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sábado, abril 09, 2016

O deslize de Itamar Franco com Lílian Ramos... (Carnaval, 1993).

Essa foto, colhi-a no próprio Facebook e o site a censurou. 

A foto erótica com o Presidente



Queridos amigos leitores, que semana! Três rapazes vazios, dois deles com suas namoradas que imagino também bobíssimas, passaram num luxuoso Corola pelas ruas do Marista, no circuito dos bares de jovens, provocando transeuntes. Um deles responde ao xingamento e paga caro – morre a tiros.

Nossa principal mandatária não muda o tom de palanque em seus discursos desprovidos de conteúdo e lógica, repetindo pateticamente “é golpe!” – para a alegria da militância impensante (acho que isso é redundância). O PMDB começa a se alegrar, o senador Serra já fala como possível ministro de um mandato-tampão de Michel Temer.

Existe hoje, no país uma legião imensa de antipatizantes dos dois lados, pessoas que não querem mais o PT no governo, mas não querem também PMDB nem PSDB. E menos ainda o DEM ou, nos degraus mais abaixo, os múltiplos partidos de aluguel que, por se alinharem com o poder, são chamados de “base aliada”.

Cansei dessa discussão estéril. Esse impeachment repete 1992, com a oposição se regozijando e o alvo do processo falando em golpe. A diferença é que, naquele tempo, tínhamos um vice-presidente que não tinha ranços de más atitudes. Como o vice de Lula, José Alencar. Agora, porém, são a farinha, a massa, a liga e o cheiro do PMDB que contaminam o futuro. Tivéssemos um herdeiro de Pedro Simon no PMDB, ou um legítimo seguidor de Mário Covas no PSDB, respiraríamos aliviados.

Então, veio-me à memória o presidente Itamar Franco. O vice sem vícios nem amarras, para completar o mandato de Fernando Collor – e o fez com dignidade e respeito, com maestria e competência. Veio dele a solução para o nosso crônico e antigo problema da inflação – e FHC apareceu dizendo-se o pai da obra. Ora, sei...

Itamar exerceu com dignidade, eu disse. Mas era um homem, um ser humano sujeito a pequenos deslizes. Não o vimos em saques sorrateiros à Petrobrás, à Eletrobrás ou ao BNDES ou à Caixa Econômica, ou ainda aos cofres do INSS e do FGTS. O que nos ficou foi aquela foto ao lado de uma moça, que saíra de um desfile no carnaval de 1993. Um fotógrafo oportunista (faz parte do ofício, eu sei; meu registro jornalístico é de RF, ou seja, Repórter Fotográfico) documentou a alegria do presidente que, naquele momento, não sabia (ainda, talvez) que a moça não usava a mais íntima das peças íntimas da indumentária feminina. E sua genitália ilustrou a foto mais badalada daquele carnaval, foi capa de revista e muitos veículos da mídia impressa em todo o mundo a divulgou.

Bem: eu achei a foto e a postei no Facebook. Dois ou três dias depois, fui informado que a Rede Social removeu a minha postagem – mas a mesma foto rolava em páginas de outras pessoas; eu postei um texto criticando quem denunciou aquela foto (que já tem 23 anos) por excesso de purismo, de religiosidade, por implicância pessoal ou, sendo masculino, por não gostar da coisa; e sendo feminino, por não ter desfrutado do privilégio de ser mostrada ao mundo naquelas circunstâncias. Em poucas horas, já eram centenas os comentários sobre o tema.

Ora... teoricamente, o Facebook é para maiores de 18 anos. A genitália à mostra estava em situação de inocência; o presidente da República, de mãos dadas com a moça, não saberia, naquele momento, que seu provável “objeto de consumo” estava por tornar-se famoso. Mas passei por um quase-constrangimento ao ser tratado como alguém que abusou da imagem de alguém.

O que eu quis demonstrar, queridos leitores e bons amigos, foi que os grandes escândalos também se modificam conforme a época. Na de Itamar, era a xereca da moça que ele decidiu paquerar. Na de FHC, as misteriosas e jamais claramente explicadas privatizações. Na de Lula e Dilma, tudo isso que não posso listar por falta de espaço e por notoriedade.

Durma-se com uma confusão dessas!...


*****



Luiz de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.

4 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Caro amigo Luiz de Aquino, mas, não podemos esquecer de que o homem de camisa azul, ao lado do Itamar, é - nada mais, nada menos - o dito doleiro Youssef, campeão de delações lava-jatísticas. Pois é... Abraços e bom domingo.

Talmon Pinheiro Lima disse...

Luiz De Aquino Alves Neto: deve ser mais uma lenda da internet. À época da foto, o doleiro estava com 26 anos, suas estrepolias restringiam-se ao seu rincão (Paraná), e não teria cacife nenhuma de freqüentar um camarote ao lado do Presidente.

Jô Sampaio disse...

Não tem como ser o tal doleiro, naquela época ele vivia entregando panfletos para a eleição do Centro Acadêmico da sua faculdade e trocando cruzeiro por Guarany (Obs. Não me refiro aos times).

Mara Narciso disse...

Golpe foi o que Lilian Ramos deu fazendo o presidente passar por esse vexame, o qual deveria escolher melhor com quem anda. Querendo ou não, o cargo exige alguma pompa e circunstância. Quanto aos imbecis do Facebook, que denunciaram a foto são uns tolos. E que se deletem espontaneamente.