Tonicesa Badu e Eva Perillo, os organizadoares e anfitriões do Sarau. |
Lembra de mim?
(Título atrevidamente apropriado, por mim, do original de
Baduzinho, cronista e fotógrafo)
Baduzinho, cronista e fotógrafo)
Foi
assim que o Baduzim, ou Baduzinho (nome civil: Eduardo Sérgio Hermano Balduino),
titulou sua postagem no grupo “Goiânia daquelas épicas” (respeitem o
trocadilho, por favor!), contando da festa da sexta-feira, 6 de junho, tendo
por anfitriãs as felizes e competentes Milucha e Eva Perillo. Um encontro de
congraçamento e de se reviver décadas, aqueles tempos em que usávamos camisa Volta
ao Mundo – e as meninas, saias plissadas –, tempo de Banlon e Tergal, isqueiros
Ronson ou Zippo (todo mundo fumava; alguns variaram o conteúdo, do tabaco à
canabis). Em seguida, usaríamos calças Lee...
A vida gravitava em torno da Rua 8, aquele trecho que virou calçadão; esse eixo migrou para a Tocantins, depois para a Tamandaré e à medida que nos dispersávamos ainda mais (chegaram os anos 80 e nossos filhos começaram a “mandar” na cidade), as luzes festejaram a Alameda Ricardo Paranhos, atraindo a nova juventude...
Fizemo-nos universitários, empregados, profissionais, maridos e mulheres. Lembra de mim? – perguntava o Baduzim; parece nome de música. Eram as primeiras horas da noite, ele e seu irmão Tonicesa Badu, músico talentoso e competente, ser humano especial feito Chicão Paes. Dos moços que, desde a década de 60, infernizavam com ingênua petulância a vida goianiense, um leque de músicos muito especiais, como os meninos do Língua Solta, Marquinho do Violino, Márcio Veiga e Cesinha Canedo (que viveu na zona; e morri de inveja). As meninas, cada qual mais linda, cuidaram de se manter e demonstrar que a beleza não se esvai no tempo, apenas muda de linguagem.
Eram tantas e belas e eu as simbolizo em Ângela Baiocchi (é simples: foi minha aluna no Liceu, e eu era aluno de sua mãe, Mari, na UCG). Aliás, dos presentes éramos muitos os liceanos, inclusive os inseparáveis Lauro e Murilo, com quem tive o prazer do convívio também em épicos instantes de eu-professor. Momento marcante, também (para mim), foi rever Wera Rakowitsch, das minhas lembranças de aluno no Casarão da Rua 21 (mais precisamente, no antigo “forninho” – um pavilhão de pré-moldado).
Ah,
não dá para listar todo mundo, como bem anotou o Baduzim; fiquemos somente com
outros quatro nomes, os de quem compartilharam comigo os instantes de poesia:
Renata Normanha (eta, velho e bom Liceu!), Elder Montoro, Maria Olina e Anita
Nercessian.
Claro, claro!... Demos por falta de muita gente que, dias antes, afirmavam suas vontades de comparecer, mas as rotinas nos pregam surpresas, mudando sempre de rumo, feito os ventos e as nuvens. Foram horas de regozijo, de felicidade pelo reencontro, de despertar velhas lembranças e ressuscitar sentimentos talvez adormecidos – jamais esquecidos, porém!
Programa-se um novo encontro, uma festa que terá, sem dúvida, a marca dos nossos tempos, mas a identidade do que acontecer agora, nestes tempos de tecnologia instantânea – como a que fez com que as fotos (183) e os vídeos (dois) de Baduzinho chegassem “ao ar”, chegando aos que não puderam comparecer.
Até a próxima, portanto! Será no dia 5 de setembro, ou seja, sob o signo de Virgem, nos prenúncios da Primavera e com a alegria de uma geração que, ainda que asfixiada pelo silêncio imposto por duas décadas, conseguiu driblar o tempo.
Até lá, gente querida!
* * *
Luiz de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia
Goiana de Letras.
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