Dia do Médico
É provável que, no decorrer
deste ano, a classe médica brasileira esteja atravessando um dos mais críticos
momentos de sua história, com o grande movimento nacional no sentido de prover
as regiões mais carentes com a presença dos profissionais de Hipócrates. Nesse
sentido, vivemos o recrutamento de médicos estrangeiros e debate-se, com ardor,
os procedimentos relativos à acolhida, ao registro e às condições de trabalho
não só para os colegas adventícios, mas para os profissionais brasileiros que
se interessam em servir em localidades carentes.
Condições satisfatórias de
trabalho não são apenas o ambiente de atendimento, o equipamento médico, o
aparelhamento tecnológico e a remuneração compatível com a formação e as
necessidades, o valor e a importância social do profissional, mas ainda elementos
de prevenção, cura e manutenção de boas qualidades de saúde. Boas condições de
trabalho implicam também o bem-estar, o conforto pessoal, o ambiente social
propício, a possibilidade de boas relações humanas e, por fim, convívio pessoal
e profissional de qualidade.
No meu modesto ponto de
vista, e com a minha mínima experiência de consumidor de serviços de saúde e
observador jornalista, sei que a escolha dos ambientes inóspitos à boa prática
da medicina é uma aventura arriscada. Nenhum médico gosta de se sentir vencido
por uma doença ou, pior ainda, de perder para a morte. Mas o “sacerdócio”, o
“sacrifício” do bem-estar social, das chances de mais aprendizado, de
aperfeiçoamento e a solidão dos silêncios precisam ser considerados quando um
governante tenta atrair médicos para seu espaço. Na maioria das localidades
brasileiras, o salário menor possível para um médico convidado resulta duas ou
três vezes maior que o do prefeito.
E muitos são os que, ante o
grave desafio do suprimento desse indispensável profissional, evocam o
Juramento de Hipócrates, professado há mais de vinte e cinco séculos, na Sábia
Grécia de deuses e filósofos. Mas o grande ídolo cristão na História da
Medicina recai em outro homem: Lucas, o evangelista, nascido em Antióquia, num
país que hoje é Síria de tantos conflitos.
O Dia do Médico, 18 de
outubro, segundo informa o nosso mestre e admirável médico e professor Joffre
M. de Rezende, é consagrado, em países cristãos, a esse evangelista, Lucas, o
terceiro (pela ordem cronológica) dos evangelistas. Dentre tais países, além do
Brasil, estão Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica,
Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. Além de médico, Lucas foi
também pintor e historiador. Ao lado de São Paulo, difundiu os ensinamentos
cristãos entre os gentios.
Lucas
teria sido o único, dentre os quatro evangelistas, que não conheceu Jesus –
logo, escreveu a partir de informações de contemporâneos de Cristo. Desde 1463,
a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem ao
santo católico, que foi proclamado patrono do “Colégio dos filósofos e dos
médicos”. Seus restos mortais encontram-se em Pádua (ainda de acordo com
informações do Dr. Joffre Rezende nas páginas da Wikipédia brasileira).
* * *
2 comentários:
Concordo que o nosso momento é crítico. O médico está na linha de frente recebendo críticas de todos os quadrantes. Não está fácil. As hostilidades são grandes, assim como os questionamentos e a concorrência.
Prezado Acadêmico Luiz de Aquino
Saudações.
Por intermédio do nosso amigo comum, Hélio Moreira, tomei conhecimento da sua crônica " DIA DO MÉDICO", publicada no jornal "Diário da Manhã". Além de cumprimentá-lo pela iniciativa desejo agradecer a citação do meu artigo e as generosas palavras a meu respeito.
(Transcrito de e-mail).
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