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sexta-feira, outubro 31, 2014

Pela paz, sob o bom senso


Agora, cedo espaço ao texto magistral de Ianá do Prado Garcia deixo aos meus leitores a incumbência de avaliá-la! O meu juízo, já o fiz.




Pela paz, sob o bom senso


Vai ser grande, sou prolixa!

Sim, eu votei na Dilma. Não, eu não recebo bolsa família. Sim, eu participei das manifestações e continuo querendo mudança. Não, eu não acredito que essa mudança viria com a vitória de Aécio Neves. Sim, eu acho que a alternância de poder é algo saudável. Mas não, eu não quis entregar o poder nas mãos de Aécio Neves. Sim, eu sou a favor da democracia. Não, eu não sou socialista/comunista e nem petista. Eu simplesmente li, me informei e escolhi quem eu achei que seria mais adequado no atual contexto.

Acho que essa eleição foi realmente histórica. É bonito ver as pessoas participando e querendo participar. Mas infelizmente falta informação, interesse em adquirir informação e educação. Política não é como futebol que você escolhe um time por paixão e defende ele mesmo quando é rebaixado. E xinga o coleguinha que torce para o adversário. Na política é permitido ser "vira-folha", desde que use os critérios certos para isso. Na política se analisa bom desempenho, dentre outras várias questões.

Ao contrário do que tenho lido, o fato de eu ter votado na Dilma não me impede de exigir melhorias. Muito pelo contrário. É o meu dever. É o dever de todo mundo. Não tem absolutamente nada a ver "votou, agora aceita". Claro que não. Muita coisa precisa ser feita. MUITA. E temos - todos - que continuar cobrando mudança independente do candidato eleito.

A mudança que eu desejo é muito mais profunda do que "foraPT". A mudança que eu desejo é interna, é em cada brasileiro. Mudança de hábitos, mudança de cultura, mudança de ideologia. Pensar coletivamente. Enxergar o próximo como seu semelhante. E essas eleições mostraram que independente do candidato eleito, nada tinha mudado.

Ouvi pessoas dizendo que deveriam "separar o Nordeste do Brasil". Sim, eu cheguei a ler isso. Na cabeça dessas pessoas o Nordeste já não faz parte do Brasil, né? E pergunto a essas pessoas: o que te faz pensar que sua situação te coloca em uma posição privilegiada? O que te faz pensar que seu voto/opinião vale mais? E o que te faz pensar se uma pessoa não pensa como você, ela só pode ser burra?

Eu não sou do Nordeste. E eu estudei a minha vida toda. E li bastante para escolher em quem votaria. Como eu disse, eu não estou satisfeita com a situação do meu país. Mas eu não me iludo a ponto de achar que algum candidato nos salvaria do monstro da corrupção. Ainda mais um candidato que coleciona escândalos em seu nome. Acho que o maior erro está aí.


Em 2002 estavam tão insatisfeitos com o FHC/PSDB que elegeram o Lula/PT. Foi o voto de protesto. Depositaram nele toda a esperança de que o Brasil apagaria os 502 anos de história suja, de um povo corrupto e mudaria. Assim, em 4 anos de governo. Reelegeram o Lula. Elegeram a Dilma. E agora, novamente insatisfeitos, acreditando que toda a sujeira e a corrupção é culpa do PT, queriam eleger o candidato que prometia o milagre de derrotar o monstro da corrupção. O candidato que pertence a um partido famoso por censurar a imprensa e calar a oposição e engavetar CPIs. Vimos isso aqui em Goiás.


Votei na Dilma porque ao contrário do que dizem, ditadura, pra mim, é não ter voz. É não ter oposição. E um povo que xinga a Presidente de "jumenta", "anta", que a vaia em um evento do porte da Copa do Mundo dizer que vive uma ditadura? Não, não sabemos o que é ditadura.

Que venha a mudança. Que sejamos a mudança. Que cobremos de nós mesmos da mesma forma que cobramos do outro. E que continuemos cobrando dos outros.

