você me fez sentir saudade de Pirenópolis. Teodoro Ramos Ramos