Viver e
aprender
Os coroas como
eu, que vivo os últimos meses da casa dos sexagenários, vivem a repetir o
quanto fomos doutrinados, em casa e nas escolas (grande parte também na Igreja,
nas aulas de Catecismo), a respeitar os mais velhos a qualquer custo. É bem
possível que a nossa estranheza aos tempos atuais provenha dos maus tratos que
vimos acontecer com pessoas encanecidas e enrugadas, mas a minha estranheza
recai no modo de educar que se instituiu na nação brasileira desde a década de
70 – aquela fase pós-revolução sexual etc.
Quando a isso,
lembro-me sempre de uma amiga que, ao chegarmos à casa dos 40 anos, me
ensinava: “Até os 40 anos, aprendemos com os mais velhos; daqui por diante,
aprenderemos com os mais novos”.
Recordo sempre isso e costumo dizer isso aos jovens que me ouvem nas
escolas e mesmo nas conversas informais – eu que tanto gosto de conversar com
jovens e crianças! Mas preferi não restringir meu aprendizado: escolhi
continuar aprendendo com os mais velhos e descobrir grandes ensinamentos entre
os jovens.
Os professores
entendem bem do que digo. Estes são os profissionais que mais se dedicam a
aprender com seus alunos. Quem de nós não se surpreende com as “tiradas” das
crianças em casa? Agora, imaginem essas frases e idéias manifestadas em um
grupo de vinte, trinta ou mesmo de mais alunos, quase todos na mesma idade numa
classe! A petizada (oba! A palavra em desuso despertou-se na minha memória...)
é sempre muito criativa; os adolescentes, surpreendentes (e perigosos: costumam
armar situações que exigem muito de seus pais, tios, avós e... professores!).
Mas entre os
adultos de outros ofícios – como entre nós, jornalistas – o convívio num grupo
é sempre uma oficina de novidades. Gosto de recordar meus tempos nas salas de
aula e também nas redações dos jornais; e gosto muito de observar o “modus
operandi” que marca os subgrupos. Ultimamente, quando a minha experiência de
décadas na rotina da escrita se presta a colaborar, venho observando não apenas
vícios de linguagem, mas surpreendentes modos de se interpretar velhos termos e
nominar atos com palavras despertadas dos vastos vocabulários.
Mas o que mais
me encanta é o que escapa à linguagem (a de hoje é muito mais pobre e
despreocupada do que eu gostaria que fosse; mas sou fruto do meu tempo), são as
práticas nos procedimentos da comunicação social – algo que vai um pouco além
do meramente jornalístico (se é que o jornalismo possa ser dito “mero”).
Refiro-me ao que nos dias de hoje, apelida-se de “comunicação setorial” – um
modo especializado de se executar a comunicação, desenvolvendo não apenas
notícias, mas auxiliando a clientela (colegas de ofício noutras estruturas do
próprio segmento ou de veículos vários de comunicação) e, mais ainda, no
desenvolvimento de procederes que auxiliam expressivamente nas campanhas
sociais.
Nos últimos
quase vinte meses, aprendi muito com Flávia Lélis, Patrícia, Iara Lourenço,
Alzenar, Luciana Brites, Thiago Lagares, Maycon, Thiago Vasconcelos, Daniela, Karine, Karina, a
Kamilla, a Marina, Matheus, Helen, Éricka , Pascoal e Valdir, Brunno Lobo,
Vitória, Kariun, Shysuo, Sabá, Mariana, Lívia, Lucas e Lucas...
Equipes assim,
com unidade de propósitos e a colheita imediata de bons resultados, sabem que o
segredo está na persistência da busca e na confiança oferecida aos companheiros.
Algumas vezes, guardamos alguma ansiedade até o dia seguinte – mas como é comum
festejarmos com sorrisos e olhares os bons resultados!
Esta é a
equipe da Comunicação Setorial da Saúde, na Secretaria de Estado que teve os
comandos de Antonio Faleiros e Halim Girade nos quatro anos do terceiro governo
de Marconi Perillo. Ela dá boas-vindas ao secretário Leonardo Vilela, ciente de
ter bem cumprido as missões que lhe foram confiadas.
*
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Luiz de Aquino é
jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
2 comentários:
Que lindo, meu nobre amigo!
Agradecer seria um gesto muito pequeno diante de tamanho carinho.
Ficou belo o texto, assim como tudo que você toca e produz.
Abraço fraterno,
Flávia Lelis
Como você sabe, exerci duas profissões que ainda amo... e tudo que amo me emociona. Por mais que eu tentasse evitar, nunca consegui deixar de me envolver com meus alunos e clientes, muitos dos quais ainda mantenho contato. Embora nossas experiências profissionais sejam bem diferentes, sou capaz de avaliar o que meu poeta sente. Nos encontramos na curva, entre os que nos antecederam e os que já estão a nos suceder. Situamo-nos na geração dos privilegiados, pois aprendemos, ensinamos e continuaremos a ensinar e a aprender (e a apreender). Evidentemente, jamais conhecerei a equipe à qual você se refere, mas peço-lhe que lhe transmita meus votos de sucesso.
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