Paz!

* * *



6 comentários:

vovomariabraga disse...

Me comoveu, foi de encontro ao meu desejo. PAZ!

Unknown disse...

Muitíssimo obrigada pelos elogios! Fico honrada que tenha gostado a ponto de publicar em seu Blog! Que mais pessoas tivessem esse apreço às diferenças e respeito ao próximo que você demonstra. Assim não precisaríamos debater sobre! Parabéns!

Luane Rosa disse...

Belo texto!
Também não sou "petista" e nem "tucana", compartilho de algumas ideias suas: enfatizar o que foi positivo e mudar o que foi (ou está) negativo. Acredito na mudança das pessoas, e como professora tenho a incumbência de mostrar aos meus alunos os vários caminhos para a transformação internas (de si) e externas (social, cultural, política entre outras). Como diz bem Clarice Lispector "Só o que está morto não muda!"

Luiz Chein disse...

"Ainda mais um candidato que coleciona escândalos em seu nome. Acho que o maior erro está aí".

Apesar de não conhecê-la, o fato de você publicar um texto nos dá o direito de aceitá-lo ou não. Acho que você fez boas colocações, mas comete o pecado de dizer que (o Aécio) é um candidato que coleciona escândalos. Olhe dentro dos meus olhos virtuais e me responda sinceramente: você é daqueles que acham que a Dilma não cometeu nenhum ato de corrupção em seu governo, não é? Nem o Lula. Com todo o respeito, me permito lhe dizer que "o pior cego é aquele que não quer enxergar".

Luiz Chein.

Mara Narciso disse...

Prevaleceu a racionalidade; ficou de lado a paixão. Coerência acima de tudo. É preciso manter quem está lá para que tudo mude. Eu votei em Dilma em 2010 com desconfiança e votei agora em situação oposta, ou seja, de inteira credibilidade. Mais experiente, poderá escolher pessoas da sua intimidade para seu ministério, as quais poderá exigir mais, e, não sei se ingenuidade minha: eu acreditei, quando ela prometeu ir fundo no esclarecimento dos desvios de verbas da Petrobras. Meu voto de confiança em Dilma é absoluto. Parabéns pela lucidez, Iana Garcia.

Nadia Vinhas disse...

Passando os olhos pela história e tentando não achar que essas eleições foram uma luta de classes, entre ricos e pobres, palavra muito usada pelo ex- Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luis Inácio, foi assim que aprendi nos tempos de colégio, como deveríamos nos dirigir a um chefe de Estado, que hoje é ocupado por uma mulher, tanto que nem o *feminino para esse cargo não existia, mas hoje já existe.
O governo do PT, sob a batuta da Excelentíssima Senhora Presidenta Dilma Russef, pode não levar o país a agradar o que muitos esperam, mas ainda é a representante do Partido dos Trabalhadores, pois aquela legião de pobres e miseráveis que dividiram o país, nos fizeram pensar como são muitos, e em seu clamor, pediram ao restante do país que se apiedassem deles, pois com o tal salário esmola que o governo distribui (mais ou menos R$ 200,00) que é uma cesta básica, e que somente para isso que a tal esmola dá para comprar, mas que pôs uma Nação a se dividir, e dizer coisas bárbaras sobre essa população sofrida, deveriam se envergonhar.
Ianá Garcia, escreveu com a alma, e muito me agradou, disse tudo o que eu e muitas outras pessoas pensamos, ela me representou, obrigada, e agradeço também ao jornalista Luiz de Aquino, por ter cedido o espaço, mostrando que democracia é isso, ora perdemos ora ganhamos, mas que temos que ficar alertas sempre, mas independente de tudo lembrar que a Nação não é dos partidos políticos, dos governantes, o País é nosso.
Dilma é minha representante pois como mulher me orgulho, não cedeu em momento algum as críticas, zombarias, deboches e falta de respeito com que dirigiram essa campanha eleitoral, peço a Deus que faça um bom governo, o País chamado Brasil nos pertence.